sexta-feira, 3 de junho de 2022

Solenidade de Pentecostes:

Leituras e Reflexão

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1ª Leitura:  At 2,1-11

Leitura dos Atos dos Apóstolos:

Quando chegou o dia de Pentecostes, os discípulos estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um barulho como se fosse uma forte ventania, que encheu a casa onde eles se encontravam. Então apareceram línguas como de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito os inspirava. Moravam em Jerusalém judeus devotos, de todas as nações do mundo. Quando ouviram o barulho, juntou-se a multidão, e todos ficaram confusos, pois cada um ouvia os discípulos falar em sua própria língua. Cheios de espanto e admiração, diziam: “Esses homens que estão falando não são todos galileus? Como é que nós os escutamos na nossa própria língua? Nós, que somos partos, medos e elamitas, habitantes da Mesopotâmia, da Judeia e da Capadócia, do Ponto e da Ásia, da Frígia e da Panfília, do Egito e da parte da Líbia próxima de Cirene, também romanos que aqui residem; judeus e prosélitos, cretenses e árabes, todos nós os escutamos anunciarem as maravilhas de Deus em nossa própria língua!”

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Responsório: Sl 103
- Enviai o vosso Espírito, Senhor,/ e da terra toda a face renovai!
- Enviai o vosso Espírito, Senhor,/ e da terra toda a face renovai!

- Bendize, ó minha alma, ao Senhor!/ Ó meu Deus e meu Senhor, como sois grande!/ Quão numerosas, ó Senhor, são vossas obras!/ Encheu-se a terra com as vossas criaturas!

- Se tirais o seu respiro, elas perecem/ e voltam para o pó de onde vieram./ Enviais o vosso espírito e renascem/ e da terra toda a face renovais.

- Que a glória do Senhor perdure sempre,/ e alegre-se o Senhor em suas obras!/ Hoje seja-lhe agradável o meu canto,/ pois o Senhor é a minha grande alegria!

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2ª Leitura: 1Cor 12,3b-7.12-13

Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios:

Irmãos: Ninguém pode dizer: Jesus é o Senhor, a não ser no Espírito Santo. Há diversidade de dons, mas um mesmo é o Espírito. Há diversidade de ministérios, mas um mesmo é o Senhor. Há diferentes atividades, mas um mesmo Deus que realiza todas as coisas em todos. A cada um é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum. Como o corpo é um, embora tenha muitos membros, e como todos os membros do corpo, embora sejam muitos, formam um só corpo, assim também acontece com Cristo. De fato, todos nós, judeus ou gregos, escravos ou livres, fomos batizados num único Espírito, para formarmos um único corpo, e todos nós bebemos de um único Espírito.

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Evangelho: Jo 20,19-23

Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo-se no meio deles, disse: “A paz esteja convosco”. Depois dessas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor. Novamente, Jesus disse: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio”. E, depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem não os perdoardes, eles lhes serão retidos”.

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Reflexão de José Antônio Pagola:

Só o Espírito de Jesus nos converte em Igreja viva

João teve um cuidado especial com a cena em que Jesus vai confiar a seus discípulos sua missão. Ele quer deixar bem claro o que é essencial. Jesus está no centro da comunidade, cumulando todos com sua paz e alegria. Mas aos discípulos, espera-lhes uma missão. Jesus não os convidou só para desfrutar dele, mas para fazê-lo presente no mundo.

Jesus os “envia”. Não lhes diz em concreto a quem devem ir, o que devem fazer ou como hão de atuar: “Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio”. Sua tarefa é a mesma de Jesus. Não têm outra: a que Jesus recebeu do Pai. Eles têm que ser no mundo o que Ele foi.

Eles viram de quem Ele se aproximava. Como Ele tratava os mais desvalidos, como levou adiante seu projeto de humanizar a vida, como semeou gestos de libertação e de perdão. As feridas de suas mãos e seu lado lembram-lhes sua entrega total. Jesus os envia agora para que “reproduzam” sua presença entre as pessoas do mundo inteiro.

Mas sabe que seus discípulos são frágeis. Mais de uma vez ficou surpreso com sua “pouca fé”. Precisam de seu próprio Espírito para cumprir sua missão. Por isso dispõe-se a fazer com eles um gesto muito especial. Não lhes impõe as mãos, nem os abençoa, como fazia com os enfermos e os pequenos: “Sopra sobre eles e lhes diz: “Recebei o Espírito Santo”.

O gesto de Jesus tem uma força que nem sempre sabemos captar. Segundo a tradição bíblica, Deus modelou Adão com barro; depois soprou sobre Ele seu “sopro de vida”, e aquele barro converteu-se num “vivente”. Isso é o ser humano: um pouco de barro animado pelo espírito de Deus. E a Igreja será sempre isso: barro animado pelo Espírito de Jesus.

Crentes frágeis e de pouca fé: cristãos de barro, teólogos de barro, sacerdotes e bispos de barro, comunidades de barro … Só o Espírito de Jesus nos converte em Igreja viva. As zonas em que seu Espírito não é acolhido permanecem “mortas”. Prejudicam a todos nós, pois nos impedem de atualizar sua presença viva entre nós. Muitos não podem captar em nós a paz, a alegria e a vida renovada por Cristo. Não devemos batizar só com água, mas infundir o Espírito de Jesus. Não só temos de falar de amor, mas amar as pessoas como Ele as amou.

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JOSÉ ANTONIO PAGOLA cursou Teologia e Ciências Bíblicas na Pontifícia Universidade Gregoriana, no Pontifício Instituto Bíblico de Roma e na Escola Bíblica e Arqueológica Francesa de Jerusalém. É autor de diversas obras de teologia, pastoral e cristologia. Atualmente é diretor do Instituto de Teologia e Pastoral de São Sebastião. Este comentário é do livro “O Caminho Aberto por Jesus”, da Editora Vozes.

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Reflexão em vídeo de Frei Gustavo Medella:


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                                            Reflexões e ilustração: franciscanos.org.br        Banner: cnbb.com.br

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