sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

A renúncia do Papa Bento XVI


Coragem, grandeza e humildade


A inesperada decisão do querido Papa Bento XVI em renunciar ao pastoreio da Igreja – inesperada para nós, mas gestada no silêncio e na oração há meses – demonstra, entre outras virtudes, coragem, grandeza e humildade.
Não é fácil a um Papa renunciar. Mesmo que prevista na legislação eclesial - Código de Direito Canônico (cânon 332, parágrafo 2) - e já tendo ocorrido algumas vezes em passado distante, a renúncia do Papa, inédita nos últimos séculos, revela grande coragem. Não se assustou com as possíveis reações e críticas de quem não entende as razões da fé e, na solidão do seu ministério, sozinho humanamente falando, mas sempre assistido pelo Espírito Santo, soube dizer sim à importância de sua atitude para a Igreja.
Movido pelo amor ao Rebanho de Jesus Cristo, não se apequenou diante de possíveis resistências. Sua decisão deixa transparecer mais uma vez como é magnânimo seu caráter e nobre seu comportamento. Grandeza talvez seja um qualificativo ainda pobre para expressar a enorme carga de humanidade de sua decisão e a nobreza do seu ato.
Bento XVI foi humilde. Eleito para o mais alto posto da Igreja, a ele não se apegou. Durante todo o seu pontificado, soube ser servidor, “servo dos servos de Deus”. Já nos seus primeiros momentos como sucessor de São Pedro, apresentou-se como “humilde operário da vinha do Senhor”. Essa humildade não ficou restrita a uma bela forma de linguagem; cumpriu-se totalmente em seu pastoreio e se revelou por inteiro em sua decisão de se afastar da cátedra petrina e se recolher em oração pela Igreja e pela humanidade.
Sentindo suas forças diminuírem, nos limites do “ser humano”, foi corajoso, grande e humilde. Coragem, grandeza e humildade, virtudes que devem marcar a caminhada de cada cristão no seguimento de Jesus Cristo para a construção do Reino de Deus.
Nesse clima de gratidão a Bento XVI e oração para que os cardeais escolham o novo papa conforme à vontade divina, nossa paróquia prepara-se para celebrar o querido padroeiro, São José, que viveu, entre outras,  as mesmas virtudes destacadas há pouco. Consideradas as circunstâncias em que ocorreu a gravidez de Maria, sua resposta a Deus para se tornar esposo da Virgem de Nazaré e Pai Adotivo de Jesus também exigiu coragem, grandeza e humildade. Celebrar, por isso, sua memória e festejá-lo, participando da novena e das celebrações do seu dia, 19 de março, constitui-se em bênçãos para todos de nossa comunidade.
E essa festa ocorre quando também vivemos a Quaresma no espírito de oração, conversão, penitência e exercício da caridade, práticas que nos preparam e nos conduzem à celebração da mais importante festa da vida cristã, a Páscoa do Senhor Jesus. E para enriquecer essa preparação a Igreja nos propõe nossa inserção no espírito da Campanha da Fraternidade, que nos convida a olhar com muito carinho para os Jovens, em seus sonhos, em suas riquezas interiores, aspirações e necessidades.
Tudo isso é graça, é bênção, é oportunidade de crescimento no compromisso com a construção do Reino, que proporciona amor, justiça e paz para todos. Participemos desse momento único da história e celebremos São José e a Ressurreição de Jesus com muita fé e esperança em mundo novo!
                                                                                                          Luiz Gonzaga da Rosa

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