Solenidade de Pentecostes
1ª Leitura: At 2,1-11 Salmo: 104(103) 2ª Leitura: 1Cor 12,3b-7.113
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Evangelho: Jo 20,19-23
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Ao anoitecer
daquele dia, o primeiro da semana, os discípulos estavam reunidos, com as
portas fechadas por medo dos judeus. Jesus entrou e pôs-se no meio deles.
Disse: “A paz esteja convosco”. Dito isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os
discípulos, então, se alegraram por verem o Senhor. Jesus disse, de novo: “A
paz esteja convosco. Como o Pai me enviou também eu vos envio”. Então, soprou
sobre eles e falou: “Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados,
serão perdoados; a quem os retiverdes, lhes serão retidos”.
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Reflexão
O Senhor nos
envia, da parte do Pai, o Espírito Santo
Com a solenidade
de Pentecostes encerra-se o tempo da Páscoa. A promessa da vinda do Espírito
Santo feita por Jesus se realiza. A promessa do Espírito Santo para o
testemunho dos discípulos (At 1,8) se realiza hoje. Elevado à Glória celeste, o
Senhor nos enviou da parte do Pai o Espírito Santo que o conduziu ao longo de
toda a sua vida, para que também sejamos iluminados por ele, que é o dom de
Deus oferecido a nós para o testemunho de Cristo. O dom do Espírito é o dom dos
tempos escatológicos, o dom definitivo de Deus como cumprimento de toda a sua
promessa. Hoje, Deus derramou o seu espírito sobre “toda carne” (cf. Jl 3,1-5).
A humanidade inteira é destinatária desse poder que vem do alto. O Espírito é
dado para fazer compreender e viver a palavra de Jesus Cristo.
O Espírito é dado para fazer compreender e viver a palavra de Jesus Cristo |
A festa cristã
de Pentecostes coincide com a festa judia de Pentecostes (cf. At 1,1). De uma
festa agrícola (Ex 12,15-17; Ex 34,22; Dt 16,10), o pentecostes judeu passou,
no período pós-exílico, a ser a festa comemorativa da renovação da Aliança do
Sinai (Ex 19,1). O adjetivo ordinal “pentecostes” indica o último dia de uma
série de cinquenta dias. Essa coincidência intencional das duas tradições tem
por finalidade fazer compreender que o Espírito Santo é a lei interna da
caridade. Todo o relato dos Atos dos Apóstolos precisa ser bem compreendido
para que o sentido do texto não se desvirtue nem a mensagem do texto seja
prisioneira de certas concepções equivocadas. O relato possui elementos
claríssimos da teofania do Sinai: barulho ensurdecedor, fogo, espanto (cf. Ex
19,16). São elementos que, na cultura bíblica de uma determinada época, indica
a presença do próprio Deus. O barulho enche toda a casa do mesmo modo que o
Espírito Santo enche todos os que nela estão (vv. 2.4). Depois de um elemento
sonoro, tem-se um elemento visual: “como que línguas de fogo” (v. 3). Essas
línguas de fogo simbolizam o poder de Deus que faz falar. O Espírito Santo é o
poder de Deus que faz falar as maravilhas de Deus (v. 11), sobretudo, o que
Deus fez por toda a humanidade por seu Filho Jesus Cristo. Não se trata, aqui,
de glossolalia, mas um modo de afirmar a universalidade da missão da Igreja: o
dom do Espírito impulsiona a Igreja a assumir cada cultura, a língua de cada
povo, para poder fazer chegar a cada pessoa a graça do amor de Deus manifestada
no Senhor Jesus Cristo.
Carlos Alberto Contieri, sj
Reflexão: paulinas.org.br Banner: cnbb.org.br Ilustração: franciscanos.org.br
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