domingo, 31 de julho de 2016

Missa conclusiva da Jornada Mundial da Juventude:

Criem uma nova humanidade!

Cracóvia (RV) – Quinto e último dia da XV Viagem Apostólica do Santo Padre que o levou à Polônia.O Papa deixou a sede do arcebispado de Cracóvia, na manhã deste domingo (31/7) e se dirigiu, novamente, ao “Campus Misericordiae”, a 12 km., para presidir à solene Santa Missa de encerramento da XXXI JMJ
Devemos tudo realizar na oração, na Palavra de Deus, no Evangelho!
Ao chegar à localidade, o Pontífice abençoou uma das duas Casas que, depois da JMJ, será dedicada à Assistência de idosos em dificuldade e pobres; a outra servirá como sede da Caritas local.
Depois de aspergir, com a água benta, as pessoas presentes, o ambiente e a imagem de Nossa Senhora de Loreto, tomou o papamóvel e deu uma volta entre os milhares de jovens que se encontravam no “Campus Misericordiae”, muitos dos quais passaram a noite ali em oração e meditação diante do SS. Sacramento exposto sobre o altar.
A seguir dirigiu-se à sacristia para se paramentar e dar início ao grande evento do dia: a celebração Eucarística conclusiva da JMJ. Concelebraram cerca de 1.200 bispos e arcebispos e mais de 15 mil sacerdotes.
Em Cracóvia para encontrar Jesus
No início da Santa Missa, o Cardeal-arcebispo de Cracóvia, Dom Stanislaw Dziwisz, fez uma saudação ao Papa e numerosos presentes. Depois, ao pronunciar sua homilia, Francisco recordou inicialmente que os jovens se encontram em Cracóvia para encontrar Jesus, com base no Evangelho de hoje que fala do encontro, Jericó, entre Jesus e um homem, chamado Zaqueu:
“Jesus não se limita a pregar ou a saudar alguém, mas atravessa a cidade. Em outras palavras, Jesus quer se aproximar da vida de cada um, percorrer o nosso caminho até ao fim, para que a sua vida e a nossa se encontrem concretamente”.
Assim dá-se o encontro tão surpreendente com Zaqueu, o chefe dos Publicanos, isto é, dos cobradores de impostos. Zaqueu era um rico, colaborador dos odiados romanos; era um explorador do povo, uma pessoa que, pela sua má reputação, nem devia sequer aproximar-se do Mestre. Porém, disse o Santo Padre, este encontro com Jesus mudou a sua vida, como poderia acontecer com cada um de nós:
Baixa estatura, vergonha paralisante, multidão murmurante
“Zaqueu, porém, teve que enfrentar alguns obstáculos para encontrar Jesus: pelo menos três, que podem servir de exemplo também para nós: baixa estatura, vergonha paralisante, multidão murmurante”.
Começando pelo primeiro obstáculo, a sua “baixa estatura”, o Papa disse que Zaqueu não conseguia ver o Mestre, porque era baixinho. Também hoje – explicou - podemos correr o risco de ficar distante de Jesus, porque não nos sentimos à altura, porque temos uma baixa estima de nós mesmos. Esta é uma grande tentação, que não tem a ver apenas com a autoestima, mas com a fé:
“Jesus assumiu a nossa humanidade e o seu coração nunca se afastará de nós; o Espírito Santo quer habitar em nós; somos chamados à alegria eterna com Deus. Eis a nossa estatura, a nossa identidade espiritual: não aceitar-nos e viver descontentes e de modo negativo significa não reconhecer a nossa verdadeira identidade. Deus nos ama como somos e nenhum pecado, defeito ou erro lhe fará mudar de ideia”.
