quarta-feira, 22 de junho de 2022

Começa hoje o X Encontro Mundial das Famílias:

que ecoe a voz do Papa Francisco

Nesta quarta-feira tem início o X Encontro Mundial das Famílias: Que as famílias brasileiras possam se reunir durante esta semana para ouvir o que o Papa Francisco irá dizer. Que os agentes de pastoral familiar proporcionem momentos de partilhas entre os casais dos discurso do Santo Padre pois, enfatiza o cardeal Farrell, “na vida conjugal também há santos”.

Quando o Papa fala para as famílias, e diretamente para os casais, "eles escutam. Minha maior expectativa é que isso seja transmitido para todo o mundo", diz o cardeal Farrel.

O Encontro Mundial das Famílias, tem início nesta quarta-feira em Roma. Famílias de todos os lugares irão participar. O cardeal Kevin Farrell, prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, concedeu uma entrevista ao Vatican News antes do Encontro Mundial, com as perspectivas para aqueles que participarão presencialmente e também para aqueles que forem acompanhar de forma virtual. A Exortação Apóstólica pós-sinodal Amoris Laetitia será a base deste encontro.

O cardeal Farrell deseja que este encontro seja uma injeção de vitamina nas famílias católicas: “Acredito que a pandemia certamente causou uma grande ruptura na vida pastoral da Igreja em todos os níveis. E foi impossível por dois anos reunir grupos de pessoas. Era impossível organizar em nossas igrejas encontros de oração, conferências... Por isso, espero que o Encontro Mundial das Famílias que se realizará em Roma seja uma injeção de vitaminas na Igreja."

A expectativa deste encontro é que se “retome a questão da vida familiar, como sempre diz o Papa Francisco. Este é o tema central da Igreja neste momento: matrimônio e vida familiar. É aqui que devemos focar nossa atenção. Fazemos exatamente como o Papa nos pediu, para incutir uma nova vida nele",  sinaliza o prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida.

Sobre o acompanhamento de casais, um passo muito importante precisa ser dado: o de encontrar casais capacitados para o acompanhamento de outros casais. “Muitas pessoas gostariam de pular o primeiro passo, e o primeiro passo é encontrar casais que tenham as qualidades para poder acompanhar outros casais. Você tem que identificar os casais que têm a capacidade de ensinar, corrigir e ministrar a outras pessoas. Temos que selecionar pessoas que são boas no que estão fazendo. Esse é um ponto importante.”

O purpurado recordou ainda das famílias ucranianas “Por exemplo, sabemos que quando o Papa saudar os presentes no Festival das Famílias, também estarão presentes casais da Ucrânia. [Haverá] casais de muitas outras partes do mundo onde há diversas formas de perseguição religiosa e onde há violência, e eles vivem em estado de guerra":

“Quem pode fechar os olhos vendo o sofrimento de famílias, mães com seus filhos, enquanto os pais são deixados na Ucrânia para lutar, viajando para estranhos países estrangeiros onde nunca estiveram antes. Eles não têm familiares. Eles estão totalmente por conta própria. As pessoas não percebem que não é como se eles tivessem mudado toda a sua casa, como se eles tivessem uma dessas empresas de mudanças e mudassem tudo. Eles vão com uma pequena bolsa e não têm nada. A Igreja não podia ignorar essa realidade no mundo.”

Para finalizar, o cardeal Farrell pediu que as famílias ouçam o que o Papa tem dito “O Papa Francisco é amado. Eu acho que quando ele fala para as famílias e diretamente para os casais, eles escutam. Minha maior expectativa é que isso seja transmitido para todo o mundo.”

Que as famílias brasileiras possam se reunir durante esta semana para ouvir o que o Papa Francisco irá dizer. Que os agentes de pastorais familiares proporcionem momentos de partilhas entre os casais, dos discurso do Santo Padre pois, enfatiza o cardeal Farrell, “a vida conjugal também tem santos”.

Nossos canais realizarão as transmissões do X Encontro Mundial das Famílias.

Marília de Paula Siqueira

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Encontro das Famílias:

é necessária
a pastoral vocacional desde a infância até a vida adulta

Inicia nesta quarta-feira (22) o 10º Encontro Mundial das Famílias em Roma. Entrevista com Gabriella Gambino, Subsecretária do Dicastério para Leigos, a Família e a Vida: anunciar hoje a beleza do matrimônio e da família.

