domingo, 6 de setembro de 2015

Reflexão para seu domingo

Sentidos em função
Deus nos deu de presente os sentidos para percebermos tudo ao redor e dentro de nós, em bem de nossa proteção e realização. Enxergando adequadamente evitamos os tropeços, os caminhos diversos para nossa escolha, os sinais de trânsito, os outros que caminham, os veículos... Percebemos os sons, os odores, o paladar, o tato... Enfim, usamos todos esses dons para nos ajudar a caminhar buscando nossa realização. Quando os sentidos não funcionam bem ou os usamos de modo nocivo, temos conseqüências danosas para nós mesmos e para os outros.
Escutar Deus, falar de seu amor
Mais do que a percepção sensorial de nossos órgãos físicos, é preciso estar atentos para a percepção dos valores maiores na vida. O olhar da fé e do amor nos envolverá numa vida de sentido. Sozinhos não conseguimos o objetivo de nossa caminhada terrena. Temos sede e fome de infinito, que só Deus pode nos saciar. Não adiante ganhar o mundo todo, se não atingimos o cume da existência, que está no Criador. Depois desta vida Ele nos chama para si na eternidade. O profeta Isaías nos lembra que somente Deus nos dá a salvação (Cf. Isaías 35,4-7). A vida no planeta é importante, mas se usarmos o potencial com que o Senhor nos presenteia para realizarmos somente o bem. Mas é um bem conforme as coordenadas divinas. O Filho de Deus nos indica como fazê-lo.
Na caminhada terrena precisamos abrir os olhos do amor para enxergarmos o caminho melhor, superando as exclusões, praticando a justiça, colaborando com a promoção de quem é deixado de lado, fazendo com que a família seja valorizada, a política seja um real serviço ao bem comum, a honestidade seja um instrumento de respeito à cidadania... Nesta linha os pobres deveriam ser os primeiros contemplados no caminho da solidariedade, como lembra o Apóstolo Tiago: “Não escolheu Deus os pobres deste mundo para serem ricos na fé e herdeiros do Reino?” (Tiago 2,5).
Quando temos distúrbios nos sentidos, somos levados a procurar ajuda. A medicina nos oferece muito auxílio. O próprio Jesus fez milagres e curou tantas pessoas de seus males físicos e psíquicos, mas não sem estimulá-las a querer a cura da alma, abrindo-se para seguir o que Ele ensinava. A saúde física é boa, mas se a pessoa não tiver a saúde da alma, ela pode usar mal dos sentidos e não realizar o bem moral ou de amor a Deus e ao semelhante, fazendo nisso, o bem a si mesma. A maior preocupação do Mestre era com o bem total da pessoa humana. Ele veio para dar vida em plenitude. Para isso, corrigiu as atitudes falsas das pessoas que enganavam o povo. Exigiu sinceridade, boa vontade, conversão, humildade e compromisso com o bem da comunidade. Ele deu o exemplo de doação total de si e nos chama a fazer o mesmo. Se quisermos ter a vida plenamente realizada, precisamos dar de nós pelo bem da realização do semelhante.
A vida de sentido nos faz viver com altivez de caráter. Este faz mostrar aos outros que somos pessoas de valor pela convivência na promoção da vida digna. Só com riquezas materiais, culturais e bem estar não valeremos muito. Deus vai nos julgar e premiar pelo bem que fazemos às pessoas e à comunidade, desenvolvendo os talentos e os sentidos para servir o próximo.
                            Dom José Alberto Moura - Arcebispo de Montes Claros (MG)
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                                                         Fonte: cnbbleste2.org.br      Ilustração: a12.com

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