Para Jesus, ninguém é insignificante
Para Jesus, ninguém é inferior e distante, ninguém é insignificante. Pelo contrário, todos somos prediletos e importantes! Deus conta conosco pelo que somos, não pelo que temos; ele nos aguarda com esperança, acredita em nós e nos ama! Aqui, Francisco passou a explicar o segundo obstáculo que Zaqueu tinha para encontrar Jesus: uma “vergonha paralisante”:
“Podemos imaginar o que aconteceu no coração de Zaqueu, antes de subir ao sicômoro: deve ter havido uma grande luta; por um lado, uma curiosidade boa: conhecer Jesus; por outro, o risco de fazer um papelão”.
Zaqueu era um personagem público, um líder, um homem de poder e sabia que, ao subir à árvore, faria um papel ridículo; ele, porém, venceu a vergonha, porque a atração por Jesus era mais forte. Ele estava pronto a tudo, porque Jesus era o único que poderia livrá-lo do pecado e da infelicidade. Quando ele o chamou, desceu imediatamente e colocou-se em jogo. E o Pontífice exortou:
Apostem no amor
“Queridos jovens, não tenham vergonha de apresentar-lhe tudo na Confissão: fraquezas, cansaço, pecados, pois Ele os surpreenderá com o seu perdão e a sua paz. Não tenham medo de dizer-lhe ‘sim’ com todo o entusiasmo do coração, de responder-lhe com generosidade, de segui-lo. Apostem no belo amor, que requer renúncia ao sucesso forçado e à droga de pensar só em si e nas próprias comodidades”.
Por fim, depois da “baixa estatura” e da “vergonha paralisante”, o Santo Padre explicou terceiro obstáculo que Zaqueu teve que enfrentar: a “multidão murmurante”, que o bloqueou e o criticou, dizendo que Jesus não devia entrar na casa dele, por era um pecador. Como é difícil acolher Jesus e aceitar um Deus “rico em misericórdia”! Mas, ele nos convida a ter coragem, a ser mais fortes que o mal. Os outros poderão rir de nós por acreditarmos na força da misericórdia. E dirigindo-se de modo particular aos jovens da JMJ, Francisco deixou seu recado:
Nova humanidade
“Não tenham medo, mas pensem nas palavras destes dias: ‘Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia’. Vocês poderão parecer sonhadores em acreditar numa humanidade nova, que rejeita o ódio entre os povos e as barreiras dos países, que mantém suas tradições, sem egoísmos ou ressentimentos. Não desanimem! Com seu sorriso e braços abertos transmitam esperança, pois vocês são uma bênção para a família humana”.
Em suma, enquanto a multidão criticava e julgava Zaqueu, Jesus levantou seu olhar para ele, um olhar que vai além dos defeitos e pecados. Assim, ele entrevê o bem futuro, não se resigna perante a obstinação, mas busca o caminho da unidade e da comunhão; Jesus não se detém nas aparências das pessoas, mas olha seu coração. E o Papa ponderou:
“Com este olhar de Jesus, vocês podem criar uma nova humanidade, sem esperar recompensa, mas buscando o bem, felizes de ter um coração puro e lutando, de modo pacífico, pela honestidade e a justiça. Não sejam superficiais, desconfiem das aparências mundanas. Mas, tenham um coração que vê e transmite o bem, sem cessar. Contagiem o mundo com a alegria que receberam gratuitamente de Deus.
Hoje, disse por fim Francisco, Jesus nos diz, como fez com Zaqueu: “Desça depressa, pois hoje vou ficar na sua casa”. Logo, a JMJ, poderíamos dizer, começa hoje e continua em suas casas, porque é lá que Jesus vai encontrá-los, a partir de agora. O Senhor não quer ficar apenas nesta bela cidade ou nas belas recordações, mas agir em suas vidas: no estudo, no trabalho, nas amizades, nos afetos, nos projetos e nos sonhos.
