Só Jesus pode saciar
nossa fome de amor
Sob um sol de mais de 30 graus, milhares de
fiéis rezaram o Angelus com o Papa. Na alocução, Francisco falou sobre a
Eucaristia, inspirando-se na Solenidade de Corpus Christi celebrada neste
domingo em alguns países. A Eucaristia não só nos alimenta, mas nos sacia,
disse ele, pois nos dá aquele “a mais” que todos procuramos: a presença do
Senhor!
Diante de milhares de fiéis na Praça São
Pedro, o Papa Francisco falou sobre a solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue
de Cristo, celebrada hoje na Itália e em outros países. A Eucaristia,
instituída na Última Ceia, foi como o ponto de chegada de um percurso, durante
o qual Jesus a antecipou mediante alguns sinais, sobretudo a multiplicação dos
pães.
Jesus cuida da multidão que o seguiu para
ouvir a sua palavra e se libertar de vários males. Abençoa cinco pães e dois
peixes, os parte, os discípulos os distribuem e todos «se saciaram». "Na
Eucaristia, cada um pode experimentar esta amorosa e concreta atenção do
Senhor. Quem recebe com fé o Corpo e o Sangue de Cristo não só come, mas se
sacia", explicou o Papa, detendo-se sobre estes dois aspectos: comer e
saciar-se.
Comer e dar de comer
De acordo com a narração de Lucas, com
o calar da noite, os discípulos aconselharam Jesus a despedir a multidão para
que pudessem achar o que comer. Mas o Mestre quis prover também a esta
necessidade. O milagre dos pães e dos peixes não acontece, porém, de maneira
espetacular, mas quase de maneira reservada, como nas bodas de Caná: o pão
aumenta passando de mão em mão. E enquanto come, a multidão percebe que Jesus
toma conta de tudo.
"Este é o Senhor presente na
Eucaristia: nos chama a ser cidadãos do Céu, mas enquanto isso leva em
consideração o caminho que devemos enfrentar aqui na terra. Se tenho pouco pão
na bolsa, Ele sabe e se preocupa."
Para Francisco, existe o risco de
restringir a Eucaristia numa dimensão vaga, talvez luminosa e perfumada de
incenso, mas distante dos becos da vida cotidiana. Mas na realidade, o Senhor
toma a peito todas as nossas necessidades, a partir daquelas mais elementares.
E quer dar o exemplo aos discípulos, dizendo: «Dai-lhes vós de comer».
"A nossa adoração eucarística tem sua
comprovação quando cuidamos do próximo, como faz Jesus: ao nosso redor há fome
de alimento, mas também de companhia, de consolação, de amizade, de bom humor,
de atenção, nossa fome de evangelização. Isto encontramos no Pão eucarístico: a
atenção de Cristo às nossas necessidades, e o convite a fazer o mesmo com quem
está ao nosso lado. É preciso comer e dar de comer."
Só a presença do Senhor nos sacia
Além de comer, porém, não deve
faltar o estar saciados. A multidão se saciou com a abundância de
alimento, e também com a alegria e a maravilha de tê-lo recebido de Jesus.
Certamente precisamos de nos alimentar,
acrescentou o Pontífice, mas também de nos saciar, ou seja, de saber que a
nutrição nos é dada por amor.
"No Corpo e no Sangue de Cristo,
encontramos a sua presença, a sua vida doada por cada um de nós. Não só
nos dá a ajuda para ir adiante, mas nos dá a si mesmo: se torna o nosso
companheiro de viagem, entra em nossas vicissitudes, visita as nossas solidões,
dando novamente sentido e entusiasmo. Isto nos sacia, isto nos dá aquele
“a mais” que todos procuramos: a presença do Senhor!"
Porque no calor da sua presença, a nossa
vida muda: sem Ele, seria realmente cinza. Adorando o Corpo e o Sangue de
Cristo, peçâmo-Lhe com o coração: “Senhor, dai-me o pão cotidiano para ir
adiante e saciai-me com a vossa presença!”.
"Que a Virgem Maria nos ensine a
adorar Jesus vivo na Eucaristia e a compartilhá-Lo com os nossos irmãos e
irmãs", foi a invocação final de Francisco.
Bianca Fraccalvieri
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Assista:
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Mais de 7 milhões de ucranianos deixaram o país em função da guerra. Combates intensos seguem sendo travados especialmente no sul. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia declarou que "a Ucrânia como a conhecíamos, dentro daquelas fronteiras, já não existe mais. E não existirá mais. Isso é óbvio".
“Que faço hoje pelo povo ucraniano? Rezo?
Empenho-me? Procuro entender? Que faço hoje pelo povo ucraniano? Cada um
responda no próprio coração.”
