terça-feira, 20 de maio de 2025

O terço no mês de Maio:

um caminho de amor com Maria
 

O mês de maio é, para a Igreja, um tempo especialmente dedicado a Nossa Senhora. É um período em que florescem, não só nos jardins, mas também nos corações dos fiéis, as expressões mais simples e profundas da devoção mariana. Entre todas as práticas de piedade que marcam este tempo, o Santo Terço ocupa um lugar central, como oração que une, consola e conduz o povo de Deus à contemplação do mistério de Cristo com os olhos e o coração de Maria. 

Maio é chamado, com carinho, de “mês de Maria”. Desde o século XIII, quando os cristãos começaram a associar esse mês às flores e à primavera (no hemisfério norte), ele passou a ser visto como um tempo de oferenda espiritual à Mãe de Deus. Ao longo da história da Igreja, essa tradição se firmou, e o Terço tornou-se o símbolo mais expressivo dessa entrega filial. 

Rezar o Terço em maio é, portanto, uma forma de homenagear Maria, mas também de responder ao seu convite materno: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5). Cada Ave-Maria rezada é como uma flor depositada aos pés da Mãe, que as recolhe com ternura e as apresenta a seu Filho. 

O Terço é uma oração popular, acessível a todos — crianças, idosos, famílias, comunidades — mas também profunda em seu conteúdo. Ao percorrer os mistérios da vida de Jesus com Maria, somos introduzidos ao coração do Evangelho. 

É por isso que São João Paulo II afirmou, na Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae, que o Terço é uma “oração cristológica”, ou seja, centrada em Cristo. Maria nos guia pela mão e nos ajuda a contemplar, com amor, os grandes momentos da história da salvação: a Encarnação, a Paixão, a Ressurreição, a vida nova no Espírito. 

O Terço também é uma oração que brota da dor e do clamor do povo. Em Fátima, Nossa Senhora pediu insistentemente: “Rezem o Terço todos os dias pela paz do mundo e pelo fim da guerra”. Hoje, essa súplica continua atual. Em tempos de incerteza, conflitos e violência, o Terço nos devolve à confiança e nos ensina que, com Maria, nunca estamos sozinhos. 

Além disso, o Terço tem um poder especial de unir as famílias e as comunidades. Quantas vezes uma avó ou mãe foi o elo que manteve viva a fé através dessa prática! Ao rezarmos juntos, pais e filhos, vizinhos e irmãos de fé, formamos uma verdadeira corrente de oração que sustenta a Igreja e o mundo. 

Rezar o Terço diariamente em maio não é apenas uma repetição de palavras, mas uma escola de fé, silêncio e escuta. Cada dezena nos convida a meditar, cada Ave-Maria nos ensina a humildade, cada glória nos eleva à esperança. 

É uma oração que nos transforma aos poucos, à maneira de Maria: no silêncio, na perseverança, na ternura e na confiança absoluta em Deus. 

Neste mês de maio, renovemos nossa devoção a Maria com o coração aberto e o Terço nas mãos. Que cada prece seja uma semente de paz plantada no mundo. Que em cada lar se escute a voz suave da Mãe que acolhe, orienta e conduz a Jesus. E que, unidos pelo Terço, possamos proclamar com alegria: “Sou todo teu, ó Maria, e tudo o que tenho é teu!” 

Dom Anuar Battisti - Arcebispo Emérito de Maringá (PR) 

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                                                                        Fonte: cnbb.org.br      Imagem: vaticannews.va

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