peçamos a
graça de reencontrar o caminho rumo a Deus
Na catequese
desta quarta-feira (16/04), Francisco iniciou uma nova etapa nos ciclo de
catequese: "Jubileu 2025. Jesus Cristo Nossa Esperança", que, a
partir de agora, volta-se às parábolas de Jesus. Segundo o Santo Padre, esses
relatos “tocam também a nossa vida e provocam-nos”.
O texto da catequese do Papa Francisco, preparado para a Audiência Geral desta quarta-feira, 16 de abril, que está suspensa devido ao período de convalescença do Santo Padre, foi disponibilizado pela Sala de Imprensa da Santa Sé. "Depois de ter meditado sobre os encontros de Jesus com alguns personagens do Evangelho", introduz o Papa, "gostaria de refletir sobre algumas parábolas".
A narrativa de
Jesus sobre o Filho Pródigo, talvez uma das mais conhecidas do Evangelho (cf.
Lc 15, 1-3.11-32), que apresenta também a figura do filho mais velho e do pai
misericordioso, foi escolhida por Francisco como tema da reflexão, que logo no
início convidou os fiéis a se colocarem pessoalmente dentro da narrativa: “onde
estou eu nesta narração?”.
Uma mensagem de
esperança
Segundo o
Pontífice, a parábola, dirigida aos fariseus e escribas que criticavam Jesus
por se aproximar dos pecadores, revela um núcleo central do Novo Testamento: a
misericórdia de Deus.
“O Evangelho quer confiar-nos uma mensagem de esperança, porque nos diz que, onde quer que nos tenhamos perdido, seja como for que nos tenhamos perdido, Deus vem sempre à nossa procura!”
Francisco
compara as formas como podemos nos perder na vida com os personagens das
parábolas: como a ovelha que se desvia por cansaço, a moeda esquecida no chão
ou os dois filhos – o mais novo, que abandona a casa por egoísmo, e o mais
velho, que permanece por dever, mas sem amor verdadeiro.
A maturidade do
amor
O Pontífice
alerta sobre o risco de relações superficiais, baseadas no egoísmo ou na ilusão
de autonomia. “O filho mais novo [...] tem fome de afeto, quer ser amado. Mas o
amor é um dom precioso, deve ser tratado com cuidado”, adverte. Porém, em vez
disso, ele o desperdiça, tentando preencher o vazio com falsas promessas.
“O amor é sempre
um compromisso, há sempre algo que devemos perder para ir ao encontro do
outro”, afirmou, numa das passagens centrais da catequese. Essa entrega,
segundo Francisco, é a chave para viver relacionamentos verdadeiros – seja com
o próximo, seja com Deus.
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A pintura de Rembrandt citada pelo Papa |
A verdadeira
libertação
Ao refletir
sobre a volta do filho pródigo, o Papa lembra a famosa pintura de Rembrandt,
destacando dois detalhes simbólicos: a cabeça rapada do filho, sinal de
penitência e renascimento, e as mãos do pai, uma masculina e outra feminina,
expressando a força e a ternura do perdão.
Por fim,
Francisco chama atenção para o filho mais velho, que, apesar de nunca ter saído
de casa, estava distante do coração do pai: ressentido, infeliz, incapaz de se
alegrar com o retorno do irmão. “É precisamente o filho mais velho que acaba
por correr o risco de permanecer fora de casa, pois não partilha a alegria do
pai”, comentou. Mas o pai, imagem do próprio Deus, sai ao encontro dos dois.
Não força, não impõe: apenas convida e deixa a porta aberta. “Com efeito, esta
é a razão da esperança: podemos esperar, pois sabemos que o Pai nos espera, nos
vê de longe e deixa sempre a porta aberta.” E conclui:
“Amados irmãos e irmãs, perguntemo-nos então onde nos encontramos nesta maravilhosa narração. E peçamos a Deus Pai a graça de poder, também nós, encontrar o caminho de volta para casa.”
Thulio Fonseca – Vatican News
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