sábado, 12 de março de 2016

Papa neste sábado:

Solicitude da Igreja
aos que esperam verificação da situação matrimonial

Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu em audiência na manhã deste sábado (12/3), na Sala Paulo VI, no Vaticano, cerca de setecentos participantes do curso de formação sobre o novo processo matrimonial e o procedimento super rato (ausência de consumação), promovido pelo Tribunal da Rota Romana. 
“Durante o recente percurso sinodal sobre a família, emergiram grandes expectativas para tornar mais ágil e eficaz os procedimentos para a declaração de nulidade matrimonial. Muitos fieis, de fato, sofrem por causa do fim de seu matrimônio e muitas vezes são oprimidos pela dúvida se o casamento foi válido ou não. Se perguntam se havia algo nas intenções ou nos fatos que impedissem a realização efetiva do sacramento. Estes fieis, em muitos casos, encontravam dificuldades em ter acesso às estruturas jurídicas eclesiais e sentiam a exigência de que os procedimentos fossem simplificados”, disse o pontífice em seu discurso.
A Igreja é mãe e quer mostrar seu rosto a todos
“A caridade e a misericórdia, além da reflexão sobre a experiência, motivaram a Igreja a tornar-se ainda mais próxima a estes seus filhos, indo ao encontro de seu desejo legítimo de justiça. Em 15 de agosto passado, foram promulgados os documentos Mitis Iudex Dominus Iesus e Mitis et Misericors Iesus, que recolhem os frutos do trabalho da comissão especial instituída em 27 de agosto de 2014. Tais procedimentos têm um objetivo eminentemente pastoral: mostrar a solicitude da Igreja para com os fieis que esperam uma avaliação rápida de sua situação matrimonial.” 
Francisco disse ainda que “foi abolida a sentença dupla conforme e deu-se início ao processo breve, recolocando no centro a figura e o papel do bispo diocesano, ou do Eparca no caso das Igrejas Orientais, como juiz das causas. Valorizou-se ulteriormente o papel do bispo ou do Eparca em matéria matrimonial. De fato, além da verificação por via administrativa, rato e não consumado, ele tem a responsabilidade da via judiciária para verificar a validade do vínculo”.
“É importante que a nova normativa seja acolhida e aprofundada, especialmente pelos membros dos Tribunais eclesiásticos para prestar um serviço de justiça e caridade às famílias. Para muita gente que viveu uma experiência matrimonial infeliz, o averiguar a validade ou não do matrimônio é uma possibilidade importante; e estas pessoas devem ser ajudadas a percorrer o mais rápido possível esta estrada.” 
Francisco encorajou os participantes a conservarem como um tesouro o que estão aprendendo nestes dias e agir mantendo sempre fixo o olhar na salus animarum que é a lei suprema da Igreja.
“A Igreja é mãe e quer mostrar a todos o rosto do Deus fiel ao seu amor, misericordioso e sempre capaz de dar novamente força e esperança”, disse ainda o Papa. “O que mais está em nosso coração, em relação aos separados que vivem uma segunda união, é a sua participação na comunidade eclesial. Enquanto curamos as feridas daqueles que pedem a verificação da verdade sobre o seu matrimônio falido, olhamos com admiração para aqueles que, mesmo em condições difíceis, permanecem fieis ao vínculo sacramental. Estas testemunhas da fidelidade matrimonial devem ser incentivadas e tidas como exemplos a imitar”, frisou o Papa. 
Francisco agradeceu aos participantes do curso pelo seu compromisso em favor da justiça e os exortou a vivê-lo não como uma profissão ou pior como um poder, mas como um serviço às almas, especialmente aquelas que estão feridas. (MJ)
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Francisco:
Amar significa oferecer aos irmãos um serviço concreto
