Dom Paulo Cezar
Costa tomou posse como quinto arcebispo de Brasília, no último sábado, 12 de
dezembro, durante uma missa celebrada na catedral metropolitana de Nossa
Senhora Aparecida, no centro da Capital Federal. A celebração, restrita a
membros do clero e convidados, contou com a participação do arcebispo de Belo
Horizonte (MG) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo, e bispos de várias partes do Brasil.
Na celebração da
festa de Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira da América Latina, dom Paulo
Cezar desejou imitar a mãe de Jesus que, logo após a anunciação, corre
apressadamente para ajudar sua prima Isabel.
“Maria já tinha,
na anunciação, colocado toda a sua existência como serva à disposição de Deus.
A fé faz caminhar apressadamente. O caminho da fé liberta a existência. Maria
representa os pobres de Iahweh, que não têm nenhuma outra riqueza a não ser
Deus, e por isso se confiam totalmente ao seu amor misericordioso”, afirmou
durante sua reflexão na homilia.
Modelo para a
Evangelização
Mulher orante e
trabalhadora de Nazaré, Nossa Senhora da Prontidão que sai apressadamente da
sua povoação para ir ajudar os outros. Recordando o Papa Francisco, dom Paulo
aponta Maria como modelo para a evangelização, a partir da sua “dinâmica de
Justiça e ternura, de contemplação e de caminho para os outros”.
“A Igreja, mãe da
ternura, caminha sempre com Maria, porque a sua dinâmica é caminhar. A
intimidade da Igreja com Jesus é uma intimidade itinerante, a comunhão reveste
essencialmente a forma de comunhão missionária, por isso a Igreja sai para
anunciar o evangelho a todos e todas”, situou.
Nessa perspectiva, dom Paulo reforçou que uma Igreja evangelizadora e missionária se faz com a doação de todos e todas: bispos, padres, religiosos, religiosas, diáconos, novas comunidades, seminaristas, leigos e leigas.
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Dom Paulo Cezar Costa | Foto: arquidiocese de Brasília |
“Quando todos,
como discípulos missionários, se colocam a caminho na evangelização, na missão,
a Igreja vai se tornando mais bonita. É juntos, amados e amadas de Deus, que
continuaremos a construir uma Igreja missionária, uma Igreja evangelizadora,
que nos faremos presentes nos centros de decisões dessa cidade, mas também nas
periferias humanas e existenciais”.
Dom Paulo ainda
motivou todas as forças vivas da arquidiocese de Brasília a dirigirem-se, como
Maria, apressadamente, “pois a pressa nos indica a busca de realizar a vontade
de Deus. E a igreja existe para realizar a vontade de Deus. Não é outra a sua
missão”.
Oração e
reconhecimento
Ainda no inicio da
celebração, o bispo auxiliar dom José Aparecido Gonçalves de Almeida, que
desempenhou a função de administrador diocesano no período de sede vacante, deu
as boas-vindas a dom Paulo e recordou o tempo de espera e oração pelo envio de
um novo arcebispo.
As orações
seguiram também após a notícia da nomeação. “A partir daquele dia, começamos a
rezar para que Deus o cobrisse de sabedoria, daquela sabedoria, como diz a
escritura, que partilha do trono de Deus, para guiar a Igreja de Brasília, o
povo que aqui vive e peregrina rumo aos céus. Pedimos também que fizesse
resplandecer na sua pessoa a santidade sacerdotal, o zelo apostólico, a
solicitude pastoral para que tudo suporte pelos eleitos que peregrinam no
coração do Planalto Central”, contou dom Aparecido.
O bispo manifestou afeto e “sincero e profundo reconhecimento” ao Papa Francisco pelo envio do novo arcebispo e dirigiu-se a dom Paulo: “Tenho certeza que, juntamente com o senhor, estaremos em profunda comunhão com o Santo Padre”.
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Bispos de estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Piauí participaram da celebração de posse Foto: arquidiocese de Brasília |
Votos de dom
Walmor
O presidente da
CNBB, representando os bispos presentes, recordou os 60 anos da jovem
arquidiocese de Brasília e afirmou que um novo ciclo se abre com a presença de
dom Paulo Cezar Costa. “Seja um ciclo como um broto de esperança, lembrando
nesse tempo do Advento a poesia do profeta Isaías”. Dom Walmor apresentou três
votos: de um coração peregrino, de uma atitude de aprendiz e de uma alma
sertaneja.
Coração peregrino
“O primeiro voto é
que o senhor tenha um coração de peregrino nestas terras para seduzir os
corações no amor de Deus, sempre peregrino”.
Atitude de
aprendiz
“Que o senhor
tenha uma atitude de aprendiz, porque o tecido cultural diversificado desta
terra exige muita sabedoria para costura-lo e dar a ele uma qualidade a altura
de nós, como Igreja, ajudarmos a nossa sociedade brasileira a ser mais justa,
fraterna e solidária, num momento tão difícil como esse e com enormes
desafios”.
Alma sertaneja
“O bioma dessa terra
é o Cerrado e, ao ter uma alma sertaneja, que o senhor conduza esse caminho com
muita poesia, para encontrar novos caminhos. E que tenha a tenacidade das
árvores do Cerrado: envergam, mas não quebram, descascam e se renovam. Seja
assim o seu ministério”.
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