“Não abandono a cruz, mas permaneço de um modo novo,
junto ao Senhor crucificado.”
junto ao Senhor crucificado.”
Na presença de
mais 150 mil fiéis que lotaram a Praça de São Pedro, o Santo Padre, o papa
Bento XVI realizou a sua última catequese nesta quarta-feira (27).
Ao entrar na
Praça de São Pedro, no papamóvel, Bento XVI foi ovacionado pela multidão, pelos
presbíteros e pelos cardeais. Acenos, cartazes
com dizeres de agradecimento e muita emoção marcaram a última aparição pública
do papa em Roma.
Comovido, Bento
XVI iniciou a Audiência Geral agradecendo a presença de todos que estavam na
Praça de São Pedro e também dos que rezaram e rezam por ele nesse momento.
No início de sua
catequese Bento lembrou, que como o apóstolo Paulo, ele também sente o “dever”
de agradecer a Deus: “Nesse momento o
meu coração se expande para abraçar toda a Igreja dispersa. Dou graças a Deus
pelas notícias que nesses anos de ministério petrino eu pude receber sobre a fé
no Senhor Jesus Cristo e na caridade que circula, realmente, no coração da
Igreja, e faz viver no amor, e da esperança que nos abre, que nos orienta para
a plenitude da vida em direção à pátria celeste”.
O papa lembrou
em sua mensagem que ao assumir o ministério petrino em 2005, sentiu um “peso
grande” em seus ombros, mas depositou em Deus a confiança para guiá-lo em sua
missão e, afirmou que sentiu a presença de Deus durante os oito anos em que
esteve a frente da Igreja: “Foi uma parte
do caminho da Igreja que teve momentos de alegria e de luz, mas também momentos
nada fáceis”.
Diante dos
momentos difíceis, o papa disse depositar em Deus a confiança de que a ‘barca’
da Igreja não é dele, mas pertence a Deus: “Houve momentos
em que as águas estavam agitadas e o vento contrário, como em toda a história
da Igreja, e o Senhor parecia dormir, mas sempre soube que nessa barca está o
Senhor e sempre soube que a barca da Igreja não é minha, não é nossa, mas é sua
e a não deixa afundar”.
O Papa declarou
que não se sentiu sozinho ao longo de seu pontificado e agradeceu a todos que
contribuíram com ele durante o seu ministério: “Gostaria de
agradecer do fundo do coração às várias pessoas de todo o mundo que nas últimas
semanas me enviaram sinais comoventes de atenção, de amizade e de oração. Sim,
o Papa nunca está só, experimento-o agora de novo de um modo tão grande que
toca o coração”.
O Santo Padre
também falou sobre a sua decisão e afirmou que não abandona a Igreja, mas
continua de um modo diferente: “Não retorno à
vida privada, a uma vida de viagens, encontros, conferências, etc. Não abandono
a cruz, mas permaneço de um modo novo, junto ao Senhor crucificado; não carrego
mais a potestade do ofício para o governo da Igreja, mas no serviço da oração
permaneço, por assim dizer, no lugar de São Pedro”.
O papa finalizou
sua mensagem, enfatizando que “amar a Igreja significa ter a coragem de fazer
escolhas difíceis, sofridas, tendo sempre diante de si o bem da Igreja e não a
si próprio”.
O papa encerrou
a Audiência Geral pedindo aos fiéis que mantenham sua confiança em Deus: “Caros amigos!
Deus guia a sua Igreja, sustenta-a sempre também e sobretudo nos momentos
difíceis. Nunca percamos de vista esta visão de fé, que é a única verdadeira
visão do caminho da Igreja e do mundo. No nosso coração, no coração de cada um
de vós, haja sempre a jubilosa certeza de que o Senhor está ao nosso lado, não
nos abandona, está perto de nós envolvendo-nos com o seu amor. Obrigado!”
Ao final da
catequese, o Santo Padre recebeu uma saudação emocionada de todos os fiéis
presentes na Praça de São Pedro. Ao longo de oito
anos de pontificado mais de 5,1 milhões de pessoas ouviram as audiência
semanais do Santo Padre.
Fonte: Portal A12 (texto com adaptações formais)
Fonte: Portal A12 (texto com adaptações formais)
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