a Missa e a Procissão não serão celebradas
A Sala de Imprensa da
Santa Sé informa que a decisão está relacionada à saúde do Papa e às
necessidades litúrgicas específicas da cerimônia. A Igreja celebra a Solenidade
de Corpus Christi na próxima quinta-feira, 16 de junho.
A dor no joelho que vem
condicionando os compromissos do Papa há dias, mais recentemente o adiamento da
viagem apostólica à África prevista para a primeira semana de julho, mais uma
vez muda a agenda das celebrações papais. A Solenidade de Corpus Christi, com
a procissão com a Hóstia consagrada, uma das festas mais importantes e entre os
momentos mais intensos de oração que tem sua origem no século XIII, não será
celebrada. De fato, na manhã desta segunda-feira, 13 de junho, a Sala de
Imprensa vaticana, numa comunicação aos jornalistas, informou que "devido
às limitações impostas ao Papa pela gonialgia" (dor no joelho) e
"pelas necessidades litúrgicas específicas da celebração, a Santa Missa e
a Procissão com a Bênção Eucarística não serão celebradas por ocasião da Festa
de Corpus Christi".
Portanto, não apenas a
intenção de proteger os resultados que o tratamento médico está trazendo, mas
também pelo fato de se tratar de uma celebração muito exigente, que ocorrerá na
quinta-feira, 16 de junho. Já nos últimos dois anos, devido à ameaça da
pandemia da Covid 19, a Missa na Solenidade que recorda a presença real de
Jesus na Eucaristia havia sido celebrada com um limitado número de fiéis no
Altar da Cátedra da Basílica de São Pedro e não no cenário tradicional da Basílica
de São João de Latrão, com a procissão até Santa Maria Maior, ou mesmo em
locais de periferia como aconteceu em 2018, com a celebração em Ostia, e em 2019, no bairro romano de Casal Bertone.
O Magistério de Francisco
Ao longo dos anos, o Papa
Francisco tem enfatizado vários aspectos desta Solenidade. Em primeiro lugar, a
força de se gastar pelos outros que vem precisamente da Eucaristia:
"Quantas mães,
quantos pais, juntamente com o pão quotidiano cortado sobre a mesa de casa,
repartiram o seu coração para fazer crescer os filhos, e fazê-los crescer bem!
Quantos cristãos, como cidadãos responsáveis, repartiram a própria vida para
defender a dignidade de todos, especialmente dos mais pobres, marginalizados e
discriminados!" (Homilia de Corpus Christi, 26 de maio de 2016)
No ano anterior, Francisco
havia destacado que o que nos permite não desagregar-nos é precisamente a
Eucaristia:
"Cristo presente no
meio de nós, no sinal do pão e do vinho, exige que a força do amor ultrapasse
todas as dilacerações e, ao mesmo tempo, que se torne comunhão inclusive com o
mais pobre, sustentáculo para quem é frágil, atenção fraterna a quantos têm
dificuldade de carregar o peso da vida quotidiana, e correm o perigo de perder
a própria fé." (Homilia de Corpus Christi, 4 de junho de 2015)
A Eucaristia não é um
memorial abstrato, mas um memorial vivo do amor de Deus, um sacramento inscrito
no DNA espiritual, lembrou o Santo Padre no Corpus Christi de 2017:
"A Eucaristia é
o sacramento da unidade. Quem a recebe não pode deixar de ser artífice de
unidade, porque nasce nele, no seu «DNA espiritual», a construção da unidade.
Que este Pão de unidade nos cure da ambição de prevalecer sobre os
outros, da ganância de entesourar para nós mesmos, de fomentar discórdias e
disseminar críticas; que desperte a alegria de nos amarmos sem rivalidades, nem
invejas, nem murmurações maldizentes." (Homilia de Corpus Christi, 18 de junho de 2017).
E também em 2013 o aspecto
da comunhão havia sido central, enquanto em 2014 o Papa havia advertido contra
os vários tipos de alimentos que são oferecidos:
"Mas o único alimento
que nos nutre verdadeiramente e que nos sacia é aquele que o Senhor nos
concede! O alimento que o Senhor nos oferece é diferente dos demais, e talvez
não nos pareça tão saboroso como determinadas comidas que o mundo nos oferece.
Então, sonhamos outras refeições, como os hebreus no deserto, que tinham
saudades da carne e das cebolas que comiam quando estavam no Egito,
esquecendo-se, contudo, que comiam aqueles pratos na mesa da escravidão." (Homilia de Corpus Christi, 19 de junho de 2014)
.................................................................................................................................................. Fonte: vaticannews.va
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