quarta-feira, 30 de abril de 2025

O Conclave

pede orações ao povo de Deus

"Os cardeais, conscientes da responsabilidade a que são chamados, reconhecem a necessidade de serem sustentados pela oração de todos os fiéis", ressalta o comunicado da Santa Sé.

A Santa Sé divulgou um comunicado, nesta quarta-feira (30/04), informando que o Colégio Cardinalício convida o povo de Deus a viver este momento eclesial como um acontecimento de graça e de discernimento espiritual.

Segue o comunicado da Santa Sé.

O Colégio Cardinalício, reunido em Roma e empenhado nas Congregações Gerais que preparam o Conclave, deseja dirigir ao Povo de Deus o convite a viver este momento eclesial como um acontecimento de graça e discernimento espiritual, na escuta da Vontade de Deus.

Por isso, os Cardeais, conscientes da responsabilidade a que são chamados, reconhecem a necessidade de serem sustentados pela oração de todos os fiéis. Esta é a verdadeira força que, na Igreja, favorece a unidade de todos os membros no único Corpo de Cristo (cf. 1 Cor 12, 12).

Diante da grandeza desta iminente tarefa e das urgências do tempo presente, é necessário, antes de tudo, fazermo-nos instrumentos humildes da infinita Sabedoria e Providência do Pai Celeste, na docilidade à ação do Espírito Santo. É Ele, na verdade, o protagonista da vida do Povo de Deus, Aquele a quem devemos escutar, acolhendo o que diz à Igreja (cf. Ap 3, 6).

Que Nossa Senhora, com a sua intercessão maternal, acompanhe esta comum invocação.

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Conclave, uma história

entre a Idade Média e o futuro

O caminho rumo ao Sucessor de Pedro de número 267 passa por esta instituição criada para evitar o prolongamento da Sé vacante. É necessária uma maioria qualificada de dois terços dos votos para eleger o Pontífice.

Conclave de 1978

Por alguns dias, a Capela Sistina se abre ao olhar da história e se fecha aos olhos do mundo. A partir do dia 7 de maio próximo, os cardeais eleitores são chamados a eleger o Pontífice. O Conclave, agora iminente, é o septuagésimo sexto na história da Igreja; o vigésimo sexto realizado sob os auspícios do Juízo Final de Michelangelo.

Cum-clave

O termo Conclave, que deriva do latim "cum-clave", referia-se a um espaço reservado na casa, precisamente "fechado a chave". Na linguagem da Igreja, é usado para indicar tanto o local fechado onde se realiza a eleição do Pontífice quanto o conjunto do Colégio Cardinalício chamado a eleger o novo Papa.

A eleição do Papa

O que está prestes a se iniciar é o septuagésimo sexto Conclave, estruturado na forma que conhecemos hoje, partindo do que foi estabelecido por Gregório X em 1274. No período anterior a essa data, falava-se simplesmente da eleição do Pontífice. Durante os primeiros 1.200 anos, aproximadamente, da história da Igreja, o Sucessor de Pedro, como Bispo de Roma, era de fato eleito com o envolvimento da comunidade local. O clero examinava os candidatos propostos pelos fiéis e o Papa era escolhido pelos bispos. Do século IV ao XI, a eleição também foi marcada pela questão das influências externas: imperadores romanos, carolíngios e outros tentaram de várias maneiras controlar o processo de designação do Pontífice.

As raízes do Conclave

Ao longo dos séculos, sucederam-se mudanças que moldaram a estrutura do Conclave até o atual. O primeiro a intervir, nesse sentido, foi o Papa Nicolau II, em 1059, com a bula "In nomine Domini". Nesse documento, estabeleceu-se, em particular, que somente os cardeais poderiam eleger o Romano Pontífice. Essa bula foi definitivamente ratificada pela Constituição Licet de vitanda, promulgada por Alexandre III em 1179. Ela introduziu a necessidade da maioria de dois terços dos votos, um elemento importante da eleição do Papa que chegou até os dias atuais.

A eleição de 1268

Em 1268, realizou-se um capítulo descrito por muitas fontes históricas. Dezoito cardeais se reuniram no Palácio Papal de Viterbo para eleger o Papa. Foi o "Conclave" mais longo da história. O Papa foi eleito após dois anos e nove meses. Eram tempos difíceis. Durante esse longo período, a população de Viterbo, exasperada, decidiu trancar os cardeais no Palácio. As portas foram fechadas com tijolos e o telhado removido. Por fim, Gregório X, arquidiácono de Liège, que na época se encontrava na Terra Santa, foi eleito. Em 1274, ele promulgou a Constituição Ubi periculum, que instituiu oficialmente o Conclave. Entre outras coisas, estabeleceu-se que ele deveria ser realizado num local precisamente "fechado a chave" por dentro e por fora.

O primeiro Conclave da história

De acordo com essas disposições, o primeiro Conclave da história, após a promulgação da Constituição Ubi periculum, foi o de Arezzo, em 1276, com a eleição de Inocêncio V. Em 1621, Gregório XV introduziu a obrigação do voto secreto e escrito. Em 1904, Pio X proibiu o suposto direito de exclusividade, sob qualquer forma. Também foi introduzida a obrigação de sigilo sobre o que acontecia no Conclave, mesmo após a eleição, e a regra de manter a documentação disponível apenas ao Papa.

