domingo, 3 de julho de 2016

Reflexões para este domingo

Papa: o primeiro a viver e servir a misericórdia
Quando o Papa Gregório Magno começou a assinar seus documentos SSD (Servo dos Servidores de Deus) estava certamente a lembrar a tríplice pergunta de Jesus a Pedro, "Tu me amas?" , como condição fundamental para apascentar, guiar e servir o rebanho a ele confiado. Também Santo Ignácio de Antioquia recordava nas suas Cartas as diversas comunidades eclesiais que a Igreja de Roma detentava a primazia no amor. 
Papa Francisco
(Fonte: a12.com)
A beata Teresa de Calcutá sempre ensinava que a fé em ação se chama caridade e a caridade em ação se chama serviço. Por isso quando o Senhor troca o nome de Simão por Pedro está conferindo uma missão não ser somente pedra no sentido de baluarte e guardião da fé, mas como afirmam certos exegetas, ser gruta, guarida e refúgio, acolhendo no amor paternal de Pastor misericordioso a todos os povos e nações, sendo um ícone vivo da compaixão e bondade do Salvador.
Por isso é comum é frequente ver o Papa com solicitude e zelo servir os irmãos mais pobres, alimentado-os e considerando-os como testemunhou o Diácono Lourenço a verdadeira riqueza da Igreja, já que manifestam a presença do próprio Cristo. Nas suas inúmeras visitas às Igrejas Particulares e as que não estão em comunhão plena com a católica, percebe-se o incentivo ao diálogo fraterno e a partilha que renovam, buscam e fortalecem a unidade. 
Mas o serviço a misericórdia não ficou confinado nunca as fronteiras eclesiais, os papas exerceram uma autêntica diaconia aberta e extensiva ao mundo inteiro, ajudando na pacificação entre os povos, defendendo a vida, a dignidade da pessoa e os direitos humanos. 
Apregoando e somando esforços na edificação da cívitas amoris, a civilização do amor, mostrando sempre que para Igreja como expressava o poeta clássico Terêncio, nada do que é verdadeiramente humano nos é alheio. Hoje, Francisco é o sucessor de Pedro, indicando-nos  com entusiasmo e firmeza o caminho da evangelização alegre e encarnada, solidária com a humanidade, presente nas periferias geográficas e existenciais do sofrimento humano, abraçando a todas as pessoas e povos com a ternura e a misericórdia do Bom Pastor. Vida longa e fecunda ao Papa Francisco! Deus seja louvado!
                                        Dom Roberto Francisco Ferreria Paz - Bispo de Campos (RJ)
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Pedro, a Pedra
A Igreja celebra hoje a solenidade de São Pedro e São Paulo, Apóstolos e Mártires, que estão na origem da nossa Igreja. A Liturgia celebra juntos São Pedro, o chefe da Igreja, e São Paulo, o Apóstolo dos gentios. No entanto, popularmente, nosso povo festeja hoje, principalmente, São Pedro. São Pedro, Santo Antônio e São João Batista são os três santos festejados pelo Brasil afora com as tradicionais festas populares de Missas, rezas, procissões e arraias com fogueiras, rojões, danças e comidas típicas dos tempos da Colônia. Quem não gosta destas festas juninas e julinas de nossos santos mais populares que expressam a nossa tradicional identidade cristã? As meninas se vestem lindamente de “Maria Chiquinha” e os meninos adequadamente de “Chico Bento”. E vem lá pipoca, amendoim, broa, batata doce, quentão, chocolate quente. E solta rojão, pula fogueira e roda quadrilha e música. Viva Santo Antônio! Viva São João! Viva São Pedro! Os Evangélicos fingem que não se lembram dos bons tempos e os Crentes nem dão bola, juntam-se louvando a Maria. 
São Pedro (Fonte: oimparcial.com.br)
No Evangelho da Missa - Mt 16,13-19 - Jesus pergunta aos discípulos: “E vós, quem dizeis que Eu sou?” Simão respondeu:: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. Respondendo, Jesus lhe disse: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso Eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”. 
