“Por uma Igreja pobre com e para os pobres”
“Através de suas iniciativas vocês tornam
visível uma Igreja pobre com e para os pobres, uma Igreja em saída que está
próxima das pessoas em situações de sofrimento, precariedade, marginalização e
exclusão”. São palavras do Papa Francisco à delegação da Fraternidade política
da Comunidade “Chemin Neuf” da França.
Na manhã desta sexta-feira (30) o Papa
Francisco recebeu uma delegação da Fraternidade Política da Comunidade “Chemin
Neuf” da França. Comunidade formada por um corpo apostólico que compartilha a
espiritualidade inaciana e Carismática, as suas missões e a vida fraterna.
O Santo Padre iniciou seu discurso
agradecendo a presença de todos “apesar da pandemia” e agradecendo ao Senhor
pela obra do seu Espírito, “que se manifesta no seu caminho humano e espiritual
a serviço do bem comum e dos pobres, caminho que se realiza rejeitando a
miséria e trabalhando por um mundo mais justo e fraterno”. Depois de recordar
um trecho da Exortação Apostólica Christus vivit que afirma que “a vocação
laical é, antes de mais nada, a caridade na família, a caridade social e
caridade política: é um compromisso concreto nascido da fé para a construção
duma sociedade nova, é viver no meio do mundo e da sociedade para evangelizar
as suas diversas instâncias, fazer crescer a paz, a convivência, a justiça, os
direitos humanos, a misericórdia, e assim estender o Reino de Deus no mundo” o
Papa afirmou:
“É justamente nesta dinâmica que vocês
caminham, com uma abertura ecumênica e um coração disposto a acolher diferentes
culturas e tradições, a fim de transformar o rosto da nossa sociedade”
Igreja com e para os pobres
E encorajou os presentes:
“Caros amigos, eu os encorajo a não ter
medo de percorrer os caminhos da fraternidade e de construir pontes entre as pessoas,
entre os povos, em um mundo onde tantos muros ainda estão sendo construídos por
medo dos outros. Através de suas iniciativas, seus projetos e suas atividades,
vocês tornam visível uma Igreja pobre com e para os pobres, uma Igreja em saída
que está próxima das pessoas em situações de sofrimento, precariedade,
marginalização e exclusão”
Conversão ecológica
Ao recordar a presença de tantos jovens na
comunidade o Pontífice disse:
“Com os jovens da sua comunidade, hoje mais
do que nunca, vocês enfrentam desafios nos quais a saúde de nossa casa comum
está em jogo. Trata-se verdadeiramente uma conversão ecológica que reconhece a
eminente dignidade de cada pessoa, seu próprio valor, criatividade e capacidade
de buscar e promover o bem comum”
Reiterando mais uma vez:
"O que estamos vivendo atualmente com
a pandemia nos ensina em termos concretos que estamos todos no mesmo barco e
que só podemos superar as dificuldades se concordarmos em trabalhar juntos”.
Compreender e conhecer os migrantes
E pediu para que reflitam sobre um aspecto
particular da nossa vida comum: “a presença de migrantes e de seu
acolhimento na Europa de hoje. De fato, sabe-se que, quando falamos de
migrantes e pessoas deslocadas com muita frequência, citamos números. Mas não
se trata de números, trata-se de pessoas! Se os encontrarmos, vamos
conhecê-los. E conhecendo suas histórias seremos capazes de os compreender”.
Por fim o Papa saudou a delegação presente
com estas palavras:
“Caros amigos, convido-os a permanecerem
firmes em suas convicções e em sua fé. Nunca esqueçam que Cristo está vivo e
que ele o chama para caminhar corajosamente com ele. Com Ele, seja aquela chama
que reaviva a esperança no coração de tantos jovens desanimados, tristes e sem
perspectivas. Que vocês possam gerar laços de amizade, de partilha fraterna,
para um mundo melhor. O Senhor conta com sua ousadia, sua coragem e seu
entusiasmo”.
"Confio cada um de vocês e suas
famílias, assim como os membros de sua Fraternidade e todos os jovens que vocês
encontram à intercessão da Virgem Maria e à proteção de Santo Inácio. Abençoo a
todos do meu coração. Por favor, não se esqueçam de rezar por mim".
Jane Nogara
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