na Missa pascal em meio à pandemia
Com o rito do Resurrexit e a incensação, teve início a Missa do Domingo de Páscoa, presidida pelo Papa na Basílica de São Pedro. Uma solene celebração onde a ausência da homilia acentuou os significados dos rituais e dos gestos. No final, o pensamento do Papa Francisco ao novo arcipreste da Basílica e ao cardeal Comastri. E agradecimento a todos aqueles que contribuíram para a realização dos ritos do Tríduo Pascal.
O anúncio da
derrota da morte volta com força na vida de cada um e na celebração presidida
pelo Papa Francisco no Altar da Cátedra, na Basílica de São Pedro. Como no ano
passado, devido à pandemia, a participação dos fiéis na celebração é em número
limitado, mas vivida com grande intensidade espiritual.
O Pontífice parou
sob os degraus do presbitério para o Rito da Resurrexit. Dois diáconos
posicionaram-se ao lado do Ícone do Salvador, outro diácono cantava o Anúncio
da Páscoa, enquanto Francisco incensava o Ícone. O cardeal Giovanni Battista Re
e o cardeal Leonardo Sandri foram ao altar para a Oração Eucarística:
colocaram-se nas laterais do altar e não ao lado do Santo Padre.
A certeza pascal
Este é o
domingo em que a promessa se torna certaeza “Cristo ressuscitou, ressuscitou
verdadeiramente”. O Evangelho assim o diz, nesta festa que representa o momento
mais importante do ano litúrgico, e na celebração é proclamado em latim e em
grego. Como em outras celebrações, as leituras em espanhol e inglês ajudaram a
expressar o sentido da universalidade da Igreja.
Palavras do Papa na conclusão
Antes da
procissão no final da celebração, o Papa dirigiu seu pensamento de
"boas-vindas" ao cardeal Mauro Gambetti OFM, recordando-o como como
“irmão” Mauro Gambetti, e um pensamento de agradecimento ao cardeal Comastri
que, como recordou Francisco, foi arcipreste da Basílica de São Pedro por 16
anos. De fato, em fevereiro deste ano, aceitando a renúncia do cardeal Comastri
por ter atingido o limite de idade, o Santo Padre nomeou o cardeal Mauro
Gambetti, que era o guardião do Sagrado Convento de Assis e que é também o
Vigário Geral de Sua Santidade para a Cidade do estado do Vaticano e para
as Vilas Pontifícias de Castel Gandolfo.
Assim se
pronunciou Francisco:
Gostaria de
dar as boas-vindas ao novo arcipreste, o cardeal Fra Mauro Gambetti. Obrigado
por sua disponibilidade, irmão! Desejo-lhe o melhor no serviço desta Igreja tão
importante para todos os cristãos. E gostaria também de agradecer ao cardeal
Angelo Comastri que depois 16 anos como arcipreste e no limiar de 78 anos,
deixa o cargo. Muito obrigado, cardeal Comastri, obrigado pelo seu cuidado
pastoral, pela sua espiritualidade, pelas suas pregações, pela sua
misericórdia. Que o Senhor recompense todo o seu trabalho.
E então
dirigiu seu pensamento para aqueles que ofereceram sua contribuição para o bom
desenvolvimento das celebrações:
“E gostaria
de agradecer a todos vocês que trabalharam para que as celebrações desta Semana
Santa fossem dignas, belas, todos, todos! Agradeço a todos aqueles que
trabalham aqui na Basílica de São Pedro, o coral, os coroinhas, os leitores, os
diáconos ... Todos! Muito obrigado."
No final da
Santa Missa, os concelebrantes participaram da procissão com o Papa Francisco.
A cada
domingo, com o Credo, renovamos a profissão de fé na Ressurreição de Cristo. A
partir deste grande mistério, tudo se compreende na Igreja e cada Celebração
Eucarística o torna atual. Há também um tempo litúrgico em que esta realidade
central da fé cristã é proposta aos fiéis de forma mais intensa: é o tempo
pascal. A cada ano, no "Santíssimo Tríduo de Cristo crucificado, morto e
ressuscitado" - como o chama Santo Agostinho - a Igreja repassa as etapas
finais da vida terrena de Jesus: a sua condenação à morte, a subida ao Calvário
carregando a Cruz, a seu sacrifício por nossa salvação, sua colocação no
sepulcro. No «terceiro dia», portanto, a Igreja revive a sua Ressurreição: é a
Páscoa, a passagem de Jesus da morte para a vida, na qual as antigas profecias
se cumprem em plenitude. Toda a liturgia do Tempo Pascal canta a certeza e a
alegria da Ressurreição de Cristo.
