primeira publicação genuinamente brasileira sobre
o tema
O estudo sobre a
catequese agora tem uma fonte genuinamente brasileira. Essa foi a percepção
mais celebrada durante o lançamento oficial do Manual de Catequética, na noite
de quarta-feira, 15 de outubro, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB). O material preparado pela Sociedade Brasileira de Catequetas
(SBCat) e publicado pela Edições CNBB oferece fundamentos teológicos,
pedagógicos e espirituais para que dioceses, paróquias e catequistas possam
anunciar o Evangelho com mais vigor e coerência.
O bispo auxiliar
de Brasília (DF) e secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers, disse ser uma
bênção e um orgulho o lançamento da obra que traz à Igreja no Brasil a reflexão
sobre a prática da catequese. “Tivemos obras maravilhosas, mas vindas de fora.
Agora, nossa alegria, nosso orgulho, nossa satisfação é dizermos que nós
pudemos produzir, a partir da nossa experiência, do nosso aprofundamento, da
nossa Teologia, da nossa compreensão cultural e de tudo aquilo que significa
cada diocese, cada paróquia uma reflexão que é brasileira. É um grande passo”,
disse.
Segundo padre
Jânison de Sá, subsecretário adjunto de Pastoral da CNBB e presidente da SBCat,
havia no Brasil a obra do salesiano espanhol Emilio Alberich, traduzida do
italiano e outra produzida pelo Conselho Episcopal Latino Americano (Celam) há
cerca de 20 anos. Agora, genuinamente brasileiro, o texto será útil para
futuras pesquisas e estudos dos diferentes cursos de pós-graduação,
especializações, graduação em Teologia, e nas escolas de formação de
catequistas em diferentes níveis.
Durante sua
apresentação, ele destacou que a catequética é o estudo sobre a catequese,
enquanto o termo catequese se refere à prática da educação na fé.
Renovar a
prática catequética
Em mensagem em
vídeo, o arcebispo de Santa maria (RS) e presidente da Comissão Episcopal para
a Animação Bíblico-Catequética da CNBB, dom Leomar Antônio Brustolin, disse que
a publicação é “fruto maduro do trabalho conjunto de muitas mãos e corações
dedicados à missão de educar na fé”. Foram 23 autores que trabalharam nos
últimos dois anos na produção do livro.
“Este texto nasce do desejo de renovar a prática catequética, inspirando-se nas fontes da tradição e respondendo aos desafios do nosso tempo. Ele quer ajudar as nossas comunidades e nossas lideranças a compreender que a fé não é apenas um conjunto de ideias, mas um caminho de discipulado, vivido na Palavra, na celebração e no testemunho de caridade”.
Caminho da
sinodalidade
Uma das
organizadoras e autoras do manual, a irmã Sueli da Cruz Pereira, coordenadora
científica da SBCat, explicou que os 24 capítulos foram divididos em três
partes, refletindo o caminho da sinodalidade da Igreja: a comunhão, a
participação e a missão.
Os primeiros
capítulos remetem à comunhão, segundo a irmã, e tratam do conceito da Catequese
na missão de transmissão da fé e a relação com as fontes essenciais da Igreja:
a Sagrada Escritura, a Tradição e o magistério. São incluídas como fontes nessa
reflexão a liturgia e a beleza. “Nessa profunda comunhão com a Igreja, que
caminha buscando essa sintonia a partir das suas fontes, a Catequese também
bebe dessas fontes”.
Já a segunda
parte vai tratar da participação, tendo a Catequese dentro da participação
eclesial a partir da sua história geral e no Brasil, e a proposta da atualidade
da Catequese com inspiração catecumenal.
A terceira
parte, relacionada à missão, aborda temas específicos, principalmente sobre a
formação dos catequistas, e alguns temas pastorais, como a catequese nessa
relação com outras temáticas, como ecologia, cultura digital, esperança.
“É um manual muito aberto em suas temáticas, mas que tenta aprofundar aquelas que são principais, que são base para um catequista hoje”, explicou irmã Sueli.
Ela ressalta que
a importância do manual está em oferecer uma base metodológica, pedagógica,
teológica, pastoral, espiritual para que os catequistas tenham os fundamentos
necessários para a sua missão. E esclareceu que, no manual, não serão
encontradas propostas ou o tão conhecido “como fazer”.
“Na verdade, o manual não quer ser essa receita de como fazer, mas uma receita de uma forma que o conteúdo ajude numa reflexão para que a catequese realmente tenha uma base, tenha seus fundamentos assim como a Igreja propõe hoje”, disse.
Público-alvo
O assessor da
Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB, padre Wagner Carvalho,
apresentou o público a quem se destina a publicação. Nascido do desejo de
servir a toda a comunidade eclesial, tem especial atenção aos catequistas, às
lideranças de pastorais, mas também aos ministros ordenados.
“Todos esses sujeitos são, de seu modo específico, naquilo que é próprio de cada um, sujeitos da ação evangelizadora e catequética da nossa Igreja. Então, o Manual quer oferecer a cada um desses sujeitos um instrumento de reflexão, formação e aprofundamento teológico, catequético e pastoral”.
Padre Wagner também explicou que o manual foi estruturado para ajudar nas casas de formação, nas faculdades, nos institutos, nas pós-graduações com três finalidades bem definidas: recolocar a catequética como ciência; ser um manual que reflete a partir da realidade brasileira; e ser um ponto de partida para auxiliar professores e estudantes na construção de uma reflexão sólida e atual, fiel à tradição viva da Igreja, mas também atenta às exigências do nosso tempo.
Fotos: Edições
CNBB



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