Mudanças do Século XX até os dias atuais

Após a guerra, em 1945, Pio XII promulgou a Constituição "Vacantis Apostolicae Sedis", que introduziu algumas inovações. Em particular, a partir do início da Sé Vacante, todos os cardeais – incluindo o Secretário de Estado e os prefeitos das Congregações – cessam seus cargos, com exceção do Camerlengo, do Penitencieiro e do Vigário de Roma. Com o Motu Proprio 'Ingravescentem Aetatem', Paulo VI decidiu então que os cardeais poderiam ser eleitores apenas até completarem 80 anos.

As regras para a eleição do Papa

A legislação atualmente em vigor para a eleição do Pontífice é a 'Universi Dominici Gregis', promulgada por João Paulo II em 1996 e modificada por Bento XVI em 2013. Ela estabelece, entre outras coisas, que o Conclave deve ser realizado na Capela Sistina, definida como Via Pulchritudinis, o caminho da beleza capaz de guiar a mente e o coração em direção ao Eterno. O Motu Proprio de Bento XVI, De Aliquibus Mutationibus in Normis de Electione Romani Pontificis, também prevê que, após 34 escrutínios em que não tenha ocorrido eleição, os cardeais sejam chamados a votar nos dois nomes que receberam mais votos no último escrutínio, mantendo-se, no entanto, mesmo no segundo turno, a regra da maioria de dois terços, necessária para eleger o novo pastor da Igreja Católica.

À espera do 267º Sucessor de Pedro

São, portanto, os afrescos de Michelangelo que velam pela eleição do Romano Pontífice. Na Capela Sistina, um novo capítulo na história da Igreja está prestes a se abrir. Os olhos e as esperanças do mundo estão voltados para esta "Via Pulchritudinis", que permanece fechada para o Conclave, aguardando para vislumbrar o rosto do novo Bispo de Roma e para conhecer o nome do Sucessor de Pedro de número 267.

Amedeo Lomonaco/Mariangela Jaguraba – Vatican News

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“Cultivemos a comunhão e a unidade”:

o presidente da CNBB, dom Jaime cardeal Spengler,
destaca desafios e caminhos para Igreja

Cardeais brasileiros: dom Paulo Cezar, do Leonardo Steiner, dom Odilo Scherer, dom Jaime Spengler, dom Damasceno, dom Sérgio da Rocha e dom Orani Tempesta

Em Roma, fé e discernimento marcam o início de um novo tempo para a Igreja. No Colégio Cardinalício e entre o grupo de cardeais brasileiros reunidos para o conclave, que terá início no dia 7 de maio, está o arcebispo de Porto Alegre (RS), presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), dom Jaime Cardeal Spengler. De Roma, ele compartilha com a Assessoria de Comunicação da arquidiocese de Porto Alegre (RS) suas impressões sobre este momento histórico.

Cardeal Spengler

Após participar dos ritos de despedida do Papa Francisco, dom Jaime relata o clima de oração e discernimento entre os cardeais e reflete sobre o legado do pontífice argentino, marcado — em sua visão — pela simplicidade. Na entrevista, ele também ressalta a importância de fontes confiáveis diante da avalanche de informações e deixa orientações pastorais às comunidades eclesiais do Brasil, que aguardam as novas Diretrizes da Ação Evangelizadora. Confira a entrevista na íntegra concedida à Assessoria de Comunicação da arquidiocese de Porto Alegre (RS).

Como foi participar dos momentos de despedida do Papa Francisco?

Cardeal Spengler: Merece destaque especial à participação do povo. Ver a Praça totalmente tomada pela multidão foi um sinal claro de quanto ele era admirado e amado.

Se pudéssemos resumir os 12 anos de pontificado de Francisco em uma palavra, qual seria, em sua opinião?

Cardeal Spengler: Simplicidade!

Entre os diversos textos e mensagens deixados por Francisco, talvez a Exortação Apostólica C’est la Confiance, sobre a confiança no amor misericordioso de Deus, publicada por ocasião do 150º aniversário de nascimento de Santa Teresa do Menino Jesus e da Santa Face, em 15 de outubro de 2023, seja uma das menos comentadas, mas bastante representativa neste momento de expectativa pela escolha de um novo Papa.

No número 24, por exemplo, lemos que a confiança plena nos liberta de “cálculos obsessivos, da preocupação constante com o futuro, dos medos que tiram a paz…” E a “poesia” descrita no número 52 parece muito apropriada ao contexto atual: “Num tempo que nos convida a fechar-nos em nossos próprios interesses, Teresinha mostra a beleza de fazer da vida um dom (…) Num momento de complexidade, Teresinha pode ajudar-nos a redescobrir a simplicidade.” Como está a preparação dos cardeais para o conclave?