Tudo, porém, recomendou o Papa, deve realizar-se na oração, na Palavra de Deus, no Evangelho! Respondamos a Jesus que nos chama por nome. Façamos memória, agradecidos, do que vimos e ouvimos aqui. (MT)
Assista:
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Papa anuncia:
Panamá, sede da próxima JMJ em 2019

Cracóvia (RV) - Ao término da solene concelebração Eucarística de encerramento da JMJ, em Cracóvia, o Santo Padre passou à oração mariana do Angelus no “Campus Misericordiae”, anunciando oficialmente que a próxima JMJ será no PANAMÁ:
Panamenhos comemoram convocação do Papa para 2019
“A Providência divina sempre nos precede. Ela já decidiu onde será a próxima etapa desta grande peregrinação iniciada, em 1985, por São João Paulo II! Por isso, é com alegria que lhes anuncio que a próxima JMJ, depois das duas a nível diocesano, se realizará no Panamá, em 2019”.
Depois, antes da oração do Angelus, o Papa disse: “No final desta Celebração, quero unir-me a todos vocês, em ação de graças a Deus, Pai de Misericórdia infinita, porque nos permitiu viver esta JMJ. Agradeço pelo trabalho e a oração para preparar este evento e a todos os que contribuíram para seu bom êxito”.
São João Paulo II
Francisco quis dirigir uma “obrigado especial” aos jovens, que encheram Cracóvia com o entusiasmo contagiante da sua fé. “São João Paulo II rejubila-se no Céu e nos ajudará a levar a alegria do Evangelho pelo mundo inteiro”.
Nestes dias, acrescentou o Papa, experimentamos a beleza da fraternidade universal em Cristo, centro e esperança da nossa vida. Ouvimos a voz do Bom Pastor, vivo no meio de nós, que falou aos nossos corações, renovou-nos com seu amor e fez-nos sentir a luz do seu perdão e a força da sua graça. Foi uma verdadeira oxigenação espiritual!
Depois, ao indicar a imagem da Virgem Maria, ao lado do altar, venerada por São João Paulo II no Santuário de Kalwaria, o Pontífice a invocou para que fecunde a experiência vivida pelos jovens na Polônia, a fim de que germine e produza frutos abundantes, com a ação do Espírito Santo.
Enfim, o Papa expressou seu desejo de que “que cada um, com suas limitações e fragilidades, possa ser testemunha de Cristo no lugar onde vive, em suas famílias, paróquias, associações e grupos, nos ambientes de estudo, trabalho, diversão.
Assista:
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Papa agradece aos voluntários:
Memória, coragem, futuro

Cracóvia (RV) – O último “compromisso” do Papa Francisco na Polônia foi o encontro com os voluntários da Jornada Mundial da Juventude, no Ginásio de Esportes Tauron, distante 10 km de Cracóvia.
O encontro teve início com o testemunho de dois voluntários – uma polonesa e um panamenho – que confirmam ao Papa os dons recebidos desta e das outras JMJ, vividas no serviço, ajudas extraordinárias por escolha de vida pessoal, coerente com a fé, e a pertença à Igreja.
Comovente foi a leitura – feita pelo irmão – de uma carta escrita por um jovem gráfico polonês, a quem se deve toda a cenografia da JMJ em Cracóvia, falecido devido a um tumor no início de julho.
"Memória, coragem, futuro!"
Francisco iniciou o seu pronunciamento  aos jovens voluntários lendo o texto que havia preparado – de seis folhas: “Caríssimos voluntários – disse – antes de voltar para Roma, sinto o desejo de vos encontrar e, sobretudo, agradecer a cada um de vocês pelo empenho, a generosidade e a dedicação com que acompanharam, ajudaram e serviram a milhares de jovens peregrinos. Graças também pelo vosso testemunho de fé que, unido ao de tantíssimos jovens provenientes de todas as partes do mundo, é um grande sinal de esperança para a Igreja e para o mundo. Doando-vos por amor a Cristo, vocês experimentam o quanto é bonito comprometer-se por uma causa nobre”.
Deixando o texto de lado, por achá-lo “chato”, Francisco o entregou e começou a falar de improviso em espanhol.
