quarta-feira, 13 de julho de 2016

Leigos e leigas:

sujeitos eclesiais, sal e luz

No recente documento “Cristãos leigos e leigas na Igreja e na Sociedade:  Sal da terra e luz do mundo” (Doc. 105), aprovado na 54ª Assembleia Geral da CNBB, três palavras indicam a identidade, a espiritualidade e a missão dos leigos. Os leigos são sujeitos eclesiais e são sal e luz. 
Leigos,
chamados a servir em todas as atividades sociais
Um dos fios condutores de toda a reflexão é que os leigos são sujeitos eclesiais. Esta é a perspectiva, o objetivo, de todo o documento. Em primeiro lugar, isto se justifica porque, como escreveu o Papa, “a imensa maioria do povo de Deus é constituída por leigos. A seu serviço está uma minoria: os ministros ordenados.” (EG 102). O importante, porém, é que “cresceu a consciência da identidade e da missão dos leigos na Igreja.” (EG 102). “Cada cristão leigo e leiga é chamado a ser sujeito eclesial para atuar na Igreja e no mundo.” (Doc. 105, n. 1). Mas o que queremos dizer com a expressão “sujeito eclesial”? “Ser sujeito eclesial significa ser maduro na fé, testemunhar amor à Igreja, servir os irmãos e irmãs, permanecer no seguimento de Jesus na escuta obediente à inspiração do Espírito Santo e ter coragem, criatividade e ousadia para dar testemunho de Cristo.” (Doc. 105, n. 119). O ser sujeito se expressa em primeiro lugar na pertença, sentir-se parte integrante, corresponsável. É verdade que muitos batizados não tomaram ainda plena consciência de sua pertença, seu vínculo com a Igreja. Não sentem a comunidade como sua e, por isso, não se sentem contemplados, inseridos, na missão dos batizados. Por isso, ser sujeito não é uma realidade dada e pronta, mas uma realidade em construção. Parte da consciência da dignidade batismal e de um processo de iniciação cristã, que ajude a ser discípulo de Jesus Cristo, seu seguidor e testemunha na construção do Reino. “É um cristão maduro na fé, que experimentou o encontro pessoal com Jesus Cristo e se dispôs a segui-lo com todas as consequências dessa escolha. É o cristão que adere ao projeto do Mestre e busca identificar-se sempre mais com ele, com seu ser e agir”. (Doc. 105, n. 132). Para ser sujeito é necessário sentir-se povo de Deus, comunidade de irmãos na diversidade dos dons e ministérios. Os organismos de escuta, participação e decisão, que se concretizam nos Conselhos Pastorais e Administrativos são lugares privilegiados do exercício da cidadania eclesial dos leigos. 
As imagens bíblicas que inspiram esta postura dos leigos cristãos maduros, sujeitos eclesiais, são “sal” e “luz”. São palavras de Jesus, ditas no contexto do Sermão da Montanha: “Vós sois o sal da terra” (Mt 5,13) e “Vós sois a luz do mundo.” (Mt 5,14). É a espiritualidade bíblica do agir cristão leigo, que está inserido na terra, no mundo, na sociedade e, nesta realidade, oferece o que tem de melhor, de específico: salgar e iluminar. Exerce esta missão na gratuidade, no anonimato: o sal se dissolve. A luz que o cristão oferece não é sua, é a de Cristo, que ele reflete, como a clássica analogia da lua que reflete a luz do sol. “Nem o sal, nem a luz, nem a Igreja e nenhum cristão vive para si mesmo. Sua missão é sair de si, iluminar, se doar, dar sabor e se dissolver. Os cristãos leigos e leigas, na Igreja e na sociedade, devem ter olhares luminosos e corações sábios, para gerar luz, sabedoria e sabor, como Jesus Cisto e seu Evangelho.” (Doc. 105, n. 13). Afinal, todos os batizados são servidores do Reino. Chamados para iluminar e comunicar vida, diz nosso Papa, “não deixemos que nos roubem a alegria da evangelização.” (EG 83).
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                                                     Fonte: cnbb.org.br      Ilustração: www.savoblatos.com

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