...............................................................................................................................
Papa Francisco:Na mensagem Urbi et Orbi, a atenção do Papa Francisco se volta ao mundo marcado por conflitos e restrições impostas pelo coronavírus: “À luz do Ressuscitado, os nossos sofrimentos são transfigurados. Onde havia morte, agora há vida; onde havia luto, agora há consolação. Ao abraçar a Cruz, Jesus deu sentido aos nossos sofrimentos. Feliz Páscoa para todos!”
Queridos
irmãos e irmãs, feliz Páscoa! Hoje ressoa, em todas as partes do mundo, o
anúncio da Igreja: «Jesus, o crucificado, ressuscitou, como tinha dito. Aleluia».
O Papa
Francisco presidiu na Basílica Vaticana à Santa Missa de Páscoa, com uma
limitada presença de fiéis devido às normas anti-Covid. E foi precisamente esta
situação que conduziu a mensagem Urbi et orbi pronunciada à frente do altar da
Cátedra.
Vacinas,
instrumentos essencial na luta contra a Covid
“A pandemia
está ainda em pleno desenvolvimento; a crise social e econômica é muito pesada,
especialmente para os mais pobres; apesar disso – e é escandaloso –, não cessam
os conflitos armados e reforçam-se os arsenais militares”, disse o Pontífice
Nesta
complexa realidade, o anúncio de Páscoa encerra em poucas palavras um
acontecimento que dá a esperança: «O crucificado ressuscitou». E as chagas de
Jesus “são a chancela perene do seu amor por nós”. Não se trata de uma miragem.
Cristo
ressuscitado é esperança para quem sofre devido à pandemia, para os doentes e
para quem perdeu um ente querido, para os desempregados, para os médicos e
enfermeiros.
Um
instrumento essencial nesta luta, disse o Papa, são as vacinas. Por isso,
exorta toda a comunidade internacional a um empenho comum para superar os
atrasos na distribuição das doses e facilitar a sua partilha, especialmente com
os países mais pobres.
Os países
sedentos de paz
Infelizmente,
constatou o Pontífice, a pandemia elevou de maneira dramática o número dos
pobres. E o pensamento e encorajamento do Papa foram ao povo haitiano, “a fim
de não se deixar vencer pelas dificuldades, mas olhar para o futuro com
confiança e esperança”.
Jesus
ressuscitado é esperança também para tantos jovens sem ir à escola ou à
universidade. “Todos precisamos de viver relações humanas reais e não apenas
virtuais.”
De modo
especial, o Papa manifestou sua solidariedade aos jovens de Mianmar, “que se
empenham pela democracia”.
A mensagem
pascal é dirigida também aos migrantes que fogem da guerra e da miséria. E
Francisco agradeceu aos países que acolhem, como Jordânia e Líbano, que
enfrenta inclusive um “período de dificuldades e incertezas”. O Papa citou
ainda a Síria, o Iêmen, a Líbia, a Ucrânia, o Sahel e a Nigéria, bem como a
região de Tigré e Cabo Delgado, em Moçambique.
“A
Ressurreição leva-nos, naturalmente, a Jerusalém. Para ela imploramos do Senhor
paz e segurança”, a fim de que israelenses e palestinos convivam lado a lado.
Francisco não
poderia deixar de citar o Iraque, país que visitou um mês atrás e “pelo qual
rezo a fim de continuar o caminho de pacificação”.
Vencer a
mentalidade da guerra
“No mundo, há
ainda demasiadas guerras, demasiada violência! O Senhor, que é a nossa paz, nos
ajude a vencer a mentalidade da guerra”, foi o clamor do Papa.
O Santo Padre
recordou ainda que neste 4 de abril, celebra-se o Dia Mundial contra as Minas
Antipessoais: “Como seria melhor um mundo sem estes instrumentos de morte!”.
Por fim, um
pensamento aos muitos cristãos que sequer podem ir às missas por causa da
pandemia. “Rezemos para que tais limitações, bem como toda a limitação à
liberdade de culto e religião no mundo, sejam removidas e cada um possa
livremente rezar e louvar a Deus.”
A mensagem
final do Papa foi de esperança:
“À luz do
Ressuscitado, os nossos sofrimentos são transfigurados. Onde havia morte, agora
há vida; onde havia luto, agora há consolação. Ao abraçar a Cruz, Jesus deu
sentido aos nossos sofrimentos. Feliz Páscoa para todos!”
Nenhum comentário:
Postar um comentário