Há um ambiente de oração e diálogo muito interessante. Pode-se dizer que, até o momento, percebe-se o empenho de muitos em encontrar alguém que esteja à altura dos desafios do tempo presente.

Os meios de comunicação começam a abordar temas ligados ao catolicismo, por motivos óbvios. Análises de toda ordem, dados estatísticos, projeções… Redes sociais resgatando textos, vídeos e frases de Francisco. Em tempos de informações aceleradas, todo cuidado é pouco. Alguma recomendação nesse sentido?

Cardeal Spengler: Em primeiro lugar, é essencial cultivar um espírito de oração; pedir ao Espírito Santo que ilumine mentes e corações daqueles que têm a missão de escolher o novo Bispo de Roma. Em segundo lugar, não se deixar levar por comentários desautorizados; é preciso buscar sempre fontes fidedignas.

No Brasil, a 62ª Assembleia da CNBB, que começaria em 29 de abril, foi transferida para 2026. Na pauta, entre diversos assuntos, estava a definição das Diretrizes para a Ação Evangelizadora dos próximos anos. O que o senhor sugere às comunidades eclesiais enquanto as novas diretrizes não são definidas? Seria oportuno utilizar o Documento Final do Sínodo sobre a Igreja, comunhão, participação e missão?

Cardeal Spengler: O Documento Final do último Sínodo traz uma série de indicações valiosas para promover a comunhão, a participação e a missão na vida ordinária de nossas comunidades. Por isso, sua leitura e estudo — tanto individual quanto comunitário — pode ser de grande auxílio para que, mais adiante, possamos corresponder ainda melhor ao que as novas Diretrizes Gerais indicarão para toda a Igreja no Brasil.

Com informações da Assessoria de Comunicação da arquidiocese de Porto A

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terça-feira, 29 de abril de 2025

Geografia, idade, ordens religiosas:

quem são os cardeais chamados a eleger o novo Papa

A partir de quarta-feira, 7 de maio, 53 cardeais europeus, 37 americanos (16 da América do Norte, 4 da América Central, 17 da América do Sul), 23 asiáticos, 18 africanos e 4 da Oceania se reunirão no Conclave. O mais jovem é o australiano Mikola Bychok, 45, e o mais velho é o espanhol Carlos Osoro Sierra, 79. Pela primeira vez, 12 nações com eleitores nativos estarão representadas na Capela Sistina, incluindo Haiti, Cabo Verde, Papua Nova Guiné, Suécia, Luxemburgo e Sudão do Sul.

Os 135 cardeais eleitores que na quarta-feira, 7 de maio, entrarão no Conclave para escolher o 267º Pontífice vêm de 71 países dos cinco continentes. Estão representadas 17 nações da África, 15 da América, 17 da Ásia, 18 da Europa e 4 da Oceania. Pela primeira vez, 12 Estados, de uma parte a outra do planeta, têm cardeais eleitores nativos: do Haiti, o cardeal Chibly Langlois; de Cabo Verde, Arlindo Furtado Gomes; da República Centro-Africana, Dieudonné Nzapalainga; de Papua Nova Guiné, John Ribat; da Malásia, Sebastian Francis; da Suécia, Anders Arborelius; de Luxemburgo, Jean-Claude Hollerich; de Timor-Leste, Virgilio do Carmo da Silva; de Singapura, William Seng Chye Goh; do Paraguai, Adalberto Martínez Flores; do Sudão do Sul, Stephen Ameyu Martin Mulla; e da Sérvia, Ladislav Nemet. No total, 53 cardeais europeus, 37 americanos (16 da América do Norte, 4 da América Central, 17 da América do Sul), 23 asiáticos, 18 africanos e 4 da Oceania se reunirão na Capela Sistina.

Os números do Colégio cardinalício


Os eleitores criados pelos três últimos Pontífices

O cardeal eleitor mais jovem é o australiano Mikola Bychok, 45 anos, e o mais velho é o espanhol Carlos Osoro Sierra, 79 anos. Os mais numerosos são os nascidos em 1947, há 13 entre os que votarão, com 78 anos de idade completados ou a serem completados. Apenas o cardeal Baldo Reina é de 1970, e completará 55 anos em 26 de novembro próximo. Os cardeais Leo Frank, de 71, e Rolandas Makrickas, de 72, também não têm coetâneos. Os veteranos do Conclave são os cinco cardeais criados por João Paulo II, Philippe Barbarin, da França; Josip Bozanić, da Croácia; Vinco Pulić, da Bósnia e Herzegovina; e Peter Turkson, de Gana. Há 22 eleitores que receberam o barrete cardinalício de Bento XVI e 108 que o receberam por escolha de Francisco.

A distribuição geográfica dos cardeais eleitores


Cardeais religiosos

Os eleitores incluem 33 cardeais de 18 famílias religiosas; a família religiosa com maior número é a dos salesianos, 5 (Charles Maung Bo, Virgilio Do Carmo da Silva, Ángel Fernández Artime, Cristóbal López Romero, Daniel Sturla Berhouet), há 4 cardeais tanto da Ordem dos Frades Menores (Luis Cabrera Herrera, Pierbattista Pizzaballa, Jaime Spengler e Leonardo Steiner) quanto da Companhia de Jesus (Stephen Chow Sau-yan, Micheal Czerny, Jean-Claude Höllerich e Ángel Rossi), enquanto há 3 franciscanos conventuais (François-Xavier Bustillo, Mauro Gambetti e Dominique Mathieu). Na Capela Sistina, dois redentoristas (Mykola Bychok e Joseph Tobin) e dois verbitas (Tarcisius Kikuchi e Ladislav Nemet) também votarão, assim como o agostiniano Robert Prevost, o capuchinho Fridolin Ambongo Besungu, o carmelita descalço Anders Arborelius e o cisterciense Orani João Tempesta, o claretiano Vicente Bokalic Iglic, Gérald Lacroix do Instituto Secular Pio X, o lazarista Berhaneyesus Demerew Souraphiel, o missionário da Consolata Giorgio Marengo, o missionário do Sagrado Coração de Jesus John Ribat, o scalabriniano Fabio Baggio e o espiritano Dieudonné Nzapalainga.

Cardeais eleitores criados nos últimos três pontificados

O que diz o Código de Direito Canônico

O cânone 349 do Código de Direito Canônico especifica que os cardeais “constituem um Colégio peculiar ao qual compete providenciar a eleição do Romano Pontífice” e acrescenta que os purpurados “auxiliam” o Papa “seja agindo colegialmente quando são convocados para tratar de assuntos de grande importância, seja como indivíduos, isto é, nos vários cargos que ocupam, prestando-lhe seus serviços no cuidado sobretudo diário da Igreja universal”. É, pois, a Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis a estabelecer que elegem o Sucessor de Pedro os cardeais que, antes do dia da morte do Papa “ou do dia em que a Sé Apostólica se tornar vacante”, não tiverem atingido a idade de 80 anos, por essa razão são distinguidos cardeais eleitores e não eleitores. Até o momento, o Colégio cardinalício consiste em um total de 252 cardeais, dos quais 135 são eleitores e 117 são não eleitores.

Tiziana Campisi/Raimundo de Lima - Vatican News

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Belo testemunho:

Leigos e Santos

Pe. Zezinho, scj |||||||||||||||||||||||||||||||

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1 - Eram leigos e santos. Praticaram o que leram e ouviram.  2 - Tiveram 4 filhos. Um deles ficou padre e bispo.

3 - Ele tinha uma indústria que prosperou. A esposa tinha uma escola e criou um ginásio para pobres. O marido dava bolsas de estudo.

4 - Aos domingos, na missa, ela era voluntária e ele ficava na fila, acolhendo quem precisava de ajuda. A escadaria era alta. Mais tarde ele financiou um passeio para que os enfermos pudessem chegar pela sacristia!

5 - Ficaram ricos sem perder a gentileza do tempo em que eram pobres.

6 - Ela dava cursos para mães pobres e ele financiava.

7 - Pagavam bem os funcionários!

8 - Ajudou os dois hospitais da região e eram amigos dos padres e pastores presbiterianos.

9 - Depois do Concílio eles davam palestras sobre Doutrina Social. Entendiam seu papel de leigos ricos. Tinham vindo da pobreza. Sabiam o que era prosperar e progredir como católicos e cristãos. Viviam os Direitos Humanos como católicos instruídos. Na idade avançada não quis ser diácono. Ambos, porém era ministros da eucaristia.

10 - O filho bispo criou uma faculdade e um seminário. Era simples como os pais e irmãos! Morreu do coração e ainda jovem.

11 - O pai morreu aos 79 anos, a mãe aos 84. Um dos filhos ainda toca a indústria. Duas filhas tocam o comércio. Uma delas vendeu a escola porque ficou difícil mantê-la com as novas exigências do Estado e do Município. Não deu de manter uma escola gratuita.

12 - O que falta para proclamar pai e mãe como santos leigos? Nada! A região inteira sabe que eram santos. Mas nem sempre as dioceses e paróquias postulam esse título.

13 - Contudo, quem os conheceu garante que eram um casal pobre que ficou rico, mas nunca esqueceu as origens.

14 - Eram apenas o seo José Saulo e dona Irene. Nossa Igreja tem milhares de casais santos e desconhecidos. Ficam longe dos holofotes da mídia e da política partidária, mas não da política cristã!

15 - Nunca fizeram propaganda de suas caridades. Apenas promoveram os pobres, na esperança de que eles um dia também progredissem.

15 - Eu mesmo, padre jovem que eu era, assisti a uma palestra dele sobre a encíclica POPOLUROM PROGRESSIO. Magistral!…

16 - Como eles, há milhares de leigos anônimos, mas conscientes. Pobres ou ricos, eles sabem o que é ser um casal católico! Pz

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                                                                                         Fonte: facebook.com/padrezezinho,sjc

segunda-feira, 28 de abril de 2025

Cardeais refletem sobre a Igreja e o mundo

 e as qualidades do próximo Papa

Mais de 180 cardeais estiveram presentes na Congregação Geral desta segunda-feira, 28 de abril, onde foi decidido que o Conclave terá início em 7 de maio. Os Cardeais Marx, Tagle e Mamberti também foram escolhidos para fazer parte da Comissão que ajuda o camerlengo na administração ordinária.

