Exaltação do tema do amor
São João Evangelista
1João 1, 1-4; João 20, 2-8
São João Evangelista
1João 1, 1-4; João 20, 2-8
Nesse tempo do natal em que a
caridade de Deus se manifestou diante de nossos olhos pela encarnação do
Verbo, eloquentíssima prova do amor, festejamos João, o apóstolo do
amor. Desde a nossa infância estamos acostumados a ver a representação de João,
recostado ao peito de Jesus. Os textos de João apontam para um coração
cheio de ardor.
Deus é amor, superabundância de amor,
fornalha de amor. Desde toda a eternidade, na caridade, o Pai ama o
Filho e o Filho ama o Pai e entre ambos há o liame do Espirito. Numa explosão
de amor a Trindade inventa o mundo, as flores, as estrelas, os espaços, os
mares e o ser humano. Por amor gratuito Deus cria o homem, cria-os homem e
mulher, à sua semelhança. O amor de Deus, na plenitude dos tempos, se
torna carne, vida, homem, nosso irmão em Jesus. Tudo nele é dom. Tudo
nele é caridade. E esse Jesus é o amor encarnado, o amor que fala,
o amor que de amor morre. Somos banhados e imersos nesse amor de Deus que
se torna peito aberto em Jesus. Os homens são amados incondicionalmente
por Deus feito carne. Nem sempre conseguimos esse êxodo, essa saída do
egoísmo na direção da luz do dom, da entrega, da oferenda. Amamos com
condições. Fica, entanto, para os cristãos o dever do amor. Os discípulos
de Jesus são conhecidos pelo seu amor mútuo. São admirados: “Vede como
eles se amam…”. Esses mesmos discípulos vivem se espelhando no amor de Jesus
que levanta os caídos à beira do caminho, que conta a parábola do amor que se
torna perdão quando o pai de família manda fazer festa para o filho que volta,
quando sobe ao alto da cruz e dá a vida pelos seus. Os cristãos não se
estimam apenas na “frequência” de uma mera simpatia ou de um respeito educado.
Amam na força do amor que foi derramado em seus corações.
Há toda sorte de amor. Mas sempre é
dom irrestrito. É interesse pela mais profunda felicidade e realização do
outro. Ao longo do tempo da vida os esposos se amam, convivem, unem seus corpos
e seus corações. Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença estão
juntos. O amor tem paciência, criatividade, vontade de começar tudo de
novo. Os pais amam e se devotam aos filhos, sobretudo nos primeiros anos
de vida. Os filhos não deixam de assistir os pais em suas necessidades
materiais e espirituais, sobretudo quando envelhecidos. Amam os pais que os
amam e amam os pais que os amam menos. Há o amor cortês e atencioso, há
aquele que exige que “gastemos” tempo e cheguemos a dar do que nos é necessário
para que o outro possa sobreviver com dignidade. Há o amor que perdoa o
marido embriagado, o filho drogado. Há o diligente amor do sacerdote por
aqueles que lhe foram consagrados. Há o amor pelos confrades e
coirmãs numa comunidade de vida consagrada.
João é precisamente o apóstolo do
amor. “O Senhor Jesus amou mais intimamente a João que aos outros, e,
não contente de que ele igualasse aos demais apóstolos na graça do
Espírito de inteligência, revelou-lhe ainda, de modo singular, os segredos
celestes para que tivesse visões admiráveis que descreveu no livro
chamado Apocalipse, e para fazê-lo escrever sobre o mistério
profundo e inenarrável do Verbo de Deus, do Verbo Encarnado. Jesus
de fato o amava”.
Frei Almir Ribeiro Guimarães
Fonte: http://www.franciscanos.org.br
Fonte: http://www.franciscanos.org.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário