domingo, 20 de setembro de 2015

Papa encontra Raul Castro no Palácio da Revolução
Havana (RV) – O primeiro compromisso do Papa Francisco na tarde deste domingo (20) em Havana foi a visita de cortesia ao Presidente do Conselho de Estado e do Conselho de Ministros da República Raul Castro. Contemporaneamente, realizou-se o encontro do Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin – acompanhado pelo Substituto Angelo Becciu e pelo Secretário para a Relação com os Estados  Paul Gallagher e pelo Núncio Apostólico Dom Giorgio Lingua – com o Vice-Presidente do Conselho de Estado e dos Ministros acompanhados por dois colaboradores.
Raul Castro acolhe Francisco no Palácio da Revolução
O Presidente Castro quis receber o Pontífice pessoalmente na entrada do Palácio da Revolução. No salão, o Presidente saudou inicialmente os cardeais e dignitários que acompanham o Papa, apresentando a seguir os próprios colaboradores. O encontro, realizado num clima de grande cordialidade e amizade, teve a duração de 50 minutos, ambientado em um esplêndido local circundado por vegetação. Ao final , foram apresentados os familiares do Presidente cubano e a troca de dons.
O Papa Francisco presenteou Castro com um mosaico da Virgem da Caridade do Cobre, cujo centenário de proclamação como Padroeira de Cuba por parte de Bento XV  é celebrado este ano. O Presidente Raul Castro, por sua vez, presenteou o Papa com um grande crucifixo realizado simbolicamente com dois remos, ligados com cordas.
Um longo aperto de mão concluiu o encontro. O Papa, no pátio do Palácio, subiu no papamóvel aberto acompanhado pelo Cardeal da Havana Dom Jaime Ortega para dirigir-se ao encontro com o clero na Catedral. (JE)
..............................................................................................................................................................
Francisco encontra Fidel Castro
O Papa Francisco encontrou-se em Havana, com o ex-Presidente cubano Fidel Castro. Foi o que referiu o Diretor da Sala de Imprensa vaticana, Padre Federico Lombardi. O colóquio, que durou cerca de meia hora, realizou-se após a missa, na residência do idoso líder da revolução cubana, em um clima cordial e informal. Estavam presentes também a esposa de Fidel e alguns membros da família. O Papa estava acompanhado pelo Núncio Apostólico em Cuba, Dom Giorgio Lingua.
Francisco e Fidel Castro
O Papa presenteou Castro com alguns livros de Padre Alessandro Pronzato sobre o humorismo e a fé, uma cópia da Encíclica ‘Laudato si’ e da Exortação Apostólica Evangelii gaudium, além de alguns CDs contendo reflexões do Padre jesuíta Armando Llorente, que faleceu em 2010, e que foi professor de Fidel.
O comandante deu ao Papa uma cópia do livro “Fidel e a religião”, de Frei Betto (1997) com uma dedicatória: “Para o Papa Francisco, por ocasião da sua visita a Cuba com admiração e respeito do povo cubano”.
O ex-presidente fez algumas perguntas ao Papa Francisco, referindo-se, em particular, à defesa do ambiente e à situação atual do mundo. Fidel Castro já havia se encontrado com o Papa João Paulo II no Vaticano em 1996 e em 1998 em Cuba e Bento XVI em Havana em 2012. (SP)
..............................................................................................................................................................
Papa aos colombianos:
Não podemos permitir outro fracasso
Após recitar o Angelus na Praça da Revolução, neste domingo (20/9), o Papa Francisco fez um apelo pela reconciliação na Colômbia.
Francisco - Peregrino da Paz
“Neste momento, sinto-me no dever de dirigir o meu pensamento à amada terra da Colômbia, ciente da importância crucial do momento presente, em que os seus filhos, com renovado esforço e movidos pela esperança, estão procurando construir uma sociedade em paz. Que o sangue derramado por milhares de inocentes, durante tantas décadas de conflito armado, unido ao sangue do Senhor Jesus Cristo na Cruz, sustente todos os esforços que estão fazendo, inclusive nesta bela Ilha, para uma reconciliação definitiva. Assim, a longa noite de dor e violência, com o esforço de todos os colombianos, possa ser transformada em um dia, sem ocaso, de concórdia, justiça, fraternidade e amor, no respeito das instituições e do direito nacional e internacional, para que a paz seja duradoura. Por favor, não podemos nos permitir outro fracasso neste caminho de paz e reconciliação”.
Peço-lhes, concluiu o Papa, que se unam à minha oração a Maria, para que ela deposite todas as nossas preocupações e aspirações no Coração de Cristo. Peçamos-lhe, de modo especial, pelos que perderam a esperança e não têm mais vontade de continuar a lutar; pelos que sofrem injustiças, abandono e solidão. Que Maria enxugue as lágrimas de todos, os console e lhes devolva esperança e alegria.
Ao término da celebração Eucarística, o Santo Padre deixou a Praça da Revolução “José Martí” e voltou para a Nunciatura Apostólica, onde almoçou em forma privada. Na parte da tarde, o Pontífice fará uma visita de cortesia ao Presidente de Cuba, Raul Castro, no Palácio Presidencial em Havana. A seguir, na Catedral da Imaculada Conceição da capital, o Santo padre vai presidir às Vésperas com os sacerdotes, religiosos, religiosas e seminaristas.
Por fim, o Papa Francisco concluirá suas atividades, neste domingo, saudando alguns milhares de jovens presentes diante do Centro Cultural Padre Félix Varela, em Havana. (MT)
Assista:
..............................................................................................................................................................
Francisco em Cuba:
“Quem não vive para servir, não serve para viver”
O ponto alto das atividades do Papa, neste domingo (20/9), foi a celebração da Santa Missa na Praça da Revolução “José Martí”, lugar simbólico de Havana e de todo o País por ser palco de grandes encontros de até 600 mil pessoas. 
Em sua homilia, Francisco partiu do Evangelho do dia, no qual Jesus faz aos seus discípulos uma pergunta aparentemente indiscreta: “O que vocês discutiam pelo caminho?”. Trata-se de uma pergunta que Ele também poderia fazer em nossos dias. Aqui, o Evangelho diz que os discípulos se calaram, porque, no caminho, tinham discutido, uns com os outros, sobre qual deles era o maior”.
Liturgia Eucarística
Naturalmente, os discípulos se envergonhavam de dizer a Jesus o que estavam falando realmente. Os discípulos daquela época fizeram a mesma discussão que os discípulos de hoje: “Quem é o mais importante?” Esta pergunta, que nos acompanha durante toda a nossa vida, merece uma resposta. E o Papa disse:
“Jesus não teme às perguntas dos homens, da humanidade… Pelo contrário, conhece o profundo do coração humano e, como bom pedagogo, está sempre disposto a acompanhar-nos. Fiel ao seu estilo, ele assume os nossos interrogativos, aspirações, conferindo-lhes um novo horizonte; dá uma resposta que propõe novos desafios; propõe a lógica do amor; uma lógica capaz de ser vivida por todos, porque é para todos”.
Jesus, explicou Francisco, não propõe um horizonte para poucos privilegiados, mas faz propostas concretas para a nossa vida, mesmo aqui nesta ilha caribenha. Jesus é simples na sua resposta: “Se alguém quiser ser o primeiro, seja o último e o servo de todos”. Quem quiser ser grande, sirva os outros e não se sirva dos outros. Desta forma, Jesus transtorna a lógica dos discípulos:
“Servir significa, em grande parte, cuidar da fragilidade: cuidar dos mais fracos das nossas famílias, da sociedade, do povo, que são os rostos sofredores, indefesos e angustiados, que Jesus convida a amar. Trata-se de um amor que se traduz em ação e decisão, que convida a defender, assistir, servir. Ser cristão é servir e lutar pela dignidade dos irmãos e não nossa. Todos somos chamados, por vocação cristã, a servir. Isto não quer dizer servilismo, mas promoção da pessoa humana”.
Neste sentido, afirmou o Bispo de Roma, o santo povo de Deus, que caminha em Cuba, é um povo que ama a festa, a amizade, as coisas belas. É um povo que caminha, que canta e louva. É um povo que, apesar das feridas que tem como qualquer povo, sabe abrir os braços, caminhar com esperança, porque se sente chamado para a grandeza. E o Papa exortou:
“Convido-os a cuidar desta vocação, a cuidar destes dons que Deus lhes deu, mas, sobretudo, convido-os a cuidar e servir, de modo especial, da fragilidade dos seus irmãos. Não se descuidem deles por causa dos seus projetos, que podem parecer sedutores. Somos testemunhas da força da ressurreição de Jesus, para a construção de um mundo novo”.
O Papa Francisco terminou a sua homilia convidando o povo cubano a não se esquecer da Boa Nova de hoje: a importância de um povo, de uma nação, de uma pessoa, que se baseia no modo de servir seus irmãos mais frágeis e necessitados. Eis um dos frutos da verdadeira humanidade, afirmou o Papa, que concluiu: “Quem não vive para servir, não serve para viver”. (MT)
Assista:
..........................................................................................................................
Papa aos jovens cubanos:
"Não parem de sonhar"
O Papa Francisco se encontrou com os jovens no final da tarde deste domingo, (20/9) no Centro Padre Félix Varela de Havana. No seu discurso improvisado, e sob uma chuva fina, o Papa disse: “Não sei se em Cuba se usa a palavra curvar-se, é isso o que eu lhes peço: não parem de sonhar. A capacidade de sonhar é o que nos torna capazes de trabalhar por um mundo melhor. Quanto maior é a capacidade de sonhar mais seremos capazes de realizar”.
Admiração e amor pelo Papa
O Papa tocou o tema da inimizade: “A inimizade social, destrói. Uma família se destrói pela inimizade. O mundo se destrói pela inimizade. E a maior inimizade é a guerra e hoje o mundo está sendo destruído por causa da guerra, porque não são capazes de se sentar e conversar”. “O que podemos fazer?... não matem mais pessoas” sugeriu ao Papa para que se discuta sobre as guerras”. “Há a morte na alma porque estamos matando a capacidade de unir – acrescentou, dirigindo-se aos jovens -. Sejam capazes de distanciar a inimizade social”.
“Na Europa – disse ainda o Papa, mudando de tema – há uma inteira geração que não tem esperança, porque não estuda e não trabalha. Eu me pergunto que país é aquele que não oferece um futuro para os jovens”.
“Um povo, não digo um governo, que não se preocupa com os jovens, que não inventa uma possibilidade de trabalho para seus jovens, ele não tem um futuro”, continuou o Papa descrevendo com pesar “os jovens incapazes de dar vida, de criar amizade social, de criar uma pátria”, e que “obviamente, entram a fazer parte da cultura do descarte: a cultura que não tem esperança, na qual se descarta o idoso porque ele não produz, se pensa na eutanásia em certos países, mas em outros existe uma eutanásia escondida, e se descartam os jovens”. “Esta cultura do descarte – afirmou – está fazendo mal a todos, acaba com a esperança, uma esperança que é sofrida, fadigosa e fecunda”. (SP)
Assista:

..............................................................................................................................................................
Papa aos consagrados:
"Amem a pobreza como mãe!"
Havana (RV) - No final da tarde deste domingo o Papa Francisco, após a visita de cortesia ao Presidente Raúl Castro no Palácio da Revolução, dirigiu-se à Catedral da Imaculada Conceição e San Cristóbal de Havana para a oração das Vésperas com sacerdotes, religiosos, religiosas e seminaristas. Antes porém, fez uma parada não programada na Paróquia “A Rainha”, construída pelos jesuítas, e onde foi saudado por alguns prelados e fiéis.
Consagração: expressão do amor de Deus
A saudação do Arcebispo de Havana, Cardeal Ortega y Alamino, que falou várias vezes em “pobreza” e o testemunho de uma religiosa que falou dos “mais pequenos”, fez com que o Santo Padre deixasse de lado a homilia preparada, e a pronunciasse de forma espontânea: “Quando falam os profetas – e todos os sacerdotes são profetas, todos os batizados e os consagrados são profetas”, devemos ouvi-los, por isto entrego a homilia preparada ao cardeal e depois podem lê-la e meditá-la” disse o Papa.
A pobreza, disse o Papa, é “uma palavra muito incômoda, pois vai de contramão à “estrutura cultural” do mundo”. “O espírito mundano – observou Francisco – não a conhece, não a quer, a esconde, não por pudor, mas por desprezo. E se tem que pecar e ofender a Deus para que não chegue a pobreza, o faz. O espírito do mundo não ama o caminho do Filho de Deus, que se fez pobre, se fez nada, se humilhou para ser um de nós”.
A pobreza também deu medo ao jovem rico, que era tão generoso e observava os mandamentos, mas ficou triste quando Jesus lhe pediu para que desse tudo aos pobres. “A pobreza, tentamos escamoteá-la, seja por coisas razoáveis, mas falo de escamoteá-la no coração”:
“Os bens são dom de Deus. Mas quando entram no coração e começam a conduzir a vida, perdeste. Não és como Jesus. Tens a segurança onde a tinha o jovem triste”.
Santo Inácio, continuou o Papa, afirmando com bom humor “não querer fazer publicidade da família”, dizia que a pobreza é o muro e a mãe da vida dos consagrados. Era o muro por a protegia das mundanidades e a mãe porque dava mais confiança em Deus:
“Quantas almas destruídas, almas generosas, como a do jovem entristecido, que começaram bem e depois foram se apegando o amor a esta mundanidade rica e terminaram mal, medíocres, sem amor, pois a riqueza empobrece, e empobrece mal, nos tira o melhor que temos, nos faz pobres na única riqueza que vale a pena, para colocar a segurança em outro”.
Espírito da pobreza
O espírito de pobreza, de despojamento, de deixar tudo para seguir Jesus, não inventei eu - disse o Santo Padre – aparece várias vezes no Evangelho.
Um amigo de Bergoglio lhe contava que quando entra o espírito de riqueza, de mundanidade rica no coração de um consagrado ou de uma consagrada, de um sacerdote, bispos, de um Papa, quando alguém começa a juntar dinheiro, para garantir o futuro, então “o futuro não está em Jesus, está em uma companhia de seguros do tipo espiritual, que eu controlo. E quando uma Congregação religiosa começa a juntar dinheiro, economizar, economizar, Deus é tão bom que manda um ecônomo desastrado, que a faz quebrar:
“São as melhores bênçãos de Deus a sua Igreja, os ecônomos desastrados, porque a fazem livre, a fazem pobre. Nossa Santa Mãe Igreja é pobre, Deus a quer pobre, como quis pobre a nossa Santa Mãe Maria. Amem a pobreza como mãe”.
O Papa disse que faria bem “à nossa vida consagrada, à nossa vida presbiteral, perguntar-se:  “Como está meu espírito de pobreza? Como está meu despojamento interior?”, recordando a primeira das Bem-aventuranças: “Felizes os pobres de espírito, os que não estão apegados à riqueza, aos poderes deste mundo”.
O Pontífice falou a seguir nos “mais pequenos”, referidos pela irmã. “O mais pequeno é uma frase de Jesus”, observou: “Aquilo que fizeste a um dos meus pequeninos, a mim o fizeste”:
“Existem serviços pastorais que  podem ser mais gratificantes do ponto de vista humano, sem serem maus ou mundanos, porém, advertiu, quando alguém busca a preferência interior ao mais pequeno, aos mais abandonado, ao mais doente, ao que não conta nada, ao que não quer nada, ao mais pequeno, e serve ao mais pequeno, está servindo a Jesus de maneira superlativa. A vós mandaram onde não querias ir”. (JE)
Assista:
..........................................................................................................................
                                                                      Fonte: radiovaticana.va      news.va

Nenhum comentário:

Postar um comentário