“Preparar uma Jornada da Juventude – afirmou – é uma aventura, quer dizer colocar-se em uma aventura e chegar. Chegar, servir, trabalhar, fazer e depois despedir-se. Portanto, antes de tudo, a aventura, a generosidade. Eu quero agradecer a todos vocês, voluntários, voluntárias, benfeitores, por tudo o que fizeram. Quero agradecer pelas horas de oração que fizeram, porque sei que esta Jornada foi colocada ao lado de muito trabalho, mas também muita oração. Obrigado aos voluntários que dedicaram um tempo à oração, para que pudéssemos seguir em frente assim”.
“Obrigado aos sacerdotes, aos sacerdotes que vos acompanharam; obrigado às religiosas, que vos acompanharam; obrigado aos consagrados e obrigado a vocês que entraram nesta aventura, com a esperança de conseguir chegar ao final”.
Ter memória
“O bispo, quando fez a apresentação, disse a ele – não sei se entenderão esta palavra – um cumprimento adulatório: “Vocês são a esperança do futuro”. E é verdade! Porém, sob duas condições. Vocês querem ser esperança para o futuro? Sim? Estão certos disto? (respondem “sim”). Então, sob duas condições: não, não é necessário pagar o bilhete de entrada... A primeira condição é ter memória, perguntar-se de onde venho; a memória de meu povo, a memória da minha família, de meu país, de toda a minha história. O testemunho da segunda voluntária era repleto de memória, repleto! Memória de um caminho, memória de quanto recebeu de seus pais. Um jovem sem memória não pode ser esperança para o futuro. Está claro? (respondem: “Sim!”).
“’Padre, como faço para ter memória?’ – ‘Fala com teus pais, fala com os adultos. Sobretudo fala com os avós   ‘. Está claro? De tal modo, que se vocês querem ser a esperança do futuro, vocês devem receber a ‘tocha do nono e da nona’, está claro?”.
“Me prometam que para preparar o Panamá vocês falarão mais com os avós? (respondem: “Sim”). E se os nonos já foram pro céu, falem de qualquer modo com os idosos e perguntem a eles? (responde: “Sim!”). Peçam a eles, porque eles são a sabedoria do povo. Portanto, para ser esperança, a primeira condição é ter memória. “Vocês são a esperança do futuro”, disse para vocês o bispo”.
Coragem e futuro
“Depois, a segunda condição: se para o futuro sou esperança e tenho memória do passado, permanece para mim o presente. O que devo fazer no presente? Ter coragem. Ter coragem! Serem corajosos, ser corajosos! Não assustarem-se. Ouvimos o testemunho, o adeus deste nosso amigo que foi vencido pelo câncer: ele queria estar aqui! Não chegou, mas teve a coragem, a coragem de enfrentar, a coragem de continuar a lutar, também na pior das condições. Este jovem, hoje, não está aqui, mas aquele jovem semeou esperança para o futuro. Portanto, para o presente, coragem! “Para o presente?” (respondem: “Coragem!”). Valentia, coragem. Está claro? Portanto, se vocês têm... Qual era a primeira coisa? (respondem: “Memória!”). E se têm (responde: “Coragem!”, vocês serão a esperança (respondem: “Futuro!”). Está tudo claro? Bem!”.
“Eu não sei se eu estarei no Panamá, mas posso assegurar para vocês uma coisa, que Pedro estará no Panamá. E Pedro perguntará para vocês se falaram com os avós, se falaram com os anciãos para ter memória, se tiveram a coragem e audácia para enfrentar a situação e se semearam para o futuro. E responderão a Pedro... (respondem: “Sim!”). Está claro? Que Deus vos abençoe a todos. Obrigado. Obrigado por tudo! E agora todos juntos, cada um na própria língua, rezemos a Virgem”.
Recita Ave Maria...
E peço a vocês para rezarem por mim. Não esqueçam. E vos dou a bênção.
Bênção
E estava me esquecendo: como era? (respondem: “Memória, coragem, futuro!”).
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