sábado, 17 de maio de 2025

Reflexão para o seu dia:

O que conta mesmo é o amor e nada mais!

Frei Almir Guimarães

Precisamente porque faz o ser humano enraizar-se em seu verdadeiro ser, o amor dá cor à vida, alegria, sentido interno. Quando falta o amor a pessoa pode conhecer o êxito, o prazer, a satisfação do trabalho bem feito, mas não a alegria e o sabor que só o amor pode trazer. (José Antonio Pagola)

 Continuamos nossa caminhada ao longo do tempo pascal e vamos deixando que o Mestre Ressuscitado modele o coração da Igreja e de cada um. Não há dúvida: o que importa de verdade é amar de verdade. Não qualquer “aquecimento sentimental” do coração, mas uma existência aberta, voltada para os outros. E será precisamente pelo amor que os discípulos serão reconhecidos como sendo do Senhor.

 Tudo começa no seio da Trindade. As pessoas divinas se amam, se entregam num jogo irrestrito de dom. Um da Trindade, o Filho, o Verbo veio até nós para viver do amor e dar a sua vida pela vida de muitos. Nós somos resultados de um sonho e de um projeto de amor de Deus que deseja nos fazer participantes desse jogo de bem querer, dessa imensa alegria de existirmos para os outros. Inventados pelo amor somos fadados a ser homens e mulheres do dom.

Vede como eles se amam

◊ No entardecer de nossas vidas seremos julgados pela qualidade de nosso amor pelos outros. Os cristãos, segundo as Escrituras, eram reconhecidos devido ao amor que exprimiam e viviam. Como se vive concretamente o amor?

 Amar, antes de mais nada, significa respeitar o outro, respeito que vai se manifestar de muitos modos: acolhida, nunca provocar situações que diminuam sua grandeza e de sua nobreza de ser humano. Fazer lugar para escutar e olhar.

 Respeito pela dignidade de ser humano e porque o homem é imagem de Deus.

 Amar significa (que bom que seja assim) acolher o diferente e a diferença na cor, na cultura, na formação, na religião, na maneira de estruturar-se como pessoa.

 O amor se traduz em gestos de serviço desde os mais simples até o mais complexos: dar banho num doente, visitar os doentes, fazer com que descansem nossos queridos cansados e assumir o seu fardo.

  Em nível mais amplo o amor significa a criação e defesa de políticas que zelem para dignidade do outro: pão para a mesa, casa digna de um filho de Deus, instrução das escolas, descanso para os que trabalham. Amar é buscar o outro por causa do outro em vista do bem do outro.

 Amar significa não ser conivente com tudo aquilo que banaliza o ser humano, todo hedonismo tolo, toda existência açodada sem pensamento, sem silêncio, sem vida interior.

 Amar é fazer com que as pessoas redescubram sua verdade mais profunda e deixem de trilhar caminhos de superficialidade que farão com que a médio prazo vão se dar conta de que perderam a viagem da vida.

 Amar quer dizer preservar a boa fama do outro, nas conversas, nos escritos, na mensagens eletrônicas.

 Amar é adivinhar aquilo que o outro precisa com urgência independentemente de meus interesses pequenos.

 Amar é desistir de fazer a vida uma eterna luta para competir com o outro. Amar é, pois, não viver em espírito de competição.

 Amar é gostar de estarmos juntos com outros diante do Senhor. Mesmo esses outros diferentes.

 Amar é eliminar da vida todo sectarismo, guetos e fortalezas para se proteger.

 “Vede como eles se amam…”

Campos prioritários

 Os cristãos não podem ser inertes.

 Na vida cristã há três trilhas a serem percorridas: oração, estudo e ação.

 Cuidar dos mais próximos e cuidar bem: o cônjuge, os filhos, os filhos que chegam do outro numa segunda união.

 Os familiares mais abandonados porque têm uma ficha suja.

 Os idosos e os doentes.

 Os que precisam ser ajudados a morrer humana e dignamente.

 Ter a capacidade de olhar os vizinhos.

 As crianças: os que nascem e são apenas tolerados, os sem família, os que crescem sem alma e abertura para o Mistério.

 Os mais fragilizados dessa sociedade de exclusão.

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Oração

Senhor, neste mundo insolidário e frio
queremos buscar-te.
Nos bairros marginais e zonas periféricas
queremos encontrar-te.
Nos que a sociedade esconde e esquece
queremos ver-te.
Nos que não contam para a cultura dominante
queremos descobrir-te.
Nos que carecem do básico e do necessário
queremos acolher-te.
Nos que pertencem a reverso da história
queremos abraçar-te.    (F. Ulíbarri)

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FREI ALMIR GUIMARÃES, OFMingressou na Ordem Franciscana em 1958. Estudou catequese e pastoral no Institut Catholique de Paris, a partir de 1966, período em que fez licenciatura em Teologia. Em 1974, voltou a Paris para se doutorar em Teologia. Tem diversas obras sobre espiritualidade, sobretudo na área da Pastoral familiar. É o editor da Revista “Grande Sinal”.

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                                     Fonte: franciscanos.org.br    Banner: Frei Fábio M. Vasconcelos

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