Jesus não trocou o nome do humilde pescador, Simão, por “boniteza” como diz o povo simples, mas para dar significado à sua “vocação e missão” de ser pedra, rocha, sobre a qual Ele construirá a sua Igreja, tão solidamente quanto necessário para que nenhum poder, nem mesmo diabólico, a pudesse vencer, e firmará a unidade e a comunhão na mesma fé da comunidade dos cristãos, pela outorga a Pedro do poder das chaves do Reino dos Céus.  Essa é a fé da Igreja Católica, que vem desde os Apóstolos, a fé no “Primado de Pedro” como uma instituição divina. Do Senhor, Pedro recebeu o poder superior de ligar e desligar, isto é, de acolher e excluir, de absolver e condenar referentemente não só às pessoas quanto às doutrinas e aos costumes. Jesus, “pedra angular” da Igreja (At 4,11), constituiu Pedro como “pedra fundamental” da sua Igreja. Concedendo-lhe as chaves do Reino dos Céus, o fez “Cabeça da Igreja”. Pedro foi compreendendo o significado e o alcance desta “investidura” somente aos poucos, convivendo cotidianamente com o Senhor na intimidade de uma experiência às vezes dolorosa por causa de suas traições, mas seguida de profundo arrependimento desde quando o olhar misericordioso do Senhor o tocou no fundo do seu coração e ele chorou amargamente. Não obstante as suas fraquezas, o Mestre não retirou dele esta sua escolha e nomeação. Contudo, a preparação de Pedro se completou quando o Senhor ressuscitado o confirmou: “Pedro, tu me amas mais do que estes?”. Então, “Apascenta os meus cordeiros... Apascenta as minhas ovelhas” (Jo 21,15-16). Pedro demonstrou a sua plena comunhão com Cristo por meio da sua confiança absoluta nEle, do seu dedicado ministério ao serviço dos irmãos, e do seu martírio na cruz, sinal maior do grande amor que tinha por Ele.  
Nós, cristãos católicos, somos muito felizes, porque temos como “pedra angular” de nossa Igreja, Jesus Cristo, ontem, hoje e sempre, e “pedra fundamental”, Pedro e seus sucessores. Assim sendo, na nossa santa Igreja, por vontade divina, o ministério apostólico foi exercido a começar pelos doze, depois também por Paulo, Timóteo e por aqueles que se juntaram a eles ou os sucederam através dos tempos. Estes foram os ministros ordenados, os bispos com os presbíteros e diáconos, que chegarem aos nossos dias, como os que temos testemunhando Jesus Cristo “até aos extremos da terra” (At 1,8). De igual modo o ministério “petrino”, isto é, que vem de Pedro, é desempenhado pelos sucessores de Pedro pelos séculos afora, ora chamados “Papas”, nome que as primeiras comunidades cristãs adotaram do grego e do latim, por uma questão cultural, para atribuí-lo aos que sucederam a Pedro como o nosso amado Papa Francisco.
Assim nos ensina o nosso Catecismo: “O Papa é o sucessor do Apóstolo São Pedro, bispo de Roma. Como São Pedro fora o primeiro entre os Apóstolos, o Papa, seu sucessor, tem a presidência do colégio dos bispos. Sendo o Vigário de Cristo (que está no seu lugar), o Papa é o pastor supremo da Igreja” (n. 141). Roma foi a sede da Igreja que Pedro dirigiu e o lugar do seu martírio, como também do Apóstolo Paulo; tornou-se a sede temporal da Igreja Católica. Seu Bispo tem sido o Papa, cabeça da Igreja, como Francisco o é hoje. O Concílio Vaticano II afirma que “O Romano Pontífice, em virtude de seu cargo de Vigário de Cristo e de Pastor de toda a Igreja, tem poder pleno, supremo e universal sobre a Igreja” (Lumen Gentium, 22). Afirma também que ele “é o princípio e o fundamento perpétuo e visível da unidade, quer dos Bispos quer da multidão dos fiéis” (Idem, 23).   
