"Dou-lhes
as boas-vindas, representantes da mídia de todo o mundo. Agradeço o trabalho
que realizaram e realizam neste tempo que, para a Igreja, é essencialmente um
tempo de Graça", disse o Papa Leão XIV durante o encontro com a imprensa
mundial.
O Papa Leão XIV
encontrou-se, nesta segunda-feira (12/05), na Sala Paulo VI, no Vaticano, com a
imprensa mundial.
“Dou-lhes as boas-vindas, representantes da mídia de todo o mundo. Agradeço o trabalho que realizaram e realizam neste tempo que, para a Igreja, é essencialmente um tempo de Graça.”
Depois dessas palavras de boas-vindas no início de seu discurso, Leão XIV prosseguiu, citando o “Sermão da Montanha”, no Evangelho de Mateus, em que Jesus proclamou: “Felizes os que promovem a paz”.
O modo como
comunicamos é de fundamental importância
Segundo o
Pontífice, esta é uma bem-aventurança que nos interpela a todos e chama quem
trabalha nos meios de comunicação "ao compromisso de levar adiante uma
forma de comunicação diferente, que não busque o consenso a todo custo, não se
revista de palavras agressivas, não abrace o modelo da competição, não separe
nunca a busca da verdade do amor com que devemos humildemente buscá-la".
“A paz começa em cada um de nós: no modo como olhamos os outros, ouvimos os outros, falamos dos outros. Neste sentido, o modo como comunicamos é de fundamental importância: devemos dizer “não” à guerra das palavras e das imagens, devemos rejeitar o paradigma da guerra.”
A solidariedade
da Igreja aos jornalistas presos
A seguir, Leão
XIV reiterou "a solidariedade da Igreja aos jornalistas presos por terem
buscado e relatado a verdade", pedindo sua libertação.
“A Igreja reconhece nestas testemunhas, penso naqueles que relatam a guerra mesmo à custa da própria vida, a coragem de quem defende a dignidade, a justiça e o direito dos povos à informação, porque só os povos informados podem fazer escolhas livres. O sofrimento destes jornalistas presos interpela a consciência das Nações e da Comunidade internacional, chamando-nos a todos a salvaguardar o bem precioso da liberdade de expressão e de imprensa.”
Agradecimento pelo
"serviço à verdade"
A seguir, Leão
XIV agradeceu aos comunicadores pelo seu "serviço à verdade".
“Vocês estiveram em Roma nestas semanas para contar a Igreja, a sua variedade e, ao mesmo tempo, a sua unidade. Vocês acompanharam os ritos da Semana Santa; depois, contaram a história da dor pela morte do Papa Francisco, que, no entanto, ocorreu à luz da Páscoa. Essa mesma fé pascal nos introduziu no espírito do Conclave, que os viu particularmente ocupados em dias cansativos; e, também nessa ocasião, vocês conseguiram narrar a beleza do amor de Cristo que nos une a todos e nos torna um só povo, guiados pelo Bom Pastor.”
Uma comunicação
capaz de nos tirar da “Torre de Babel”
Leão XIV
recordou, em seu discurso, que "vivemos tempos difíceis de percorrer e
contar, que são um desafio para todos nós e dos quais não devemos fugir. Pelo
contrário, pedem a cada um de nós, em nossos diferentes papéis e serviços, para
nunca ceder à mediocridade. A Igreja deve aceitar o desafio dos tempos e, da
mesma forma, não pode haver comunicação e jornalismo fora do tempo e da
história. Como nos lembra Santo Agostinho, que disse: «Vivamos bem e os tempos
serão bons. Nós somos os tempos»".
Segundo o Papa
Leão XIV, "um dos desafios mais importantes hoje é promover uma
comunicação capaz de nos tirar da “Torre de Babel” em que às vezes nos
encontramos, da confusão de linguagens sem amor, muitas vezes ideológicas ou
tendenciosas. Por isso, o seu serviço, com as palavras que vocês usam e o
estilo que vocês adotam, é importante".
Comunicação,
criação de ambientes humanos e digitais
"A
comunicação, de fato", disse o Pontífice, "não é apenas a transmissão
de informações, mas a criação de uma cultura, de ambientes humanos e digitais
que se tornam espaços de diálogo e discussão".
“Olhando para a evolução tecnológica, essa missão se torna ainda mais necessária. Penso, em particular, na inteligência artificial com seu imenso potencial, que exige, no entanto, responsabilidade e discernimento para orientar os instrumentos para o bem de todos, para que possam produzir benefícios para a humanidade. Essa responsabilidade diz respeito a todos, na proporção da idade e dos papéis sociais.”
"Queridos
amigos, com o tempo aprenderemos a conhecer-nos melhor. Vivemos, podemos
dizer juntos, dias realmente especiais", partilhados "por todos os
meios de comunicação: TV, rádio, internet, redes sociais".
Desarmar a
comunicação do ódio e do preconceito
"Gostaria
que cada um de nós pudesse dizer deles que eles nos revelaram um pouco do
mistério da nossa humanidade e que nos deixaram um desejo de amor e de
paz", disse o Papa Leão XIV, recordando o convite do Papa Francisco em sua
última mensagem para o próximo Dia Mundial das Comunicações Sociais, celebrado em 1º de
junho próximo:
“Desarmemos a comunicação de todo preconceito, rancor, fanatismo e ódio; purifiquemo-la da agressividade. Não precisamos de uma comunicação estrondosa e muscular, mas de uma comunicação capaz de ouvir, de acolher a voz dos frágeis que não têm voz. Desarmemos as palavras e ajudaremos a desarmar a Terra. Uma comunicação desarmada e desarmante permite-nos partilhar uma visão diferente do mundo e agir de modo coerente com a nossa dignidade humana.”
"Vocês
estão na linha de frente narrando conflitos e esperanças de paz, situações de
injustiça e pobreza, e o trabalho silencioso de muitos por um mundo melhor. Por
isso, peço-lhes que escolham com consciência e coragem o caminho da comunicação
da paz", concluiu o Papa Leão XIV.
Mariangela Jaguraba – Vatican News
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