Mais de 180 cardeais se reuniram nesta segunda-feira, 28 de abril, para a quinta Congregação Geral na Sala do Sínodo, onde estabeleceram que o Conclave terá início em 7 de maio. Quem comunicou a data foi Matteo Bruni, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, explicando que pouco mais de cem dos cardeais presentes eram eleitores e tiveram a oportunidade de falar sobre a Igreja, seu relacionamento com o mundo, os desafios futuros e as qualidades do novo Papa.

A evangelização, as relações com outras religiões e a questão dos abusos foram alguns dos outros tópicos discutidos nesta segunda-feira. E durante a reunião, que durou das 9h às 12h25, houve cerca de 20 discursos. Como em outros dias, os cardeais que ainda não haviam feito o juramento tiveram a oportunidade de fazê-lo.

Sorteados os cardeais que auxiliam o camerlengo

Durante a Quinta Congregação, também foram sorteados os cardeais da Comissão que auxiliam o cardeal camerlengo, Kevin Farrell, nas atividades normais de preparação para o Conclave. Eles são os cardeais Luis Antonio Tagle e Dominique Mamberti. O cardeal Marx faz parte da Comissão como coordenador do Conselho para a Economia.

A Capela Sistina está fechada ao público a partir desta segunda-feira, 28 de abril, para os trabalhos de preparação para o Conclave. As visitas aos Jardins do Vaticano e à Necrópole da Via Triumphalis também estão suspensas.

A Sexta Congregação Geral se realizara nesta terça-feira, às 9 horas, e começará com a primeira das duas meditações pré-Conclave programadas: o Abade da Basílica de São Paulo Fora dos Muros, dom Donato Ogliari, a proferirá. As Congregações continuarão todas as manhãs, às 9 horas, até o dia 6 de maio, inclusive, exceto na quinta-feira, 1º, e no domingo, 4 de maio.

Isabella H. de Carvalho – Vatican News

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Cardeal Reina:

é preciso disposição radical e um pastor com o olhar de Cristo

Em sua homilia, o vigário geral para a Diocese de Roma indicou aos cardeais eleitores o dever de buscar um pastor capaz de "discernir e ordenar" as reformas e processos iniciados pelo Papa Francisco, advertindo contra o risco de seguir "conveniências mundanas" e "pretensões ideológicas que dilaceram a unidade das vestes de Cristo".

O cardeal Baldassare Reina, vigário geral da Diocese de Roma, presidiu nesta segunda-feira, 28 de abril, a Missa do terceiro dia dos novendiais em sufrágio do Papa Francisco, celebrada na Basílica de São Pedro. Estavam presentes mais de 180 cardeais.

Durante a homilia, Reina recordou que o povo reconheceu em Francisco um verdadeiro pastor universal e que a barca de Pedro precisa dessa navegação ampla e corajosa. Exortou os cardeais a discernirem e ordenarem os processos iniciados pelo Pontífice, sem ceder a interesses mundanos ou ideológicos. Procurar um pastor hoje, destacou o cardeal, "significa buscar um guia capaz de enfrentar os desafios do Evangelho num mundo de traços desumanos", com o olhar de Cristo e que conduza o povo de Deus no caminho do anúncio do Evangelho.

Publicamos, a seguir, a íntegra da homilia do cardeal Baldassare Reina:

A minha voz frágil está hoje aqui para expressar a oração e a dor de uma parcela da Igreja — a de Roma — carregada da responsabilidade que a história lhe atribuiu.

Nestes dias, Roma é um povo que chora o seu bispo, um povo junto de outros povos que se colocaram em fila, encontrando um espaço entre os lugares da cidade para chorar e rezar, como ovelhas sem pastor.

Ovelhas sem pastor: uma metáfora que nos permite recompor os sentimentos destes dias e atravessar a profundidade da imagem que recebemos do Evangelho de João: o grão de trigo que deve morrer para dar fruto. Uma parábola que narra o amor do pastor por seu rebanho.

Neste tempo em que o mundo está em chamas e poucos têm coragem de proclamar o Evangelho, traduzindo-o em uma visão de futuro possível e concreta, a humanidade parece ovelhas sem pastor. Essa imagem sai da boca de Jesus enquanto repousava o olhar sobre as multidões que o seguiam.

Ao redor d'Ele estão os apóstolos, que lhe referem tudo o que haviam feito e ensinado. Palavras, gestos, ações aprendidas do Mestre; o anúncio do Reino de Deus que vem; a necessidade da conversão de vida, unidas a sinais capazes de dar sentido às palavras: um carinho, uma mão estendida, discursos desarmados, sem julgamentos, libertadores, sem medo do contato com a impureza. No exercício desse serviço, necessário para despertar a fé e suscitar a esperança de que o mal presente no mundo não teria a última palavra, que a vida é mais forte que a morte, nem sequer tiveram tempo para comer. Jesus percebe esse peso, e isso nos conforta agora.