São Pedro e São Paulo representam as duas dimensões do apostolado, diferentes, mas complementares, que estão na base da edificação da Igreja. Falando simplificadamente, em Pedro aparece o carisma da “responsabilidade institucional” e em Paulo, o da “criatividade missionária”. Por isso, ambos são chamados como “colunas da Igreja”.  
Hoje, a Igreja celebra o “dia do Papa”. Supliquemos à Trindade Santa pelo nosso amado Papa Francisco, por suas necessidades e intenções pessoais, por seu ministério apostólico de Vigário de Cristo de nossa Santa Igreja Católica, Apostólica e Romana, e por seu serviço em favor da paz no mundo, da justiça entre as nações e os povos, e do bem de toda a humanidade. 
                                                                         Dom Caetano Ferrari - Bispo de Bauru
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Missão Apostólica
O apóstolo Paulo reconhece que o evangelho não é anunciado conforme critérios puramente humanos. É missão dada por Cristo (Cf. Gálatas 1,11-16). Por isso, quem o leva aos outros, tem missão especial e deve realizá-la sem temor, mesmo não agradando a todos. De fato, muitos são combatidos, criticados, presos e até mortos por isso.
São Pedro e São Paulo
(Fonte: santuariodefatima.org.br)

Celebrando a festa de S. Pedro e S. Paulo, reafirmamos a apostolicidade da Igreja, que tem nos apóstolos seu fundamento, orientação e certeza da presença divina em seu meio. Desta forma, a Igreja é chamada a despertar a consciência da humanidade para os valores divinos no humano, a ponto de encetar um caminho de solidariedade, fraternidade e justiça. Enquanto houver alguém sofrendo e sendo excluído de vida digna, a Igreja, através de seus membros, deve apresentar a necessidade de se respeitar a vida humana, dando-lhe o necessário para viver como imagem e semelhança divina.
Jesus escolheu os apóstolos para pastorear seu rebanho sob a chefia de Pedro: “Apascenta as minhas ovelhas” (Jo 21,16). São homens, mas consagrados para u’a missão especial. Devem ajudar todo o rebanho a caminhar na segurança, seguindo o caminho que o leva à certeza de atingir o sentido ou o objetivo de alcançar a vida de plena realização. Os métodos éticos, morais e espirituais são essenciais para se ter êxito na caminhada. Ao contrário, resvala-se no precipício da injustiça, do desvio de conduta, do egocentrismo, do materialismo e do hedonismo aviltante, com o desproveito de todos. Nisso os desmandos na família, na política, na economia e em toda a convivência tornam-se verdadeiramente desumanos.
A Igreja apostólica tem papel de suma importância na sociedade. O Concílio Vaticano II trouxe atualização relevante na ação dela em relação à sociedade, principalmente os documentos “Luz dos Povos – Lumen Gentium e Alegria e Esperança – Gaudium et Spes”. Falam da Igreja que deve ser luz para os povos e deve dialogar com a sociedade de forma a apresentar os valores humanos e cristãos como verdadeiro tesouro que enriquece a caminhada da humanidade na história. Ela não é finalidade, mas instrumento de vital importância para colaborar com a promoção de uma sociedade justa e fraterna. Ajuda, assim, o desarmamento em todos as dimensões. O desarmamento dos corações ajuda a se ser mais humano com o semelhante, cooperando a que ele seja respeitado e promovido em seu ser. As virtudes da compreensão, da misericórdia e do diálogo levam cada um a estar ao lado do outro para, juntos, fazerem um convívio de progresso e desenvolvimento para todos. O espírito altruísta e de colaboração faz com que uns vejam as necessidades dos outros e os ajudem a superar suas necessidades e deficiências.
