as "armas" da paz constroem o futuro e não espalham
morte
Na Mensagem Urbi
et Orbi, Francisco lança um apelo aos responsáveis políticos para que não cedam
à lógica do medo, mas usem os recursos disponíveis para ajudar os necessitados,
combater a fome e promover iniciativas que favoreçam o desenvolvimento. "Estas
são as 'armas' da paz: aquelas que constroem o futuro, em vez de espalhar
morte!"
“A Páscoa é a festa da vida!”
A mensagem "Urbi et orbi" (para a cidade de Roma e para o mundo) do Papa Francisco por ocasião da celebração pascal foi lida por Mons. Diego Ravelli, mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias. Do balcão central da Basílica Vaticana, o Pontífice acenou para os milhares de fiéis na Praça São Pedro e desejou a todos "Feliz Páscoa". O Santo Padre estava acompanhado pelo cardeal-protodiácono, Dominique Mamberti, e pelo presidente da Pontifícia Comissão para o Estado da Cidade do Vaticano e do Governo da Cidade do Vaticano, card. Fernando Vérgez Alzaga.
Do sepulcro
vazio de Jerusalém, escreve o Pontífice, chega até nós um anúncio sem
precedentes: o amor venceu o ódio. A luz venceu as trevas. A verdade
venceu a mentira. O perdão venceu a vingança. Isso não significa que o mal não
desapareceu da história, mas já não lhe pertence o domínio.
“Cristo ressuscitou! Neste anúncio encerra-se todo o sentido da nossa existência, que não foi feita para a morte, mas para a vida. A Páscoa é a festa da vida! Deus criou-nos para a vida e quer que a humanidade ressurja! Aos seus olhos, todas as vidas são preciosas! Tanto a da criança no ventre da mãe, como a do idoso ou a do doente, considerados como pessoas a descartar num número cada vez maior de países.”
Este anúncio de
esperança ressoa hoje ainda mais forte enquanto vemos todos os dias os inúmeros
conflitos que ocorrem em diferentes partes do mundo. "Quanta violência
vemos com frequência também nas famílias, dirigida contra as mulheres ou as
crianças! Quanto desprezo se sente por vezes em relação aos mais fracos,
marginalizados e migrantes!", escreve com pesar Francisco, que formula os
seus votos:
"Neste dia,
gostaria que voltássemos a ter esperança e confiança nos outros" e "a
ter esperança de que a paz é possível!" O Santo Padre então elenca os
vários países e regiões em conflito, a partir da Terra Santa, onde este
ano católicos e ortodoxos celebram a Páscoa juntos, manifestando preocupação
com o crescente clima de antissemitismo e definindo como "dramática e
ignóbil" a situação humanitária em Gaza.
As
"armas" da paz
O Papa estende
seus votos de paz a todo o Oriente Médio, de modo especial ao Líbano, à Síria e
ao Iêmen. Paz também para o Sul do Cáucaso e aos povos africanos vítimas
de violências, especialmente a República Democrática do Congo, o Sudão, o Sudão
do Sul, o Chifre da África e a Região dos Grandes Lagos. Na Ásia, o
pensamento de Francisco vai a Mianmar, que além do conflito armado
sofre com as consequências do terremoto.
"Não é
possível haver paz sem um verdadeiro desarmamento! A necessidade que cada povo
sente de garantir a sua própria defesa não pode transformar-se numa corrida
generalizada ao armamento", acrescenta o Pontífice, que renova o pedido
para que os recursos disponíveis sejam utilizados para ajudar os necessitados,
combater a fome e promover iniciativas que favoreçam o desenvolvimento.
"Estas são as 'armas" da paz: aquelas que constroem o futuro, em vez
de espalhar morte!", diz ainda o Papa, apelando que não se ceda à lógica
do medo.
"Que o
princípio da humanidade nunca deixe de ser o eixo do nosso agir quotidiano.
Perante a crueldade dos conflitos que atingem civis indefesos, atacam escolas e
hospitais e agentes humanitários, não podemos esquecer que não são atingidos
alvos, mas pessoas com alma e dignidade." Por fim, os votos de
que neste ano jubilar a Páscoa seja uma ocasião para libertar os
prisioneiros de guerra e os presos políticos.
“Queridos irmãos e irmãs, na Páscoa do Senhor, a morte e a vida enfrentaram-se num admirável combate, mas agora o Senhor vive para sempre. Feliz Páscoa para todos!”
Ao final, o Papa
concedeu a bênção apostólica e saudou os fiéis do papamóvel.
Bianca Fraccalvieri - Vatican News
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