Jesus, o verdadeiro pastor da história — história que necessita de sua salvação — conhece o peso que recai sobre cada um de nós ao continuar a sua missão, sobretudo agora, quando estamos prestes a buscar o primeiro de seus pastores na terra.

Como nos tempos dos primeiros discípulos, há sucessos, mas também fracassos, cansaço e medo. A tarefa é imensa, e surgem tentações que velam a única coisa que importa: desejar, buscar e agir na expectativa de "um novo céu e uma nova terra".

E este não pode ser o tempo dos equilibrismos, das táticas, das prudências, nem o tempo de ceder ao instinto de retroceder ou, pior ainda, de vinganças e alianças de poder. É necessário, isto sim, uma disposição radical para entrar no sonho de Deus, confiado às nossas frágeis mãos.

Neste momento, impressiona-me o que nos diz o Apocalipse: "Eu, João, vi a Cidade Santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, pronta como uma esposa adornada para o seu esposo".

Um novo céu, uma nova terra, uma nova Jerusalém.

Diante do anúncio dessa novidade, não podemos nos render àquela preguiça mental e espiritual que nos prende às formas de experiência de Deus e às práticas eclesiais conhecidas do passado e que desejamos ver repetidas infinitamente, dominados pelo medo das perdas inerentes às mudanças necessárias.

Penso nos múltiplos processos de reforma da vida da Igreja iniciados pelo Papa Francisco, e que ultrapassam as fronteiras da religião. O povo reconheceu nele um pastor universal, e a barca de Pedro precisa dessa navegação ampla, que transborda e surpreende. Esse povo carrega no coração a inquietação, e me parece perceber neles uma pergunta: o que será dos processos iniciados?

Nosso dever deveria ser discernir e ordenar aquilo que foi iniciado, à luz do que a nossa missão exige, na direção de um novo céu e de uma nova terra, adornando a Esposa para o Esposo. Enquanto isso, poderíamos ser tentados a vestir a Esposa segundo conveniências mundanas, guiados por pretensões ideológicas que dilaceram a unidade da túnica de Cristo.

Buscar um pastor, hoje, significa sobretudo buscar um guia capaz de lidar com o medo das perdas diante das exigências do Evangelho.

Buscar um pastor que tenha o olhar de Jesus, epifania da humanidade de Deus em um mundo que apresenta traços desumanos.

Buscar um pastor que confirme que devemos caminhar juntos, compondo ministérios e carismas: somos o povo de Deus, constituído para anunciar o Evangelho.

Jesus, olhando para o povo que o seguia, sente vibrar dentro de si a compaixão: vê mulheres, homens, crianças, idosos e jovens, pobres e doentes, e ninguém que cuide deles, que possa saciar a fome causada pelos golpes da vida dura, e a fome da Palavra. Ele, diante daquelas pessoas, sente-se como o seu Pão que não decepciona, como a sua Água que sacia sem cessar, como o Bálsamo que cura suas feridas.

Experimenta a mesma compaixão de Moisés, que, ao fim de seus dias, do alto do monte, diante da Terra Prometida que não poderia pisar, olhando a multidão que havia guiado, reza ao Senhor para que aquele povo não se reduza a um rebanho sem pastor, um povo que ele não pode mais reter consigo, um povo que deve seguir adiante.

Essa oração agora é a nossa oração, a oração de toda a Igreja e de todas as mulheres e homens que pedem para ser guiados e sustentados nas fadigas da vida, entre dúvidas e contradições, órfãos de uma palavra que oriente em meio aos cantos de sereias que lisonjeiam os instintos de autorredenção, que quebre as solidões, acolha os descartados, não se renda à prepotência, e tenha coragem de não dobrar o Evangelho aos trágicos compromissos do medo, nem às cumplicidades com as lógicas mundanas, nem a alianças cegas e surdas aos sinais do Espírito Santo.

A compaixão de Jesus é a dos profetas que manifestam a dor de Deus ao ver seu povo disperso e abusado por maus pastores, mercenários que se servem do rebanho e fogem quando veem o lobo chegar. Aos maus pastores, as ovelhas nada importam: abandonam-nas em perigo, e por isso elas são arrebatadas e dispersas. Enquanto o bom pastor oferece sua vida pelas suas ovelhas.

Sobre essa disposição radical do pastor fala a página do Evangelho de João proclamada nesta liturgia eucarística, que nos apresenta o testemunho de como Jesus consegue ver além da morte, quando chegasse a hora de glorificar sua missão. A hora da morte na cruz, que manifesta o amor incondicional por todos.

"Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só.”

O grão de trigo que buscou a terra com a encarnação do Verbo, caído para levantar quem cai, vindo para encontrar quem estava perdido.

Sua morte é uma semeadura que nos deixa suspensos naquela hora em que o grão já não é visto, envolto pela terra que o esconde, fazendo-nos temer que tenha sido desperdiçado.
Uma suspensão que poderia nos angustiar, mas que pode se tornar limiar de esperança, fresta na dúvida, luz na noite, jardim de Páscoa.

