Leitura do livro dos Atos dos Apóstolos
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- Dai graças ao Senhor porque ele é bom! / “Eterna é a sua misericórdia!”
- Dai graças ao Senhor porque ele é bom! / “Eterna é a sua misericórdia!”
- A casa de Israel agora o diga: / “Eterna é a sua misericórdia!” / A casa de Aarão agora o diga: / “Eterna é a sua misericórdia!” / Os que temem o Senhor agora o digam: / “Eterna é a sua misericórdia!”
- “A pedra que os pedreiros rejeitaram / tornou-se agora a pedra angular. / Pelo Senhor é que foi feito tudo isso: / que maravilhas ele fez a nossos olhos! / Este é o dia que o Senhor fez para nós, / alegremo-nos e nele exultemos!
- Ó Senhor, dai-nos a vossa salvação, / ó Senhor, dai-nos também prosperidade!” / Bendito seja, em nome do Senhor, / aquele que em seus átrios vai entrando! / Desta casa do Senhor vos bendizemos. / Que o Senhor e nosso Deus nos ilumine!
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2ª Leitura: Ap 1,9-13.17-19
Leitura do Livro do Apocalipse
A Páscoa de cada semana
O cristão começa a semana com cara de domingo e não de segunda-feira. Pois, como diz o próprio nome, a segunda-feira é o segundo dia da semana. O primeiro é o domingo, por diversas razões.
Na liturgia do 2° domingo pascal, o autor do Apocalipse faz questão de dizer que ele teve a sua visão no “primeiro dia da semana”, no domingo (2ª leitura). É o dia da ressurreição: o que ele vê, na sua visão, é “o morto que está vivo”, Cristo ressuscitado. É o dia da celebração: ele vê uma liturgia celeste em honra de Jesus, o Cordeiro pascal imolado por nós.
Também o evangelho de hoje nos fala, por duas vezes, do primeiro dia da semana. A primeira cena deste evangelho situa-se no próprio dia da Páscoa, quando Jesus aparece aos discípulos, mostrando-se ressuscitado e vivo, para derramar sobre eles o Espírito Santo, que lhes dá o poder de tirar o pecado do mundo, como ele mesmo tinha feito. A segunda cena ocorre “oito dias depois” (portanto, outra vez no primeiro dia da semana), quando Jesus aparece para se mostrar a Tomé e confirmar a sua fé.
O primeiro dia da semana é o dia de Jesus e de Deus, domingo, dies Domini, dia do Senhor. Lembra o primeiro dia da criação, quando Deus criou a luz. A ressurreição de Jesus é novo primeiro dia da criação, nova luz que surge sobre o mundo. E cada domingo é, para o cristão, a comemoração dessa luz pascal e dessa nova criação. Nós mesmos somos criaturas novas, chamadas à vida na luz – a luz de Cristo morto e ressuscitado.
O domingo é páscoa semanal, dia da comunidade, lembrete da nova criação que nós somos em Cristo. Não só pessoalmente, mas como comunidade, chamada a dar um novo tom ao mundo. Os habitantes de Jerusalém perceberam essa novidade. Muitos aderiram à comunidade e todo o povo a elogiava, diz a 1ª leitura de hoje. Também hoje, o mundo deve perceber essa novidade no novo rumo que os cristãos imprimem à história, transformando-a de história de opressão em história de libertação. O domingo, com seu descanso físico, sua alegria espiritual e sua comunhão na celebração, deve alimentar em nós esta existência pascal nova e formadora.
Israel celebra o dia santo no sábado, dia do descanso de Deus depois de completada a criação. É um símbolo religioso muito profundo. O próprio Jesus observava normalmente o sábado, tomando, porém, a liberdade de fazer curas ou permitir colher espigas, porque a que Deus criou deve também ser conservada no dia de sábado… Os cristãos escolheram como dia santo o dia depois do sábado, o dia da Ressurreição, da restauração da vida, pensando não tanto na criação acabada, mas na novidade de vida inaugurada por Jesus. Por isso, os Pais da Igreja chamaram este dia de “oitavo dia”: ele está fora da sequência dos sete dias da semana, é de outro nível. Simboliza o tempo novo e definitivo. Será que isso se reconhece na maneira em que celebramos o domingo?
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PE. JOHAN KONINGS nasceu na Bélgica em 1941, onde se tornou Doutor em Teologia pela Universidade Católica de Lovaina, ligado ao Colégio para a América Latina (Fidei Donum). Veio ao Brasil, como sacerdote diocesano, em 1972. Em 1985 entrou na Companhia de Jesus (Jesuítas) e, desde 1986, atuou como professor de exegese bíblica na FAJE, Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Faleceu no dia 21 de maio de 2022. Este comentário é do livro “Liturgia Dominical, Editora Vozes.
Reflexão em vídeo do frei Felipe Carretta
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