Papa Francisco:
"O nosso verdadeiro refúgio é a
confiança em Deus"
No início da sua
homilia o Papa Francisco expressou a sua alegria pela presença da Delegação
enviada pelo Patriarca Ecumênico, “o venerado e amado irmão Bartolomeu, guiada
pelo Metropolita Ioannis”. Pedimos ao Senhor – disse o Santo Padre - que possa,
também esta visita, reforçar os nossos laços fraternos no caminho rumo à plena
comunhão entre as duas Igrejas irmãs, por nós tão desejada.
Em seguida o
Pontífice recordou que “nos primeiros tempos do serviço de Pedro, na comunidade
cristã de Jerusalém havia grande apreensão por causa das perseguições de
Herodes contra alguns membros da Igreja. Ordenou a morte de Tiago e agora, para
agradar ao povo, a prisão do próprio Pedro. Ele guardado e acorrentado na
prisão, quando ouve a voz do Anjo que lhe diz: «Ergue-te depressa! (...) Põe o
cinto e calça as sandálias. (...) Cobre-te com a capa e segue-me» (Act 12,
7-8). Caiem-lhe as cadeias, e a porta da prisão abre-se sozinha. Pedro dá-se
conta de que o Senhor o «arrancou das mãos de Herodes»; dá-se conta de que Deus
o libertou do medo e das cadeias. Sim, o Senhor liberta-nos de todo o medo e de
todas as cadeias, para podermos ser verdadeiramente livres.
Aqui está um
problema que nos toca disse Francisco dirigindo aos bispos: o problema do medo
e dos refúgios pastorais.
Pergunto-me: Nós,
amados Irmãos Bispos, temos medo? De que é que temos medo? E, se o temos, que
refúgios procuramos, na nossa vida pastoral, para nos pormos a seguro?
Procuramos porventura o apoio daqueles que têm poder neste mundo? Ou
deixamo-nos enganar pelo orgulho que procura compensações e agradecimentos,
parecendo-nos estar seguros com isso? Onde pomos a nossa segurança?
O testemunho do
Apóstolo Pedro - continuou o Papa - lembra-nos que o nosso verdadeiro refúgio é
a confiança em Deus: esta afasta todo o medo e torna-nos livres de toda a
escravidão e de qualquer tentação mundana.
Dom José Luiz, Arcebispo nomeado para a Arquidiocese de Pouso Alegre |
Hoje nós – o
Bispo de Roma e os outros Bispos, especialmente os Metropolitas que receberam o
Pálio – sentimos que o exemplo de São Pedro nos desafia a verificar a nossa
confiança no Senhor.
Pedro
experimentou que a fidelidade de Deus é maior do que as nossas infidelidades, e
mais forte do que as nossas negações. Dá-se conta de que a fidelidade do Senhor
afasta os nossos medos e ultrapassa toda a imaginação humana.
Hoje, Jesus faz
a mesma pergunta também a nós: «Tu amas-Me?». E faz isso precisamente porque
conhece os nossos medos e as nossas fadigas. E Pedro indica-nos o caminho:
confiar n’Ele, que «sabe tudo» de nós, confiando, não na nossa capacidade de
Lhe ser fiel, mas na sua inabalável fidelidade. Jesus nunca nos abandona é
fiel.
A fidelidade que
Deus, sem cessar, nos confirma também a nós, Pastores, independentemente dos
nossos méritos, é a fonte de nossa confiança e da nossa paz.
E Pedro deve
contentar-se com o amor de Jesus. Esta experiência de Pedro encerra uma
mensagem importante também para nós, amados irmãos Arcebispos. Hoje, o Senhor
repete a mim, a vós e a todos os Pastores: Segue-Me! Não percas tempo em
questões ou conversas inúteis; não te detenhas nas coisas secundárias, mas
fixa-te no essencial e segue-Me.
Segue-Me, não
obstante as dificuldades. Segue-me na pregação do Evangelho. Segue-Me no
testemunho duma vida que corresponda ao dom de graça do Batismo e da Ordenação.
Segue-Me quando falas de Mim às pessoas com quem vives dia-a-dia, na fadiga do
trabalho, do diálogo e da amizade. Segue-Me no anúncio do Evangelho a todos,
especialmente aos últimos, para que a ninguém falte a Palavra de vida, que
liberta de todo o medo e dá a confiança na fidelidade de Deus. Segue-Me. (SP)
Fonte: radiovaticana.va news.va
..........................................................................................................................
Nenhum comentário:
Postar um comentário