A fecundidade prometida pertence à disposição para a morte; tornar-se trigo mastigado, refém da infidelidade e da ingratidão — às quais Jesus, o Bom Pastor que dá a vida pelas suas ovelhas, responde com o perdão pedido ao Pai enquanto morre abandonado pelos seus amigos.

O bom pastor semeia com sua própria morte, perdoando os inimigos, preferindo a salvação deles — a salvação de todos — à própria. Se queremos ser fiéis ao Senhor, ao grão de trigo caído na terra, devemos fazer isso semeando com a nossa vida.

E como não recordar o Salmo: "Aqueles que semeiam entre lágrimas colherão com alegria"? Há tempos, como o nosso, em que — como o agricultor mencionado no Salmo — semear torna-se um gesto extremo, movido pela radicalidade de um ato de fé.

É tempo de escassez: o grão lançado à terra é retirado da última reserva sem a qual se morre. O agricultor chora porque sabe que esse último gesto lhe pede colocar a vida em risco. Mas Deus não abandona seu povo, não deixa sozinhos seus pastores, não permitirá — como não permitiu com o Filho — que seja abandonado no sepulcro, na cova da terra. Nossa fé guarda a promessa de uma colheita jubilosa, mas que deve passar pela morte do grão que é a nossa vida.

Aquele gesto extremo, total, exaustivo, do semeador me fez recordar o dia da Páscoa do Papa Francisco: aquele se lançar sem reservas na bênção e no abraço ao seu povo, no dia anterior à sua morte. Último ato de sua semeadura sem limites na proclamação das misericórdias de Deus.

Obrigado, Papa Francisco.

Maria, a Virgem Santa que nós, em Roma, veneramos como Salus Populi Romani, e que agora vela junto às suas mortais vestes, acolha a sua alma e nos proteja na continuidade da sua missão. Amém.

Baldassare Card. Reina - Vigário Geral para a Diocese de Roma 

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Assista:

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                                                                                                                    Fonte: vaticannews.va

Conclave para eleger o novo Papa

começa em 7 de maio

A data escolhida pelos cardeais reunidos nesta segunda-feira (28/04) para a Quinta Congregação Geral.

“Extra omnes”. A histórica fórmula em latim que marca o início do fechamento à chave da Capela Sistina será pronunciada pelo mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias na próxima quarta-feira, 7 de maio. Esse é o dia de início do Conclave. A data foi definida na manhã desta segunda-feira (28/04) pelos cerca de 180 cardeais presentes (pouco mais de 100 eleitores) reunidos na quinta Congregação Geral no Vaticano.

“Extra omnes”, portanto. “Fora todos” aqueles que não são admitidos na reunião dos cardeais convocados para eleger o próximo Pontífice da Igreja universal. Os purpurados eleitores, com menos de 80 anos de idade, ficarão isolados do resto do mundo dentro da Capela Sistina até a fumaça branca e o “Habemus Papam”, a outra famosa fórmula latina pronunciada da Loggia delle Benedizioni pelo cardeal protodiácono para anunciar ao mundo a escolha do novo Papa.

Não há previsão de conclusão, naturalmente, e entre os próprios cardeais eleitores há aqueles que esperam um Conclave curto, considerando também o Jubileu em andamento, e aqueles que, ao contrário, preveem tempos mais longos para permitir que os cardeais “se conheçam melhor”, tendo Francisco, em seus 10 Consistórios, agregado ao Colégio Cardinalício purpurados de todos os cantos do globo.

As normas da Universi Dominici Gregis

O cronograma para o início do Conclave é estabelecido pelas normas da constituição apostólica de João Paulo II, Universi Dominici Gregis, atualizada por Bento XVI com o Motu Proprio de 11 de junho de 2007 e com a mais recente de 22 de fevereiro de 2013. De acordo com a Constituição, o Conclave - do latim cum clave, que significa fechado à chave - começa entre o 15º e o 20º dia após a morte do Papa, depois dos Novendiali, os 9 dias de celebrações em sufrágio do Pontífice falecido. Mais detalhadamente, a partir do momento em que a Sé Apostólica é legitimamente vacante, os cardeais eleitores presentes devem esperar 15 dias completos pelos ausentes, até um máximo de 20 dias, se houver motivos sérios. O Motu Proprio Normas nonnullas, além disso, dá ao Colégio de Cardeais a faculdade de antecipar o início do Conclave se todos os eleitores estiverem presentes.

Cardeais das partes mais distantes do mundo ainda são esperados em Roma nestes dias. Na Cidade Eterna, eles serão hospedados na Casa Santa Marta, a Domus do Vaticano onde Francisco decidiu morar, renunciando ao apartamento papal.

A missa “pro eligendo Pontifice” e a procissão para a Sistina

Na manhã da quarta-feira, 7 de maio, todos concelebrarão a solene missa “pro eligendo Pontifice”, a celebração eucarística presidida pelo decano do Colégio Cardinalício, que convidará os irmãos a se dirigirem à Sistina à tarde com estas palavras: “toda a Igreja, unida a nós na oração, invoca constantemente a graça do Espírito Santo, para que seja eleito por nós um digno Pastor de todo o rebanho de Cristo”.

