cuidado com a "espiritualidade do espelho", é preciso ir além
O Papa recebeu em audiência os missionários
combonianos reunidos em Capítulo até 30 de junho, em Roma. E insistiu no
aspecto do "ir além" e evitar a tentação da autorreferencialidade.
O estilo do missionário foi o tema o
discurso do Papa aos participantes do Capítulo Geral dos Missionários
Combonianos do Coração de Jesus, recebidos em audiência este sábado. Francisco
inclusive foi convidado pelos capitulares a celebrar em eles a festa do Sagrado
Coração na próxima sexta-feira. “Agradeço”, respondeu, mas “participarei com a
oração”.
Ir além ou "kaputt"
"Eu sou a videira, vós sois os
ramos" é o tema do 19º Capítulo, que inspirou o discurso do Santo Padre. O
Papa recordou as palavras de Jesus aos discípulos, que nada podem fazer sem
Ele. “Se estivermos bem presos à videira, a seiva do Espírito passa de Cristo
até nós e qualquer coisa façamos trará fruto, porque não é obra nossa, mas o amor
de Cristo que atua através de nós.”
Francisco insistiu no aspecto do "ir
além" e evitar a tentação da autorreferencialidade.
"Mas quando começamos com esta
psicologia, espirtiualidade do espelho, deixamos de ir além e voltamos sempre
para o nosso coração que esta doente: todos temos o nosso coração doente e a
graça de Deus nos salva. Sem a graça, 'kaputt' (arruinado). Importante é isto
com o Espírito, ir além."
Este é o segredo da vida cristã,
acrescentou Francisco, em particular na missão, aonde quer que seja, Europa,
África ou outros continentes. O missionário é o discípulo que está tão unido ao
Mestre que as suas mãos, a sua mente e o seu coração são “canais” do amor de
Cristo. Não é um proselisita. E o que levam em missão? A misericórdia, a compaixão
e a ternura.
“A misericórdia, a ternura, é uma linguagem
universal, que não conhece confins”, afirmou o Papa.
O "inferno" de algumas
comunidades
O estilo de Deus, todavia, deve ser vivido
em comunidade, que é outro aspecto que está sendo debatido pelos capitulares
através de quatro temas: regra de vida, formação, ministerialidade e comunhão
dos bens.
"Tantas vezes vemos que algumas
comunidades religiosas são um verdadeiro inferno, um infermo de ciúmes, de luta
de poder e o amor onde está?", questionou o Pontífice, recordando a
importância de testemunhar o amor, que é o que atrai as pessoas.
“Gostaria de ressaltar que também aqui, no
trabalho sobre estes quatro aspectos – entre eles interligados – é preciso que
tudo seja feito na docilidade do Espírito, de modo que as necessárias
planificações, projetos e iniciativas, tudo responda às exigências da
evangelização.”
Francisco conclui abençoando os combonianos
e desejando um bom prosseguimento dos trabalhos.
O XIX Capítulo Geral está em andamento até
o dia 30 de junho, na Casa Geral da Instituto, em Roma. Os participantes
capitulares são sessenta e nove, mais quatro observadores. São de 24
nacionalidades diferentes: 30 africanos, 28 europeus, 11 americanos. Os países
de origem com mais capitulares são: Itália (13), Uganda (7), RD Congo (6),
México, Espanha e Portugal.
Bianca Fraccalvieri
O Pontífice entregou um discurso aos
paulinos reunidos em Capítulo, cujo tema central foi a comunicação. Depois dos
primeiros tempos de “euforia” pelas novidades tecnológicas, escreve o Papa, há
a consciência de que não basta viver “em rede” ou “conectados”, mas é preciso
ver até que ponto a nossa comunicação, enriquecida pelo ambiente digital,
efetivamente cria pontes e contribui para a construção da cultura do encontro.
Membros da Sociedade de São Paulo
(Paulinos) estão reunidos em Capítulo até amanhã, 19 de junho. Trata-se da
XI edição, realizada na Casa do Divino Mestre, nos arredores de Roma, sobre o
tema «Deixai-vos transformar mudando o vosso modo de pensar» (Rm 12,2).
Chamados a ser artesãos de comunhão para anunciar profeticamente a alegria do
Evangelho na cultura da comunicação.
Os capitulares foram recebidos em audiência
pelo Papa na manhã deste sábado (18/08), aos quais entregou um discurso no qual
nota que o Apóstolo justamente utiliza o termo "transformai-vos" e
não "transformai" o mundo, porque antes somos nós que devemos mudar
para poder transformar o mundo ao nosso redor. Do mesmo modo, o beato Tiago
Alberiore usa a expressão “renovar o modo de pensar”, porque é a mentalidade
que deve ser transformada, convertida e assimilada àquela do Mestre, para poder
contribuir a difundir na sociedade um modo de pensar e viver fundado no
Evangelho.
Trata-se de um grande desafio para os paulinos, de modo especial, cujo carisma é a comunicação. Não é suficiente utilizar os meios de comunicação para propagar a Boa Nova, mas integrar esta mesma mensagem na nova cultura criada pela modernidade.
![]() |
O novo Governo eleito |
Da "euforia" à criação de pontes
Depois dos primeiros tempos de “euforia”
pelas novidades tecnológicas, há a consciência de que não basta viver “em rede”
ou “conectados”, mas é preciso ver até que ponto a nossa comunicação,
enriquecida pelo ambiente digital, efetivamente cria pontes e contribui para a
construção da cultural do encontro.
