sábado, 9 de julho de 2016

O Discípulo e a Missão de Comunicar:

o discípulo que ouve* 
Quando tomamos as lentes da comunicação para ver a realidade da Igreja, compreendemos que esta existe para evangelizar. Ela anuncia, por palavras e ações, Jesus Cristo, que enche nossos corações e nos impele a fazer ecoar (Catequese) o anúncio da Boa Nova. Jesus atrai a si os homens de cada geração, convocando-os a anunciar o Evangelho, com um mandato que é sempre novo. Hoje é necessário um empenho eclesial mais convicto a favor da nova evangelização, para redescobrir a alegria de crer (Papa Francisco) e o entusiasmo (Deus dentro) para comunicar a fé.
“O fazer chegar ao coração do outro o que está no meu” pode ser expresso de múltiplas formas e meios. A cultura digital oferece “ecologias digitais” que comunicam e buscam relações. Elas devem estar a serviço das pessoas, da construção de uma sociedade mais justa e fraterna, mas também a serviço do anúncio do evangelho. Nesse sentido, entra o tema que iremos refletir: o discípulo da comunicação.
É preciso abrir o coração e amente para escutar o Senhor
A alegria do discípulo é ótimo antídoto frente a um mundo atemorizado pelo futuro e agoniado pela violência e pelo ódio. A alegria do discípulo não é um sentimento de bem-estar egoísta, mas uma certeza que brota da fé, que serena o coração e o capacita para anunciar a boa nova do amor de Deus. Conhecer Jesus, o comunicador do Pai, é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas, e fazê-lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria (cf. DA 43)
Certa vez um senhor foi interrogado por um jovem: “o que o senhor acha mais importante na vida de um discípulo de Jesus”? Ele ficou pensando... pensando, e respondeu “ficar escutando o Mestre”. Perguntou o jovem: O mais importante na vida de um discípulo não seria seguir Jesus? O senhor replicou: “Como posso seguir a voz de quem eu não conheço”?
O senhor da história, propositalmente, não possui um nome, porque na verdade pode ser um de nós. Quando não somos capazes de escutar a voz (ensinamentos) do Mestre, podemos até segui-lo, mas corremos o sério risco de desistirmos no meio do caminho. Antes de qualquer seguimento, é preciso escutar como discípulo.
O profeta Isaias nos adverte: “É, pois, o Eterno que concedeu-me a língua dos instruídos para que eu saiba o que dizer ao que está cansado; ele me acorda todas as manhãs; desperta-me o ouvido para que eu possa escutar como discípulo. O Senhor Yahweh, abriu-me os ouvidos e eu não fui rebelde, não recuei” (cf. Is 50,4-5).
A experiência descrita no trecho do 3º canto do servo traduz, de certo modo, como deve ser a espiritualidade do comunicador. O fato de “acordar todas as manhãs” nos permite contemplar uma cena silenciosa, calma e típica da aurora que desponta. À luz do Diretório Nacional de Comunicação podemos asseverar que não apenas a palavra, mas também o silêncio é comunicação. Nele, o comunicador encontra a fonte do seu processo criativo. Na experiência do silêncio, a pessoa encontra Deus e o significado profundo de Sua palavra. São João no Prólogo, diz que “no início existia a Palavra, e a Palavra estava com Deus, e a Palavra era Deus” (cf. Jo 1,1). No silêncio a palavra é gerada, transmitida e comunicada na sua grandeza e totalidade. Comunicar, rezar e viver integram-se formando um todo, tanto no estilo como na elaboração da mensagem e na forma de se comunicar. A mística do comunicador está relacionada com seu processo criativo, sua busca por informações, seu modo de ler e de interpretar os fatos, de inovar a linguagem e buscar outros estilos de comunicar. O comunicador é um místico e o místico deve ser um comunicador (cf. DCIB n° 58,60). 

(* parte 1 da Reflexão)
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                                                                                                                    Fonte: a12.com

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