Dali, então, a evocativa procissão até a Capela Sistina, dentro da qual os cardeais entoarão o hino Veni, creator Spiritus e farão o juramento. Será necessária uma maioria qualificada de dois terços para eleger o Papa. Haverá quatro votações por dia, duas pela manhã e duas à tarde, e após a 33ª ou 34ª votação, no entanto, haverá um segundo turno direto e obrigatório entre os dois cardeais que receberam mais votos na última votação. Mesmo nesse caso, no entanto, sempre será necessária uma maioria de dois terços. Os dois cardeais restantes não poderão participar ativamente da votação. Se os votos para um candidato atingirem dois terços dos eleitores, a eleição do Papa será canonicamente válida.

A eleição do novo Papa

Nesse momento, o último da ordem dos Cardeais diáconos convoca o mestre das Celebrações Litúrgicas e o secretário do Colégio Cardinalício. Ao recém-eleito será questionado: Acceptasne electionem de te canonice factam in Summum Pontificem? (Aceita a sua eleição canônica como Sumo Pontífice?) e, em caso afirmativo, será perguntado: Quo nomine vis vocari? (Como quer ser chamado?), pergunta à qual responderá com seu nome pontifício. Após a aceitação, as cédulas são queimadas, de modo que a clássica fumaça branca poderá ser vista da Praça de São Pedro. No final do Conclave, o novo Pontífice se retira para a “Sala das Lágrimas”, ou seja, a sacristia da Capela Sistina, onde vestirá pela primeira vez os paramentos papais - preparados em três tamanhos - com os quais se apresentará à multidão de fiéis na Praça São Pedro.

Após a oração pelo novo Pontífice e a homenagem dos cardeais, o Te Deum é entoado, marcando o fim do Conclave. Em seguida, o anúncio da eleição, o Habemus papam e a aparição do Papa que dará a solene bênção Urbi et Orbi.

Salvatore Cernuzio - Vatican News

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                                                                                                                    Fonte: vaticannews.va

A rosa branca sobre o mármore do túmulo,

 símbolo de Teresa que o “ouviu”

Ao longo de sua vida e de seu pontificado, o Papa Francisco enfatizou seu vínculo com a mística carmelita a quem, segundo ele, confiou um problema, pedindo-lhe “não que o resolvesse, mas que o assumisse” e ajudasse ele a aceitá-lo. Como um “sinal” ele recebeu a flor. Isso aconteceu também durante a internação no Gemelli. Agora uma rosa branca repousa na lápide de mármore da Basílica de Santa Maria Maior.

Túmulo do Papa Francisco na Basílica de Santa Maria Maior (ANSA)

Sobre uma pequena mesa de mármore do lado de fora do seu apartamento privado na Santa Marta, havia sempre uma rosa branca fresca. Era o símbolo de sua ligação com Teresa de Lisieux, a santa a quem recorria sempre para pedir graças e a cuja intercessão confiava as suas dificuldades pessoais e as dos outros. Uma rosa branca se encontra desde o último sábado (26/04), à noite, sobre outro mármore, o da lápide proveniente da Ligúria onde está escrito Franciscus, na Basílica de Santa Maria Maior, sob a qual repousam os restos mortais do Papa Francisco. Não é uma escolha artística, mas uma escolha de continuidade e de devoção.

Essa flor acompanhou a vida de Jorge Mario Bergoglio. Ele mesmo falou sobre isso no livro de entrevistas El Jesuita, escrito pelos jornalistas argentinos Sergio Rubin e Francesca Ambrogetti, que, descrevendo a biblioteca do então arcebispo de Buenos Aires, notaram um vaso cheio de rosas brancas numa prateleira, em frente a uma foto da mística carmelita, morta com apenas 24 anos em 1897, canonizada por Pio XI e proclamada Doutora da Igreja por João Paulo II em 1997.

“Quando tenho um problema”, explicou o então futuro Papa aos dois jornalistas, “peço à santa, não para resolvê-lo, mas para tomá-lo em suas mãos e me ajudar a aceitá-lo, e como sinal quase sempre recebo uma rosa branca”. Isso também aconteceu no início de seu pontificado, em setembro de 2013, quando convocou uma vigília de oração na Praça São Pedro pela paz na Síria que, na época, corria o risco de cair no abismo de um conflito sangrento. Durante a vigília, foram lidos alguns trechos da poesia de Santa Teresa de Lisieux e o Papa Francisco, ao retornar a Santa Marta, recebeu como presente surpresa uma rosa branca colhida por um jardineiro nos Jardins Vaticanos.

O Papa recebeu o mesmo presente poucos dias depois de sua última internação no Hospital Gemelli por pneumonia bilateral: uma rosa branca de Santa Teresa embalada, proveniente de Lisieux. Um “sinal” de que a mística o acompanhou até os últimos momentos de sua vida.

Salvatore Cernuzio – Vatican News

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                                                                                                                    Fonte: vaticannews.va