O anúncio do evangelho é vital para a Igreja apostólica cumprir a missão recebida de Cristo. É o evangelho que liberta e salva, pois, contempla a todos como filhos de Deus. Ajuda a promover a inclusão de quem é deixado de lado do convívio social justo e verdadeiramente humano. O evangelho contém o divino que humaniza, como Deus se fez humano para nos divinizar com seu amor.
                                   Dom José Alberto Moura - Arcebispo Metropolitano de Montes Claros
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                                                                                                 Fonte: a12.com
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Leituras do 15º Domingo do Tempo Comum



1ª Leitura: At 12,1-11
Naqueles dias, o rei Herodes prendeu alguns membros da Igreja, para torturá-los. Mandou matar à espada Tiago, irmão de João.  E, vendo que isso agradava aos judeus, mandou também prender a Pedro. Eram os dias dos Pães ázimos.
“Depois de prender Pedro, Herodes colocou-o na prisão, guardado por quatro grupos de soldados, com quatro soldados cada um. Herodes tinha a intenção de apresentá-lo ao povo, depois da festa da Páscoa.
Enquanto Pedro era mantido na prisão, a Igreja rezava continuamente a Deus por ele.
Herodes estava para apresentá-lo. Naquela mesma noite, Pedro dormia entre dois soldados, preso com duas correntes; e os guardas vigiavam a porta da prisão.
Eis que apareceu o anjo do Senhor e uma luz iluminou a cela. O anjo tocou o ombro de Pedro, acordou-o e disse: “Levanta-te depressa!” As correntes caíram-lhe das mãos.
O anjo continuou: “Coloca o cinto e calça tuas sandálias!” Pedro obedeceu e o anjo lhe disse: “Põe tua capa e vem comigo!”
Pedro acompanhou-o, e não sabia que era realidade o que estava acontecendo por meio do anjo, pois pensava que aquilo era uma visão.
Depois de passarem pela primeira e segunda guarda, chegaram ao portão de ferro que dava para a cidade. O portão abriu-se sozinho. Eles saíram, caminharam por uma rua e logo depois o anjo o deixou. Então Pedro caiu em si e disse: “Agora sei, de fato, que o Senhor enviou o seu anjo para me libertar do poder de Herodes e de tudo o que o povo judeu esperava!”
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Salmo: 33
  De todos os temores me livrou o Senhor Deus.
–  De todos os temores me livrou o Senhor Deus.
– Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo,/ seu louvor estará sempre em minha boca./ Minha alma se gloria no Senhor;/ que ouçam os humildes e se alegrem!
– Comigo engrandecei ao Senhor Deus,/ exaltemos todos juntos o seu nome!/ Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu,/ e de todos os temores me livrou.
– Contemplai a sua face e alegrai-vos,/ e vosso rosto não se cubra de vergonha!/ Este infeliz gritou a Deus, e foi ouvido,/ e o Senhor o libertou de toda angústia.
– O anjo do Senhor vem acampar/ ao redor dos que o temem, e os salva./ Provai e vede quão suave é o Senhor!/ Feliz o homem que tem nele o seu refúgio!
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2ª Leitura: 2Tm 4,6-8.17-18
Caríssimo, quanto a mim, eu já estou para ser derramado em sacrifício; aproxima-se o momento de minha partida. Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé. Agora está reservada para mim a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que esperam com amor a sua manifestação gloriosa.
Mas o Senhor esteve a meu lado e me deu forças, ele fez com que a mensagem fosse anunciada por mim integralmente, e ouvida por todas as nações; e eu fui libertado da boca do leão.
O Senhor me libertará de todo mal e me salvará para o seu Reino celeste. A ele a glória, pelos séculos dos séculos! Amém.
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Evangelho:  Mt 16,13-19
Naquele tempo, Jesus foi à região de Cesareia de Filipe e ali perguntou aos seus discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?”
Eles responderam: “Alguns dizem que é João Batista; outros que é Elias; outros ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas”.
Então Jesus lhes perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?”