O modelo para os paulinos permanece sempre
o Apóstolo, que não foi um “herói isolado”, mas sempre agia em colaboração com
seus companheiros. Este estilo de companheirismo deve inspirar também os
membros da Congregação, disse Francisco, propondo duas palavras para a reflexão
dos capitulares: sinodalidade e comunicação.
“Que o horizonte seja sempre aquele de
Paulo, isto é, toda a humanidade do nosso tempo, à qual é destinada o Evangelho
de Cristo, de modo especial aos que estão distantes, indiferentes e até mesmo
hostis.”
Os 61 capitulares elegeram o novo
Superior-geral, que é o italiano Pe. Domenico Soliman, de 56 anos, que se torna
assim o oitavo sucessor de Tiago Alberione. Ele sucede ao brasileiro Padre
Valdir José de Castro. Também foi eleito o novo Governo geral, composto pelo
vigário e outros 5 conselheiros. Entre eles, um é brasileiro, Pe. Valdecir
Pereira Uveda, que comentou a audiência com Francisco:
Bianca Fraccalvieri
.........................................................................................................................................................................
Papa à juventude:
transformar a existência
é dizer "sim" a Jesus
Em um tempo marcado por uma cultura
"líquida" ou até "gasosa", o Papa explicou aos jovens
indianos que a vida se torna plena de sentido e fecunda quando dizemos
"sim" a Jesus.
O Santo Padre recebeu na manhã deste sábado
(18/6), no Vaticano, os líderes juvenis das várias Eparquias siro-malabarenses
da Diáspora e da Visita Apostólica na Europa, que vieram em peregrinação a
Roma, acompanhados de seus Pastores.
Em todas as peregrinações, disse o Papa,
buscamos sobretudo o Senhor Jesus, o Caminho, a Verdade e a Vida, que seguimos
e percorremos seu caminho de amor, o único que conduz à vida eterna. E
explicou:
“Não se trata de um caminho cômodo, mas
fascinante. Jesus nunca nos abandona, nunca nos deixa sozinhos. Se abrirmos
alas para Ele em nossa existência, partilhamos com Ele as alegrias e tristezas
e experimentaremos a paz que só Deus pode dar”.
Uma vida repleta de sentido
Jesus, disse Francisco, não hesitou em
perguntar aos seus discípulos se eles realmente queriam segui-Lo ou se
preferiam seguir outro caminho. Naquele momento, Simão Pedro teve a coragem de
responder: “Senhor, para quem iremos? Somente vós tendes palavras de vida
eterna”.
Por isso, em um tempo marcado por uma
cultura "líquida" ou até "gasosa", o Papa explicou aos
jovens que a vida se torna plena de sentido e fecunda quando dizemos
"sim" a Jesus. Cada um pode se perguntar: “Será que me sinto amado,
gratuitamente, não por meus méritos, mas por puro dom? Eis a experiência que dá
sentido à nossa vida e coragem para dizermos ‘sim’ ao serviço e à
responsabilidade e ‘não’ à superficialidade e ao desperdício”!
Aqui, o Papa recordou aos jovens da
diáspora siro-malabarense que o apóstolo Tomé chegou até às costas do oeste da
Índia para semear o Evangelho, onde nasceram as primeiras comunidades cristãs.
Segundo a tradição, neste ano celebram-se os 1950 anos do martírio de São Tomé,
que, ao tocar as chagas de Jesus, disse: "Meu Senhor e meu Deus!". E
Francisco acrescentou:
“A Igreja é apostólica porque é fundada no
testemunho dos Apóstolos; ela continua a crescer não por proselitismo, mas por
testemunho. Todo batizado participa da sua edificação na medida em que for
testemunha. Vocês também são chamados a ser testemunhas entre seus coetâneos da
diáspora siro-malabarense, mas também entre os que não pertencem à sua
comunidade e os que nem conhecem o Senhor Jesus”.
Há um terreno comum, disse ainda o Papa, em
que todos os jovens se encontram: o desejo de um amor genuíno, belo e grande.
Por isso, exortou-os a descobrir os testemunhos de amor dos santos, de todos os
tempos, que demonstraram que o Cristianismo não consiste em uma série de
proibições, que sufocam o desejo de felicidade, mas um projeto de vida, capaz
de encher o coração.
Rumo à JMJ Lisboa 2023
Ao concluir sua saudação aos líderes da
juventude siro-malabarense, o Santo Padre recordou o tema da próxima Jornada
Mundial da Juventude, que se realizará em Lisboa: "Maria levantou-se e foi
depressa". Desta forma, ao aceitar o anúncio do Anjo com o seu
"sim" para se tornar Mãe do Salvador, Maria foi imediatamente visitar
sua prima Isabel, que estava no sexto mês de gravidez. Ela não se fechou em si,
pensando nos grandes problemas que isso podia acarretar, não ficou paralisada
por orgulho ou medo. Pelo contrário, ao chegar à casa de Isabel entoou o seu
famoso hino, ditado pelo Espírito Santo: o Magnificat!
Por fim, referindo-se à visita de Maria à
sua prima idosa, o Papa disse: “Os jovens têm a força e os idosos a memória e a
sabedoria”. Por isso, “visitem seus parentes idosos; façam de suas vidas um
hino de louvor, participando da Santa Missa e do sacramento da Reconciliação”.
Manoel Tavares
.................................................................................................................................................. Fonte: vaticannews.va
Nenhum comentário:
Postar um comentário