Antes de se despedir dos fiéis na Praça São
Pedro, o Papa Francisco voltou a dirigir seu pensamento à martirizada Ucrânia e
à população que está sofrendo.
E não esqueçamos do martirizado povo
ucraniano neste momento, povo que está sofrendo. Gostaria que permanecesse em
todos vocês uma pergunta: o que estou fazendo hoje pelo povo ucraniano?
Esse foi mais um dos tantos apelos do Santo
Padre, por uma situação que parece não ter fim. De fato, Sergiy Gaiday -
governador de Lugansk, região do leste da Ucrânia, palco de intensos combates
com a Rússia - afirmou que a situação atual é "difícil na cidade de
Lysychansk e na região como um todo", pois os russos estão bombardeando as
tropas ucranianas 24 horas por dia; De Lysychansk, a artilharia ucraniana está
disparando em direção a Severodonetsk, onde a fumaça sobe da fábrica de Azot e
as tropas russas disparam projéteis e foguetes.
A visita relâmpago de Zelensky ao sul
No sábado, 18, a visita surpresa do
presidente ucraniano a Mykolaiv e Odessa, os dois centros estratégicos do Mar
Negro, onde se encontrou com as tropas. Retornando em uma mensagem de vídeo no
Instagram, afirmou: "Não entregaremos o sul a ninguém".
Perspectiva dramática de longo prazo
"A guerra na Ucrânia pode durar anos”,
afirmou por sua vez o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, em entrevista
publicada neste domingo pelo jornal alemão Bild. "Devemos estar preparados
para durar anos", disse ele, sugerindo de "não enfraquecer o apoio à
Ucrânia, mesmo que os custos sejam altos, não apenas em termos de apoio
militar, mas também devido ao aumento dos preços da energia e da comida".
No entanto, de acordo com Stoltenberg, "os custos de alimentos e
combustível não são nada comparados aos pagos diariamente pelos ucranianos na
linha de frente. Além disso, se o presidente russo Vladimir Putin alcançar seus
objetivos na Ucrânia, como quando anexou a Crimeia em 2014, teremos que pagar
um preço ainda maior”, advertiu. Nesse contexto, o secretário-geral da
Otan pediu aos países da aliança que continuem entregando armas a Kiev. A
região leste da Ucrânia está atualmente parcialmente sob controle das forças
russas.
A posição de Moscou
A porta-voz do Ministério das Relações
Exteriores da Rússia declarou que "a Ucrânia como a conhecíamos, dentro
daquelas fronteiras, já não existe mais. E não existirá mais. Isso é
óbvio".
À medida que o conflito se agrava, Maria
Zakharova descarta qualquer perspectiva de negociação voltando a falar em uma
entrevista à Sky News Arabia. Deixa claro mais uma vez que Moscou não recuará,
uma vez que seus objetivos no terreno sejam alcançados.
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O "grito" de Mianmar nas orações
do Papa
“Uno-me ao apelo dos bispos daquela amada
terra, para que a comunidade internacional não se esqueça da população
birmanesa, para que a dignidade humana e o direito à vida sejam respeitados,
assim como os lugares de culto, os hospitais e as escolas", disse Francisco
ao final do Angelus. Papa recordou ainda os novos beatos espanhóis.
Ao final do Angelus deste domingo,
Francisco falou ainda de Mianmar, país que visitou em 2017 e de onde “chega
ainda o grito” de tantas pessoas às quais falta a assistência humanitária de
base e que são obrigadas a deixar suas casas porque incendiadas e para fugir da
violência.
“Uno-me ao apelo dos bispos daquela amada terra, para que a comunidade internacional não se esqueça da população birmanesa, para que a dignidade humana e o direito à vida sejam respeitados, assim como os lugares de culto, os hospitais e as escolas. E abençoo a comunidade birmanesa na Itália, hoje aqui representada.”
Um aplauso aos novos beatos!
O Papa recordou ainda a beatificação em
Sevilha, na Espanha, de alguns religiosos da família dominicana: Ângelo Marina
Alvarez e 19 companheiros; João Aguilar Donis e 4 companheiros, da Ordem dos
frades pregadores; Isabel Sánchez Romero, monja idosa da Ordem de São Domingo,
e Frutuoso Pérez Marquez, leigo terciário dominicano. Todos mortos por ódio à
fé na perseguição religiosa que se verificou na Espanha no contexto da guerra
civil no século passado.
“O seu testemunho de adesão a Cristo e o
perdão pelos seus assassinos nos mostram a via da santidade e nos encorajam a
fazer da vida uma oferta de amor a Deus e aos irmãos. Um aplauso aos novos
beatos!”
Bianca Fraccalvieri
.................................................................................................................................................. Fonte: vaticannews.va
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