domingo, 5 de outubro de 2025

Leão XIV na homilia deste domingo::

os barcos dos migrantes
não podem encontrar indiferença, sejamos missionários

Por ocasião do Jubileu dos Migrantes e dos Missionários, o Papa presidiu a Missa na Praça São Pedro. “Aqueles barcos que esperam avistar um porto seguro não podem e não devem encontrar a frieza da indiferença ou o estigma da discriminação”, disse o Pontífice em sua a homilia.

O domingo chuvoso em Roma não impediu a presença de milhares de peregrinos, que se reuniram para participar da Santa Missa presidida pelo Papa. A liturgia, marcada pelo espírito do Jubileu dos Migrantes e dos Missionários, celebrado neste XXVII Domingo do Tempo Comum, 5 de outubro, recordou o vínculo inseparável entre missão e acolhida. “Estamos aqui porque, junto ao túmulo do Apóstolo Pedro, cada um de nós deve poder dizer com alegria: toda a Igreja é missionária”, afirmou Leão XIV, citando, em seguida, o Papa Francisco:

“É urgente que a Igreja saia para anunciar o Evangelho a todos, em todos os lugares, em todas as ocasiões, sem demora, sem repulsa e sem medo.”

O silêncio de Deus e a força da fé

Comentando as palavras do profeta Habacuque: “Até quando, Senhor, implorarei ajuda e não me ouvirás?”, o Papa recordou a experiência da dor que atravessa a humanidade diante da injustiça. “Este grito de dor é uma forma de oração que permeia toda a Escritura”, disse, evocando também as palavras de Bento XVI em Auschwitz: “Deus permanece em silêncio, e esse silêncio dilacera a alma do orante”. Contudo, Leão XIV destacou que a resposta do Senhor é promessa de esperança: “O justo viverá pela sua fé”:

“A fé não se impõe com meios de poder e de maneiras extraordinárias; basta um grão de mostarda para fazer coisas impensáveis, porque traz em si a força do amor de Deus que abre caminhos de salvação [...] que cresce lentamente quando nos tornamos ‘servos inúteis’, ou seja, quando nos colocamos a serviço do Evangelho e dos irmãos sem buscar nossos interesses, mas apenas para levar ao mundo o amor do Senhor.”

Jamais discriminar

Se no passado a missão era muitas vezes associada ao partir para terras distantes, hoje, segundo o Papa, ela consiste em “permanecer sem nos refugiarmos no conforto do nosso individualismo, permanecer para olhar nos olhos daqueles que chegam de terras martirizadas, permanecer para abrir-lhes os braços e o coração”. Leão XIV lembrou os dramas dos migrantes, que atravessam desertos e mares em busca de vida e dignidade. 

“Os seus olhos cheios de angústia e esperança que procuram terra firme onde desembarcar, não podem e não devem encontrar a frieza da indiferença ou o estigma da discriminação![...] Tudo isso exige pelo menos dois grandes compromissos missionários: a cooperação missionária e a vocação missionária.”


Nova era missionária

O Pontífice insistiu na importância de uma renovada cooperação missionária entre as Igrejas e no incentivo às vocações missionárias. Dirigindo-se de modo particular à Europa, disse que é necessário um novo impulso missionário, com leigos, religiosos e presbíteros dispostos a oferecer seu serviço em terras de missão:

“Irmãos e irmãs, hoje se abre na história da Igreja uma nova era missionária. […] Todo missionário que parte para outras terras é chamado a habitar as culturas que encontra com sagrado respeito, direcionando para o bem tudo o que encontra de bom e nobre, e levando-lhes a profecia do Evangelho.”

Deus salva o seu povo

No final da homilia, Leão XIV dirigiu-se diretamente aos migrantes: 

“Sejam sempre bem-vindos! Os mares e desertos que atravessaram são lugares de salvação, onde Deus se fez presente para salvar o seu povo. Desejo que encontrem esse rosto de Deus nas missionárias e missionários que encontrarão”.

Confiando todos à intercessão de Maria, “primeira missionária do seu Filho”, o Papa pediu que ela sustente a Igreja na construção de um Reino de amor, justiça e paz.

Migrantes prestam homenagem à escultura a eles dedicada na Praça São Pedro   


Thulio Fonseca - Vatican News

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Assista:

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Papa no Angelus:

espero passos rápidos e significativos nas negociações no Oriente Médio

"Peço que cessem o fogo e libertem os reféns, e exorto a permanecer unidos em oração, para que os esforços em curso possam pôr fim à guerra e conduzir-nos a uma paz justa e duradoura", exortou Leão XIV em seu apelo antes da oração mariana do Angelus.

Na manhã deste domingo, 5 de outubro, após presidir a Santa Missa na Praça São Pedro, o Papa Leão XIV conduziu a oração mariana do Angelus diante de aproximadamente 40 mil fiéis e peregrinos. Em seu apelo, o Santo Padre sublinhou que a dignidade humana deve ser sempre a prioridade, recordando missionários, migrantes e situações de sofrimento que marcam a atualidade internacional:

“A Igreja é missionária e é um grande povo em caminho para o Reino de Deus. Hoje, os irmãos e irmãs missionários e migrantes recordam-nos isso. Mas ninguém deve ser obrigado a partir, nem explorado ou maltratado pela sua condição de necessitado ou estrangeiro! Em primeiro lugar, sempre, a dignidade humana!”

Apelo contra o ódio e pela paz no Médio Oriente

Em seguida, o Pontífice manifestou a sua preocupação com o aumento do ódio antissemita no mundo, lembrando o atentado terrorista ocorrido há poucos dias em Manchester, e acrescentou: “Continuo a sentir dor pelo imenso sofrimento do povo palestino em Gaza”, ao mesmo tempo em que encorajou os esforços de paz que vêm sendo dados nas últimas horas no Oriente Médio:

“Espero que as negociações possam alcançar os resultados esperados o mais rapidamente possível. Peço a todos os responsáveis que se empenhem neste caminho, que cessem o fogo e libertem os reféns, enquanto exorto a permanecer unidos em oração, para que os esforços em curso possam pôr fim à guerra e conduzir-nos a uma paz justa e duradoura.”

Outubro, mês do Rosário

Leão XIV convidou ainda à oração junto com os fiéis reunidos no Santuário de Pompeia para a tradicional Súplica à Virgem do Rosário. Recordando que outubro é o mês missionário e mariano, exortou:

“Neste mês de outubro, contemplando com Maria os mistérios de Cristo Salvador, intensificamos a nossa oração pela paz: uma oração que se torna solidariedade concreta com os povos martirizados pela guerra. Obrigado às muitas crianças que, em todo o mundo, se comprometeram a rezar o Rosário por esta intenção.”

Proximidade ao povo filipino

Por fim, o Papa Leão XIV expressou sua solidariedade ao povo das Filipinas, duramente atingido por um forte terremoto na noite de 30 de setembro, especialmente na província de Cebu e regiões vizinhas.

“Expresso a minha proximidade ao querido povo filipino e, em particular, rezo por aqueles que foram mais duramente atingidos pelas consequências do terremoto. Permaneçamos unidos e solidários na confiança em Deus e na intercessão da sua Mãe nos momentos de perigo.”

No término da celebração, o Papa saudou os fiéis a bordo do papamóvel, e percorrendo os corredores da Praça São Pedro e a Via da Conciliação, foi calorosamente retribuído com aplausos, sorrisos e demonstrações de afeto.

Thulio Fonseca – Vatican News

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                               Fonte: vaticannews.va     Fotos e vídeo: (@Vatican Media

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