quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Reflexão para o Dia de São João

Exaltação do tema do amor

São João Evangelista 

1João 1, 1-4; João 20, 2-8

Nesse tempo do natal em que a caridade de Deus se manifestou  diante de nossos olhos pela encarnação do Verbo, eloquentíssima  prova do amor, festejamos  João, o apóstolo do amor. Desde a nossa infância estamos acostumados a ver a representação de João, recostado ao peito de Jesus.  Os textos de João apontam para um coração cheio de ardor.
Deus é amor, superabundância de amor, fornalha de amor.  Desde toda a eternidade, na caridade, o Pai ama o  Filho e o Filho ama o Pai e entre ambos há o liame do Espirito. Numa explosão de amor a Trindade inventa o mundo, as flores, as estrelas, os espaços, os mares e o ser humano. Por amor gratuito Deus cria o homem, cria-os homem e mulher, à sua semelhança.  O amor de Deus, na plenitude dos tempos, se torna carne, vida, homem, nosso irmão em Jesus.  Tudo nele é dom. Tudo nele é caridade.  E esse  Jesus é o amor encarnado, o amor que fala, o amor que de amor morre.  Somos banhados e imersos nesse amor de Deus que se torna  peito aberto em Jesus. Os homens são amados incondicionalmente por Deus feito carne.  Nem sempre conseguimos esse êxodo, essa saída do egoísmo na direção da luz do dom, da entrega, da oferenda. Amamos com condições.  Fica, entanto, para os cristãos o dever do amor. Os discípulos de Jesus são conhecidos pelo seu amor mútuo. São admirados:  “Vede como eles se amam…”. Esses mesmos discípulos vivem se espelhando no amor de Jesus que levanta os caídos à beira do caminho, que conta a parábola do amor que se torna perdão quando o pai de família manda fazer festa para o filho que volta, quando sobe ao alto da cruz e dá a vida pelos seus.  Os cristãos não se estimam apenas na “frequência” de uma mera simpatia ou de um respeito educado.  Amam na força do amor que foi derramado em seus corações.
Há toda sorte de amor. Mas sempre é dom irrestrito. É interesse pela mais profunda felicidade e realização do outro. Ao longo do tempo da vida os esposos se amam, convivem, unem seus corpos e seus corações.  Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença estão juntos. O amor tem paciência, criatividade, vontade de começar tudo de novo.  Os pais amam e se devotam aos filhos, sobretudo nos primeiros anos de vida.  Os filhos não deixam de assistir os pais em suas necessidades materiais e espirituais, sobretudo quando envelhecidos. Amam os pais que os amam e amam os pais que os amam menos.  Há o amor cortês e atencioso, há aquele que exige que “gastemos” tempo e cheguemos a dar do que nos é necessário para que o outro possa sobreviver com dignidade. Há o amor  que perdoa o marido embriagado, o filho drogado.  Há o diligente amor do sacerdote por aqueles que lhe foram consagrados.  Há o amor pelos confrades e  coirmãs numa comunidade de vida consagrada.
João é precisamente o apóstolo do amor. “O Senhor Jesus amou mais intimamente a João  que aos outros, e,  não contente de que ele igualasse aos demais apóstolos na graça do Espírito de inteligência, revelou-lhe ainda, de modo singular, os segredos celestes para que tivesse  visões admiráveis que descreveu no livro chamado Apocalipse, e para fazê-lo  escrever sobre o mistério  profundo e inenarrável do  Verbo de Deus, do Verbo Encarnado.  Jesus de fato o amava”.
                                                                                                    Frei Almir Ribeiro Guimarães
                                                                                              Fonte: http://www.franciscanos.org.br

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