conversa com Vatican News
“Ser ordenado pelo
Santo Padre é uma grande honra para mim, uma grande alegria. Nunca pensei em
chegar onde cheguei aqui na Diocese de Roma. Somente a providência de Deus faz
essas peripécias na nossa vida”.
O Papa Francisco,
como bispo de Roma, irá ordenar 9 sacerdotes para sua diocese. A celebração com
o rito da ordenação terá lugar no próximo domingo, Domingo do Bom Pastor, às 9
horas, horário de Roma, (4 da manhã no Brasil) com transmissão em português da
Rádio Vaticano/Vatican News. Os nove jovens (e menos jovens) que serão
ordenados – entre os quais um brasileiro – prepararam-se para este grande
momento com um retiro em um Mosteiro. Sua formação foi realizada em seminários
da Diocese de Roma.
Seis deles estudaram
no Pontifício Seminário Maior Romano: Georg Marius Bogdan, Salvatore Marco
Montone, Manuel Secci, Diego Armando Barrera Parra, Salvatore Lucchesi e
Giorgio De Iuri.
Dois deles foram
formados no Colégio diocesano Redemptoris Mater - Riccardo Cendamo e Samuel
Piermarini – e um no Seminário Nossa Senhora do Divino Amor, precisamente
o brasileiro Mateus Henrique Ataíde da Cruz.
Mateus nasceu em
Afogados da Ingazeira (PE) e mudou-se para Roma há sete anos, para frequentar o
Seminário de Nossa Senhora do Divino Amor.
Rádio Vaticano - Vatican News conversou com o futuro sacerdote brasileiro Mateus Henrique...
O que diz o seu
coração nestes momentos que antecedem à sua ordenação sacerdotal?
A palavra que
define este momento é gratidão...meu coração está repleto de alegria por este
momento, repleto de agradecimento a Deus por tudo o que ele tem feito por mim
ao longo destes anos em toda a minha vida. O que resume este momento que antecede a celebração da ordenação é gratidão. Gratidão a Deus pelo dom da vida, pelo
dom da chamada, pelo dom da vocação que ele me dá. Nada a acrescentar, somente
gratidão.
Será o Papa a
ordenar você, que sentimento tem neste momento sabendo que será o Sucessor de
Pedro a lhe ordenar?
Ser ordenado pelo
Santo Padre é uma grande honra para mim, uma grande alegria. Nunca pensei em
chegar onde cheguei aqui na Diocese de Roma. Somente a providência de Deus faz
essas peripécias na nossa vida. Comecei a minha vida vocacional de baixo, lá na
minha terrinha, no sertão de Pernambuco. Cheguei aqui pela graça de Deus e
agora estou sendo ordenado pela mãos do Santo Padre. Para mim é uma grande
alegria, uma grande honra, não tenho palavras para descrever...
Por que decidiu
fazer a sua formação sacerdotal em Roma?
A decisão de vir
para Roma, foi improvisa, por que eu nunca pensei em vir estudar em Roma, eu
tinha na época, 22 anos. Eu pedi um tempo para poder discernir. Depois eu falei
com dom Egidio Bison, bispo de Afogados da Ingazeira, e depois de um processo
de discernimento, pedi o desligamento da diocese com grande dor, porque é uma
terra que eu amo, porque é uma terra que eu quero muito bem, quero muito bem
aos padres, ao bispo, a todos aqueles que se encontram ali, para poder seguir o
chamado de Deus, seguir esta nova proposta carismática. E chegando a Roma me
formei em Teologia, agora estou estudando na Universidade Lateranense. E em
todo este período a minha formação foi no Seminário Divino Amor.
Como foi a
formação neste período de pandemia?
Eu cheguei a Roma
bem antes da pandemia, em agosto de 2014. Cursei o curso de Teologia. Foi um
período maravilhoso, não existia a pandemia e então ia para a Universidade,
frequentava as aulas. Só agora no ano 2020, com o advento da pandemia
tudo mudou. Não podíamos mais ver os colegas, os professores, não podíamos mais
ter este contato próximo que tínhamos na Universidade. Foi um período um pouco
difícil, seja de frequentar as aulas, seja também na vida pastoral, na vida de
Seminário. Tudo mudou um pouco. Tivemos que nos adequar. Infelizmente a
situação não nos permite ainda hoje de nos aproximarmos para retomar uma vida,
por assim dizer, normal. Infelizmente este período de formação em 2020 foi
muito tribulado.
Qual será a sua
missão no futuro, permanece em Roma?
A minha missão
após a ordenação é continuar como padre da Diocese de Roma na qual eu estou
encardinado atualmente. Irei ficar como Vigário paroquial na paróquia de Nossa
Senhora das Dores. E entre este período de 2021-2022, continuarei ali, onde estou
exercendo atualmente o ministério como diácono. Mas o futuro a Deus pertence.
Não posso fazer projetos para o futuro até porque é Deus quem comanda a nossa
vida, o nosso futuro. Inicialmente estarei ali, e se Deus quiser, aonde Ele
quiser eu irei. Não posso colocar a minha vontade diante da vontade de Deus.
Uma mensagem para
o povo de Pernambuco e do Brasil nestes momentos difíceis de pandemia.....
Por fim gostaria
de agradecer a todos os meus conterrâneos de Pernambuco, de Afogados da
Ingazeira, no sertão do Pajeu. Agradecer aos meus familiares, aos meus pais,
meus parentes, meus amigos. Ao clero da Diocese de Ingazeira na pessoa de dom
Bisol que me deu muita força nestes anos, nestes últimos tempos principalmente
com a pandemia e pedir a todos vocês que rezem por mim. Rezem pelos meus
colegas diáconos que serão ordenados no próximo dia 25 e pedir a Deus que
conceda novas vocações para a sua messe, que mande mais operários messe, porque
estamos necessitados de sacerdotes e de bons sacerdotes. Então peçamos sempre a
Deus novas vocações, peçamos a Deus que ele possa derramar sobre cada um dos
sacerdotes do Brasil a graça para levar a sua missão avante. E pedimos a Deus,
por fim para que Ele se compadeça de nós, do povo brasileiro e derrame copiosas
bençãos para todas aquelas pessoas que sofrem pelo fragelo do Covid. Peço a
Deus que possa abençoar cada uma das pessoas que perderam familiares, que
perderam as pessoas queridas, peçamos que essa pandemia possa terminar, acabar
e possamos retomar às nossas vidas, às nossas celebrações, à nossa vida
de fé principalmente, para que possamos viver tempos melhores daqui em diante.
Um abraço a todos e que Deus abençoe cada um de vocês.
Silvonei José
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Assista à fala do Diác. Mateus Henrique:
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