4º Domingo do Tempo Comum
Jesus dá nova visão de Deus. Anuncia um Deus próximo, misericordioso, que coloca o perdão e o ser irmão como o grande ato de louvor a Ele.
A primeira leitura nos fala da vocação do profeta, de quem é profeta. Tomemos como exemplo Jeremias, o profeta da leitura de hoje.
Em primeiro lugar, sua vocação veio de Deus e se confundiu com a geração de sua vida.
Ele era bom, inteligente, sensível, cheio
de qualidades. Como qualquer vocacionado, queria viver sua vida como um jovem
da época: desfrutar da juventude, namorar, casar, ter filhos, enfim, formar uma
família. Jeremias só se conscientizou do chamado de Deus quando tinha vinte
anos.
Ele foi consagrado, foi ungido para essa
função. Além do mais seu campo de ação seria todo o universo conhecido.
Pensaríamos que, por ter sido escolhido por
Deus, sua vida tenha sido um mar de rosas, mas não! Enfrentou guerras vindas de
todos os lados, quando exercia sua função, falando em nome de Deus. Dificilmente
era aplaudido e, geralmente, escorraçado, marginalizado. Enfrentou lutas
de todo tipo, mas não se intimidou, o Senhor estava com ele e o protegia.
Mas por que essas tribulações na vida de
quem só queria fazer o bem e falava em nome de Deus, em nome do amor?
Jeremias, como qualquer profeta foi enviado
principalmente para reconduzir as ovelhas perdidas, mas elas não quiseram
ouvi-lo, não quiseram saber de Deus. Interessa-lhes continuar nos seu erros,
praticando a injustiça e a opressão. Por isso as agressões ao profeta.
No Evangelho, vemos Jesus de Nazaré, o
Profeta, exercendo sua missão e, como Jeremias e tantos outros que falaram de
Deus, corrigindo o povo no seu modo de entender a Lei do Amor.
Diz que a salvação trazida por ele é para todos os povos, não apenas para
Israel.
Jesus dá nova visão de Deus. Anuncia um
Deus próximo, misericordioso, que coloca o perdão e o ser irmão como o grande
ato de louvor a Ele. Jesus não quer condenar o pecador, mas faz de tudo para
que ele mude de vida, Jesus quer salvar todos. Os escribas e doutores não
suportam isso. Ficam perturbados e expulsam Jesus da sinagoga, da cidade, e o
povo deseja precipitá-lo em um abismo, para que morra.
Afinal, quem é esse Jesus, quem ele pensa
que é?
Foi criado ali e sua família é conhecida
por todos. Onde ele estudou para ensinar algo diferente do que aprendemos?
Basta!
A reação dos conterrâneos de Jesus é muitas
vezes copiada por nós. Pensamos que sabemos tudo e não será qualquer um que irá
nos ensinar o melhor caminho de chegarmos a Deus. Sabemos rezar, fizemos
catecismo!
Não aceitamos desafios, estamos acomodados,
não queremos nos esforçar para crescer. É fácil e cômodo decretar a morte.
Difícil é lutar pela vida, pela recuperação e perseverança. Desistir é fácil!
Persistir e saber esperar é difícil!. Quem ama, acredita, espera, faz de tudo
para salvar, como Jesus de Nazaré, Profeta da Esperança e do Amor!
Nossa reflexão se conclui com a segunda
leitura que é chamada: “Hino à Caridade”. São Paulo nos diz, desenvolvendo o
discurso de Jesus, que a caridade tudo suporta, tudo perdoa. “Atualmente
permanecem estas três coisas: fé, esperança, caridade. Mas a maior delas
é caridade”!
Sejamos abertos ao novo, àquilo que nos fala ao coração, que sentimos que é de Deus. Construamos um mundo novo, sendo profetas do Amor e do Perdão! Anunciemos a vitória da Vida!
Padre César Augusto dos Santos, SJ
.................................................................................................................................................... Fonte: vaticannews.va
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