Simão Pedro respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”.
Respondendo, Jesus lhe disse: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”.
Reflexão
O Papa, o missionário e a comunidade
Popularmente, a festa de hoje é chamada o Dia do Papa, sucessor de Pedro. Mas não podemos esquecer que ao lado de Pedro é celebrado também Paulo, o Apóstolo, ou seja, missionário, por excelência. No evangelho, o apóstolo Simão responde pela fé de seus irmãos. Por isso, Jesus lhe dá o nome de Pedro. Este nome é uma vocação: Simão deve ser a “pedra”(rocha) que deve dar solidez à comunidade de Jesus (cf. Lc 22,32). Esta “nomeação”vai acompanhada de uma promessa: as “portas” (cidade, reino) do inferno não poderão nada contra a Igreja, que é uma realização do reino “dos Céus” (= de Deus). A 1ª leitura ilustra essa promessa: Pedro é libertado da prisão pelo anjo do Senhor. Pedro aparece, assim, como o fundamento institucional da Igreja.
Paulo aparece mais na qualidade de fundador carismático. Sua vocação se dá na visão de Cristo no caminho de Damasco: de perseguidor, ele se transforma em apóstolo e realiza, mais do que os outros apóstolos inclusive, a missão que Cristo lhes deixou, de serem suas testemunhas até os extremos da terra (At 1,8). Apóstolo dos pagãos, Paulo torna realidade a universalidade da Igreja, da qual Pedro é o guardião. A 2ª leitura é o resumo de sua vida de plena dedicação à evangelização entre os pagãos, nas circunstâncias mais difíceis: a palavra tinha que ser ouvida por todas as nações (v. 17). Não esconder a luz de Cristo para ninguém! O mundo em que Paulo se movimentava estava dividido entre a religiosidade rígida dos judeus farisaicos e o mundo pagão, cambaleando entre a dissolução moral e o fanatismo religioso. Neste contexto, o apóstolo anunciou o Cristo Crucificado como sendo a salvação: loucura para os gregos, escândalo para os judeus, mas alegria verdadeira para quem nele crê. Missão difícil. No fim de sua vida, Paulo pode dizer que “combateu o bom combate e conservou a fé/fidelidade”, a sua e a dos fiéis que ele ganhou. Como Cristo – o bom pastor – não deixa as ovelhas se perderem, assim também o apóstolo – o enviado de Cristo – conserva-lhes a fidelidade.
Pedro e Paulo representam duas dimensões da vocação apostólica, diferentes mas complementares. As duas foram necessárias, para que pudéssemos comemorar hoje os fundadores da Igreja universal. Esta complementariedade dos carismas de Pedro e Paulo continua atual na Igreja hoje: a responsabilidade institucional e a criatividade missionária. Pode até provocar tensões, por exemplo, uma teologia “romana”versus uma teologia latino-americana. Mas é uma tensão fecunda. Hoje, sabemos que o pastoreio dos fiéis – a pastoral – não é monopólio dos “pastores constituídos”como tais, a hierarquia. Todos fiéis são um pouco pastores uns para com os outros. Devemos conservar a fidelidade a Cristo – a nossa e a dos nossos irmãos – na solidariedade do “bom combate”.
E qual será, hoje, o bom combate? Como no tempo de Pedro e Paulo, uma luta pela justiça e a verdade em meio a abusos, contradições e deformações. Por um lado, a exploração desavergonhada, que até se serve dos símbolos da nossa religião; por outro, a tentação de largar tudo e de dizer que a religião é um obstáculo para a libertação. Nossa luta é, precisamente, assumir a libertação em nome de Jesus, sendo fiéis a ele; pois, na sua morte, ele realizou a solidariedade mais radical que podemos imaginar.
                               Do livro “Liturgia Dominical”, de Johan Konings, SJ, Editora Vozes
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                                        Reflexão e ilustrações: franciscanos.org.br    Banner: cnbb.org.br

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