Família de Cabo Verde

É grande a expectativa para a abertura do 10° Encontro Mundial das Famílias, que se realiza em Roma de hoje até domingo, 26 de junho. “Amor em família: vocação e caminho de santidade" é o tema desta edição, que começa na parte da tarde com o Festival das Famílias. Estarão presentes cerca de dois mil delegados convidados de 120 países, escolhidos pelas Conferências Episcopais, pelos Sínodos das Igrejas Orientais e pelas realidades eclesiais internacionais. Um encontro que se realiza em um momento difícil para a humanidade, marcada pela pandemia e pela guerra. Gabriella Gambino, subsecretária do Dicastério para Leigos, Família e Vida, promotora do evento, fala ao Vatican News:

Como Subsecretária do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, que esperanças a senhora vê neste evento?

Depois de um ano inteiro dedicado à pastoral familiar, com todo o grande trabalho que foi feito, acho que é realmente hora de 'fazer Igreja' junto com as famílias, pastores e famílias unidas. Trata-se realmente da esperança de um encontro, da esperança de ouvir palavras de encorajamento do Santo Padre para que então, quando este Ano da Família terminar, possamos continuar o nosso caminho juntos. Creio que a grande esperança é precisamente a de iniciar processos de renovação da pastoral familiar para saber ouvir as famílias, para continuar caminhando com elas.

Nesta edição do Congresso, não haverá palestras estruturadas academicamente com conteúdo teológico-doutrinal, mas principalmente um momento de escuta e encontro. Participarão também os filhos dos casais presentes. Quão importante é hoje para as famílias ser protagonistas da pastoral de evangelização também com o envolvimento de seus filhos?

É muito importante porque na realidade a pastoral familiar é exatamente a pastoral das famílias. Toda a família é chamada ao anúncio cristão, e acredito que hoje um dos maiores desafios para nós como pais é justamente transmitir aos nossos filhos a consciência e também a coragem de anunciar Cristo presente em nossas famílias. E também ensinar as crianças a fazê-lo, mesmo que vivamos em um contexto às vezes complexo, que não nos coloca à vontade. Muito importante é que também no nível da abordagem pastoral, comecemos a trabalhar em uma abordagem pastoral mais transversal entre os vários setores - pastoral da infância, pastoral dos jovens, pastoral matrimonial - para que haja uma informação coerente e contínua no caminho vocacional das pessoas desde a infância até a vida adulta.

Formação, acompanhamento, transmissão da fé para as novas gerações, são alguns dos temas. Qual é, de alguma forma, o fio condutor comum desses dias?

O tema fundamental é o anúncio da vocação de cada família, de cada pessoa dentro da família. A família é um caminho de santidade e santificação que cada um de nós tem à sua disposição. A família é um dom que o Senhor nos dá. A palavra-chave, creio eu, seja "realidade", ou seja, partindo da realidade porque cada um de nós deve viver a própria vocação na realidade diária em que estamos inseridos. É importante a formação de formadores que saibam encontrar a realidade das famílias de hoje. É importante que acompanhemos as famílias e especialmente os jovens noivos e casais na realidade que vivem, partindo de sua realidade, para que a partir dalí eles possam descobrir sua vocação e encontrar Cristo. E é importante que aprendamos como transmitir a fé aos jovens a partir da realidade na qual vivem, tendo, portanto, também a coragem de abordar questões que são muito difíceis para nós hoje, sobre as quais estamos às vezes mal preparados. Penso, por exemplo, no ambiente digital dos jovens, no ambiente das redes sociais, dos smartphones, que nos pedem habilidades relacionais especiais, porque a partir daí devemos saber dialogar com os jovens e fazê-los descobrir a fé, mesmo a partir desses contextos.

Na sua opinião, qual é o principal desejo do Papa para as famílias de hoje, partindo da grande atenção que tem dado através da "Amoris laetitia", dos muitos discursos sobre o tema da família, dos vídeos feitos pelo seu Dicastério?

A mensagem que eu acredito ser a mais próxima ao coração do Santo Padre é, de fato, a de anunciar hoje a beleza do matrimônio e da família. Vivemos em contextos sociais onde as novas gerações têm dificuldade de acreditar no matrimônio, têm tantos desafios ao seu redor que os levam por outros caminhos, e precisam do testemunho de famílias confiáveis para dizer-lhes que a vida familiar responde à necessidade de plenitude da pessoa, e que a vida familiar fundada no matrimônio cristão - portanto uma família estável e sólida construída em torno da fé no Senhor que habita em nossos lares e em nossas vidas - é bela e é possível, e não é algo inatingível. Não é um ideal abstrato e por isso um dos temas escolhidos para o Encontro Mundial nestes dias é precisamente o tema da santidade, para que o modelo de algumas famílias santas que já trilharam este caminho antes de nós possa nos mostrar que é possível captar os sinais da presença de Deus em nossas vidas, na realidade que vivemos todos os dias.

Debora Donnini

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