sexta-feira, 17 de junho de 2022

12º Domingo do Tempo Comum:

Leituras e Reflexão

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1ª Leitura:  Zc 12,10-11;13,1

Leitura da Profecia de Zacarias:

Assim diz o Senhor: “Derramarei sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém um espírito de graça e de oração; eles olharão para mim. Ao que eles feriram de morte, hão de chorá-lo, como se chora a perda de um filho único, e hão de sentir por ele a dor que se sente pela morte de um primogênito.

Naquele dia, haverá um grande pranto em Jerusalém, como foi o de Adadremon, no campo de Magedo.

Naquele dia, haverá uma fonte acessível à casa de Davi e aos habitantes de Jerusalém, para ablução e purificação.

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Responsório: Sl 62
- A minh’alma tem sede de vós,/ como a terra sedenta, ó meu Deus!
- A minh’alma tem sede de vós,/ como a terra sedenta, ó meu Deus!

- Sois vós, ó Senhor, o meu Deus!/ Desde a aurora ansioso vos busco!/ A minh’alma tem sede de vós,/ minha carne também vos deseja.

- Como terra sedenta e sem água,/ venho, assim, contemplar-vos no templo,/ para ver vossa glória e poder./ Vosso amor vale mais do que a vida:/ e por isso meus lábios vos louvam.

- Quero, pois, vos louvar pela vida,/ e elevar para vós minhas mãos!/ A minh’alma será saciada,/ como em grande banquete de festa;/ cantará a alegria em meus lábios,/ ao cantar para vós meu louvor!

- Para mim fostes sempre um socorro;/ de vossas asas à sombra eu exulto!/ Minha alma se agarra em vós;/ com poder vossa mão me sustenta.

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2ª Leitura: Gl 3,26-29

Leitura da Carta de São Paulo aos Gálatas:

Irmãos: Vós todos sois filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo. Vós todos que fostes batizados em Cristo vos revestistes de Cristo.

O que vale não é mais ser judeu nem grego, nem escravo nem livre, nem homem nem mulher, pois todos vós sois um só, em Jesus Cristo.

Sendo de Cristo, sois então descendência de Abraão, herdeiros segundo a promessa.

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Evangelho: Lc 9,18-24

Proclamação do Evangelho de São Lucas:

Certo dia, Jesus estava rezando num lugar retirado, e os discípulos estavam com ele. Então Jesus perguntou-lhes: “Quem diz o povo que eu sou?”

Eles responderam: “Uns dizem que és João Batista; outros, que és Elias; mas outros acham que és algum dos antigos profetas que ressuscitou”.

Mas Jesus perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro respondeu: “O Cristo de Deus”.

Mas Jesus proibiu-lhes severamente que contassem isso a alguém. E acrescentou: “O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia”.

Depois Jesus disse a todos: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará”.


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Reflexão do padre Johan Konings:

Em Cristo, todos são iguais 

Todo mundo sabe que existem distinções e, muitas vezes, discriminações no tratamento social. O que fazemos com isso na Igreja, na comunidade de Cristo? Paulo, na 2ª leitura, anuncia a igualdade de todos no sistema do “Senhor Jesus”. Acabou o regime da lei judaica, que considerava o ser judeu um privilégio, por causa da antiga Aliança com Abraão e Moisés. A crucificação de Jesus, em nome desse regime antigo (cf. evangelho), marcou a chegada de um regime novo.

Simplesmente observar a lei de Moisés já não é salvação para quem conhece Jesus, para quem sabe o que ele pregou e como ele deu sua vida por sua nova mensagem e por aqueles que nela acreditassem. Estes constituem o povo da Nova Aliança. São todos iguais para Deus, como filhos queridos e irmãos de Jesus – filhos com o Filho e co-herdeiros de seu Reino, continuadores do projeto que ele iniciou.

Neste novo sistema não importa ser judeu ou não-judeu, escravo ou livre, homem ou mulher (branco ou negro, patrão ou operário, rico ou pobre). Mesmo não tendo chances iguais em termos de competição econômica e ascensão social, todos têm chances iguais no amor de Deus. Ora, este amor deve encarnar-se na comunidade inspirada pelo evangelho de Jesus, eliminando desigualdade e discriminação. Provocada pelas diferenças econômicas, sociais, culturais etc., a comunidade que está “em Cristo” testemunhará igual e indiscriminado carinho e fraternidade a todos, antecipando a plenitude da “paz” celeste para todos os destinatários do amor do Pai. Programa impossível, utopia? Talvez seja. Mas nem por isso podemos desistir dele, pois é a certeza que nos conduz! Na “caridade em Cristo”, o capital já não servirá para uma classe dominar a outra, mas para estar à disposição de todos que trabalham e produzem. A influência e o saber estarão a serviço do povo. O marido não terá mais “liberdades” que a mulher, mas competirá com ela no carinho e dedicação.

É preciso perder sua vida para a encontrar (evangelho). Quem se apega aos seus privilégios não vai encontrar a vida em Cristo. Só quem coloca suas vantagens a serviço poderá participar da vida igual à de Cristo, na comunidade dos irmãos.

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PE. JOHAN KONINGS nasceu na Bélgica em 1941, onde se tornou Doutor em Teologia pela Universidade Católica de Lovaina, ligado ao Colégio para a América Latina (Fidei Donum). Veio ao Brasil, como sacerdote diocesano, em 1972. Em 1985 entrou na Companhia de Jesus (Jesuítas) e, desde 1986, atuou como professor de exegese bíblica na FAJE, Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Faleceu no dia 21 de maio de 2022. Este comentário é do livro “Liturgia Dominical, Editora Vozes.

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Reflexão em vídeo de Frei Gustavo Medella:


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                                            Reflexões e ilustração: franciscanos.org.br        Banner: cnbb.com.br

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