que institui nova Lei Geral do Licenciamento
Ambiental
A Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nesta terça-feira, 27 de maio,
uma nota pública em que denuncia a gravidade do Projeto de Lei 2.159/2021, que institui uma nova Lei
Geral do Licenciamento Ambiental. Aprovado pelo Senado Federal em 21 de maio, o
texto segue agora para tramitação final na Câmara dos Deputados. Para a
Presidência da CNBB, a proposta representa um “grave retrocesso” nas políticas
ambientais do país.
A entidade se
une a diversas organizações da sociedade civil, movimentos sociais, comunidades
tradicionais e povos originários ao denunciar que o projeto desmonta mecanismos
essenciais de controle e prevenção de danos socioambientais.
“O que se aprova, na prática, é a institucionalização da flexibilização dos mecanismos de proteção da vida, das águas, das florestas e dos povos originários”, afirma a nota assinada pela presidência da CNBB.
Entre os
principais pontos criticados estão a possibilidade de dispensa do licenciamento
para empreendimentos autodeclarados de baixo impacto, a adoção do modelo de
“licença por adesão e compromisso” e o enfraquecimento da participação popular
nas decisões sobre projetos com potencial impacto ambiental.
Para a
Presidência da CNBB, tais medidas podem abrir caminho para a impunidade e
favorecer a repetição de tragédias como as de Mariana e Brumadinho, além de
acelerar o desmatamento e a degradação dos biomas brasileiros.
A nota faz
referência à encíclica Laudato Si’, do Papa Francisco, reforçando que a proteção
ambiental é uma dimensão fundamental da justiça social. “Não há justiça social
sem justiça ambiental”, pontua o texto, que também convoca católicos e cidadãos
a se posicionarem contra a proposta e pressionarem os parlamentares pela sua
rejeição.
O apelo ganha
força em um momento simbólico: o décimo aniversário da Laudato Si’, a
Campanha da Fraternidade de 2025 dedicada à Ecologia Integral e a aproximação
da COP30, conferência climática da ONU que será sediada pelo Brasil. A CNBB
conclama os fiéis a reafirmarem seu compromisso com o cuidado da Casa Comum e
os direitos das futuras gerações.
Confira (aqui)
a nota na íntegra.
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