Coragem, grandeza e humildade
A inesperada decisão do querido Papa Bento
XVI em renunciar ao pastoreio da Igreja – inesperada para nós, mas gestada no
silêncio e na oração há meses – demonstra, entre outras virtudes, coragem,
grandeza e humildade.
Não é fácil a um Papa renunciar. Mesmo que
prevista na legislação eclesial - Código de Direito Canônico (cânon 332,
parágrafo 2) - e já tendo ocorrido algumas vezes em passado distante, a
renúncia do Papa, inédita nos últimos séculos, revela grande coragem. Não se
assustou com as possíveis reações e críticas de quem não entende as razões da
fé e, na solidão do seu ministério, sozinho humanamente falando, mas sempre
assistido pelo Espírito Santo, soube dizer sim à importância de sua atitude
para a Igreja.
Movido pelo amor ao Rebanho de Jesus Cristo,
não se apequenou diante de possíveis resistências. Sua decisão deixa
transparecer mais uma vez como é magnânimo seu caráter e nobre seu
comportamento. Grandeza talvez seja um qualificativo ainda pobre para expressar
a enorme carga de humanidade de sua decisão e a nobreza do seu ato.
Bento XVI foi humilde. Eleito para o mais
alto posto da Igreja, a ele não se apegou. Durante todo o seu pontificado,
soube ser servidor, “servo dos servos de Deus”. Já nos seus primeiros momentos
como sucessor de São Pedro, apresentou-se como “humilde operário da vinha do
Senhor”. Essa humildade não ficou restrita a uma bela forma de linguagem;
cumpriu-se totalmente em seu pastoreio e se revelou por inteiro em sua decisão
de se afastar da cátedra petrina e se recolher em oração pela Igreja e pela
humanidade.
Sentindo suas forças diminuírem, nos
limites do “ser humano”, foi corajoso, grande e humilde. Coragem, grandeza e
humildade, virtudes que devem marcar a caminhada de cada cristão no seguimento
de Jesus Cristo para a construção do Reino de Deus.
Nesse clima de gratidão a Bento XVI e
oração para que os cardeais escolham o novo papa conforme à vontade divina,
nossa paróquia prepara-se para celebrar o querido padroeiro, São José, que
viveu, entre outras, as mesmas virtudes
destacadas há pouco. Consideradas as circunstâncias em que ocorreu a gravidez
de Maria, sua resposta a Deus para se tornar esposo da Virgem de Nazaré e Pai
Adotivo de Jesus também exigiu coragem, grandeza e humildade. Celebrar, por
isso, sua memória e festejá-lo, participando da novena e das celebrações do seu
dia, 19 de março, constitui-se em bênçãos para todos de nossa comunidade.
E essa festa ocorre quando também vivemos
a Quaresma no espírito de oração, conversão, penitência e exercício da
caridade, práticas que nos preparam e nos conduzem à celebração da mais
importante festa da vida cristã, a Páscoa do Senhor Jesus. E para enriquecer
essa preparação a Igreja nos propõe nossa inserção no espírito da Campanha da
Fraternidade, que nos convida a olhar com muito carinho para os Jovens, em seus
sonhos, em suas riquezas interiores, aspirações e necessidades.
Tudo isso é graça, é bênção, é
oportunidade de crescimento no compromisso com a construção do Reino, que
proporciona amor, justiça e paz para todos. Participemos desse momento único da
história e celebremos São José e a Ressurreição de Jesus com muita fé e
esperança em mundo novo!
Luiz Gonzaga da Rosa
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