O Papa Francisco conduziu, neste sábado (12/03), na Praça São Pedro, mais uma Audiência Jubilar neste Ano Extraordinário da Misericórdia. Participaram do encontro 50 mil fieis. 
“Estamos nos aproximando da festa de Páscoa, mistério central de nossa fé. O Evangelho de João, como ouvimos, narra que antes de morrer e ressuscitar por nós, Jesus fez um gesto que ficou marcado na memória dos discípulos: o lava-pés. Um gesto inesperado e marcante, a ponto de Pedro não querer aceitá-lo”, disse o Papa em sua catequese intitulada “Misericórdia e serviço”.
O pontífice se deteve nas palavras finais de Jesus: ‘Vocês compreenderam o que acabei de fazer? Se eu, que sou o Mestre e o Senhor, lavei os seus pés; vocês também devem lavar os pés uns dos outros’. “Deste modo Jesus indica aos seus discípulos o serviço como o caminho a ser percorrido para viver a fé Nele e dar testemunho de seu amor. O próprio Jesus aplicou a si a imagem do “Servo de Deus” utilizada pelo Profeta Isaías. Ele, o Senhor, se fez servo”, disse ainda o Papa.
O amor é serviço concreto aos outros
“Lavando os pés dos apóstolos, Jesus quis revelar o modo como Deus age conosco e dar o exemplo do seu ‘novo mandamento’, para nos amarmos uns aos outros como Ele nos amou, ou seja, dando a vida por nós. O próprio João escreveu em sua Primeira Carta:  Compreendemos o que é o amor: Jesus deu a sua vida por nós; portanto, nós também devemos dar a vida pelos irmãos.  Filhinhos, não amemos com palavras nem com a língua, mas com obras e de verdade.”  
“O amor é serviço concreto que fazemos uns aos outros. O amor não são palavras, são obras e serviço; um serviço humilde, feito no silêncio e sem publicidade, como Jesus mesmo disse: ‘Que a sua esquerda não saiba o que a sua direita faz’. Supõe colocar à disposição os dons que o Espírito Santo nos deu para que a comunidade possa crescer. O amor se expressa na partilha dos nossos bens materiais para que ninguém passe necessidade. A partilha e dedicação a quem precisa é um estilo de vida que Deus sugere também a muitos não cristãos, como caminho de humanidade autêntica.”
“Não nos esqueçamos que lavando os pés dos discípulos e pedindo-lhes para fazer o mesmo, Jesus nos convida também a confessar aos outros nossas faltas e rezar uns pelos outros para que saibamos perdoar de coração”. Neste sentido, o Papa recordou as palavras de Santo Agostinho que escreveu: ‘Nunca o cristão deixe de fazer o que Cristo fez. Porque quando o corpo se inclina até os  pés de seu irmão, no coração se acende, ou se já existia, se alimenta, o sentimento de humildade [...]. Perdoemo-nos uns aos outros os nossos erros e rezemos reciprocamente pelas nossas faltas e assim de alguma forma, lavaremos os pés uns aos outros’.
“Amor, caridade e serviço, ajudar aos outros, servir aos outros. Muitas pessoas passam a vida inteira assim, servindo aos outros”, frisou o pontífice, contando o seguinte fato:  
“Na semana passada, recebi uma carta de uma pessoa que me agradecia pelo Ano da Misericórdia; me pedia para rezar por ela, para que pudesse estar mais próxima ao Senhor. A vida dessa pessoa é curar mãe e o irmão: a mãe está na cama, idosa, lúcida, mas não pode mais se mover, e o irmão é deficiente, está na cadeira de rodas. A vida dessa pessoa é servir, ajudar. Isso é amor! Quando você se esquece de si mesmo e pensa nos outros, isso é amor!”
“Com o lava-pés o Senhor nos ensina a ser servidores, aliás, mais que servidores: servos, como Ele foi servo por nós, por todos nós. Seguindo Jesus pela estrada do serviço, seremos misericordiosos como o Pai”, concluiu o Papa Francisco. (MJ)
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                                                                            Fonte: radiovaticana.va   news.va

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