a
alegria é a regra para os cristãos
Ao rezar o Angelus
com os fiéis no III Domingo do Advento, o Papa falou sobre a alegria cristã,
que consiste em descentralizar-se de si mesmo e colocar Jesus no centro.
"Isso não é alienação, porque Jesus é efetivamente o centro, é a luz que
dá sentido pleno à vida de cada homem e mulher que vem a este mundo."
Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano - Alegria: esta foi a palavra predominante do Evangelho de hoje, comentado pelo Papa Francisco antes de rezar o Angelus com os fiéis reunidos na Praça São Pedro.
Este III Domingo
do Advento, explicou o Pontífice, é marcado sobretudo pela alegria. O motivo é
que o Senhor está chegando, está perto de nós.
“Esta é uma regra
para os cristãos. Uma vez, um filósofo dizia algo mais ou menos assim: 'Mas eu
não entendo como se pode crer hoje, porque quem diz acreditar tem o rosto de
funeral. Não dão testemunho da alegria da ressurreição de Jesus Cristo'. E
muitos cristãos com aquela cara...Sim, cara de funeral, e tristeza. Mas Cristo
ressuscitou! Cristo o ama! Pensemos nisto: 'Estou feliz porque o Senhor está
perto de mim? Porque o Senhor me ama? Porque o Senhor me redimiu?”
O Evangelho
segundo João apresenta o personagem bíblico que – com exceção de Maria e José –
por primeiro e mais intensamente viveu a espera do Messias e a alegria de vê-lo
chegar: João o Batista.
“O Batista é a
primeira testemunha de Jesus, com a palavra e com o dom da vida”, afirmou
Francisco. Ele realizou a sua missão indicando Jesus como o Cristo, o Enviado
de Deus prometido pelos profetas.
Sempre apontando o
Senhor
Não obstante fosse
um líder no seu tempo, João não cedeu nem mesmo por um instante à tentação de
atrair a atenção sobre si: ele sempre orientava para Aquele que estava por vir.
“Eis a primeira
condição da alegria cristã: descentralizar-se de si e colocar Jesus no centro.
Isso não é alienação, porque Jesus é efetivamente o centro, é a luz que dá
sentido pleno à vida de cada homem e mulher que vem a este mundo.”
O Senhor está no
centro, disse ainda o Papa. Os santos, inclusive, estão fora, apontando o
Senhor. "E quem não aponta o Senhor, não é santo."
É o mesmo
dinamismo do amor que me leva a sair de mim mesmo não para me perder, mas para
me reencontrar enquanto me dou, enquanto busco o bem do outro.
Despojar-se da
mundanidade
O Papa prosseguiu recordando
que João o Batista percorreu um longo caminho para chegar a
testemunhar Jesus. “O caminho da alegria não é uma diversão. Deixou tudo, desde
jovem, para colocar Deus em primeiro lugar.”
Retirou-se no
deserto despojando-se de todo o supérfluo, para estar mais livre para seguir o
vento do Espírito Santo. Para Francisco, o seu testemunho é paradigmático para
quem quiser buscar o sentido da própria vida e encontrar a verdadeira alegria.
“Em especial, o
Batista é modelo para os que na Igreja são chamados a anunciar Cristo aos
outros: podem fazê-lo somente no distanciamento de si mesmos e da mundanidade,
não atraindo as pessoas a si, mas orientando-as a Jesus.”
“A alegria é isto:
orientar a Jesus. E a alegria deve ser a característica da nossa fé. Também nos
momentos mais ruins, saber que o Senhor está comigo, que o Senhor está conosco,
que o Senhor ressuscitou. O Senhor! O Senhor! O Senhor! Este é o centro da
nossa vida. Pensem bem hoje: como me comporto? Se não tenho a alegria da minha
fé, não poderei dar testemunho e os outros dirão: 'Mas se a fé é assim triste,
melhor não tê-la'.”
Rezando o Angelus,
concluiu o Papa, nós vemos tudo isso realizado plenamente na Virgem Maria, pois
ela esperou no silêncio a Palavra de salvação de Deus; a ouviu, a acolheu, a
concebeu. Nela, Deus se fez próximo. Por isso, a Igreja chama Maria “Causa da
nossa alegria”.
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Assista:
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Papa às crianças:
deixar-se atrair pela ternura do Menino Jesus
A tradicional
bênção das imagens do Menino Jesus a serem colocadas no presépio não foi
realizada como de costume devido à pandemia. Mas o Papa não deixou de se
dirigir às crianças com uma mensagem de afeto.
Bianca Fraccalvieri - Cidade do Vaticano - Após a oração do Angelus, o Papa saudou um grupo presente na Praça que representava as famílias e as crianças de Roma por ocasião da tradicional bênção das imagens do Menino Jesus a serem colocadas no presépio. Esta bênção é realizada no III Domingo do Advento.
Este ano, devido à
pandemia, o evento foi realizado de maneira reduzida.
“Em silêncio,
façamos a bênção das imagens. Quando rezarem em casa, diante dos presépios com
seus familiares, deixem-se atrair pela ternura do Menino Jesus, que nasceu
pobre e frágil no meio de nós, para nos dar o seu amor.”
O Pontífice se
despediu com um lembrete: “Não se esqueçam da alegria! O cristão é alegre no
coração, mesmo nas provações; é alegre porque está perto de Jesus. É Ele que
nos dá a alegria.”
E por fim: Buon
pranzo e arrivederci! (Bom almoço e até logo!)
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