quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Segunda etapa da Viagem Apostólica de Francisco

Papa Francisco chega a Bangladesh

Daca (RV) - O Papa Francisco deixou Mianmar, nesta quinta-feira (30/11), e se dirigiu para Bangladesh, segunda etapa de sua 21ª viagem apostólica internacional. 
Papa no aeroporto internacional de Daca
O avião papal aterrissou no aeroporto internacional de Daca às 5h da manhã, horário de Brasília. Ao descer do avião, o Papa foi acolhido pelo Presidente bengalês, Abdul Hamid. Duas crianças, com vestidos tradicionais, ofereceram ao Papa flores e um vaso de terra que foi abençoado pelo Pontífice. 
Acolheram também o Papa demais autoridades políticas e civis, bispos, fiéis e quarenta crianças que executaram danças tradicionais.
Após a cerimônia de boas-vindas, no aeroporto de Daca, o Santo Padre visitará o Memorial Nacional dos Mártires, em Savar, fará uma homenagem ao Pai da Pátria no Bangabandhu Memorial Museum e assinará o Livro de Honra. 
A seguir, haverá a visita de Cortesia ao Presidente no Palácio Presidencial e, por fim, o encontro com as Autoridades, com a Sociedade Civil e com o Corpo Diplomático no Palácio Presidencial. 
Antes de deixar Mianmar, o Papa Francisco doou, ao Arcebispado de Yangun, um escultura que representa São Francisco de Assis durante a proclamação do famoso “Sermão das Aves”, símbolo de fraternidade entre o ser humano e a Criação.
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Em Daca, Papa reza no Memorial dos Mártires
Daca (RV) - Ao deixar o Aeroporto de Daca, o Papa Francisco dirigiu-se ao Memorial Nacional dos Mártires de Savar (35 km à nordeste , de Daca), símbolo dos mártires que deram a sua vida pelo país na guerra de libertação de 1971.
Papa no Memorial aos mártires
O Pontífice foi acolhido por Autoridades civis que o acompanharam até a base do monumento, onde estava presente a Guarda de Honra.
Francisco depositou flores no local, enquanto era tocada uma trombeta e a bandeira era posicionada a meio-mastro.
No local, o Papa também assinou o Livro de Honra e plantou uma árvore no “Jardim da Paz”.
O monumento projetado pelo arquiteto Syed Moinul Hossain foi inaugurado nos anos 80. Sua estrutura, formada por sete planos triangulares isósceles, de dimensões decrescentes. O ponto mais alto da estrutura alcança 45 metros.
Realizado em concreto, o monumento inclui também outras estruturas em tijolos vermelhos, se estendendo por 34 hectares, circundados por suas vez por outros 10 hectares de verde.
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Papa visita Museu em homenagem ao Pai da Nação
Daca (RV) - Do Memorial dos Mártires, o Papa Francisco dirigiu-se ao “Bangabandhu Memorial Museum”, distante 35,4 km, segundo compromisso em terras bengalesas.
O Pontífice foi acolhido no local por cinco familiares daquele que é considerado o “Pai da Nação”, Xeique Mujibur Rahaman.
Papa depositou uma coroa de flores
diante da imagem do "Pai da Nação", o Xeique Mujibur Rahaman
Francisco depositou  uma coroa de flores no Memorial, fez uma oração silenciosa e assinou o Livro de Honra.
Mujibur Rhaman viveu neste local, até ser assassinado juntamente com 31 membros de sua família em 15 de agosto de 1975, durante a guerra de independência do país. As paredes do Museu ainda preservam as marcas dos tiros disparados na ocasião.
A moradia transformou-se em Museu em 1997 e nele estão expostas algumas fotografias raras da vida do Xeique Mujibur – primeiro Presidente do país – objetos pessoais usados ao longo de sua existência.
Do Museu em homenagem ao “Pai da Pátria”, o Papa Francisco transferiu-se ao Palácio Presidencial, distante 36 km, onde foi recebido pelo Secretário Militar do Presidente, que o acompanhou até a entrada de honra, onde lhe aguardava o Presidente, Abdul Hamid.
Após as saudações, realizou-se o encontro privado no “Credentials Hall”. A família do Presidente foi apresentada ao Pontífice e houve a troca de dons.
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Papa Francisco:
Generosidade e solidariedade,
sinais caraterísticos da sociedade bengalesa
Daca (RV) - O Papa Francisco encontrou-se, nesta quinta-feira (30/11), no Palácio Presidencial, em Daca, Bangladesh, com as autoridades, com o Corpo diplomático e a sociedade civil. 
O Pontífice agradeceu ao Presidente bengalês, Abdul Hamid, pelo convite a visitar esta nação e por suas palavras de boas-vindas.
“Seguindo as pegadas de dois dos meus Predecessores, os Papas Paulo VI e João Paulo II, estou aqui para rezar com os meus irmãos e irmãs católicos e oferecer-lhes uma mensagem de estima e encorajamento”, disse Francisco.
“Bangladesh é um Estado jovem e todavia ocupou sempre um lugar especial no coração dos Papas, que desde o princípio expressaram solidariedade ao seu povo, procurando acompanhá-lo na superação das dificuldades iniciais e apoiando-o na tarefa exigente da construção da nação e do seu desenvolvimento. Agradeço a oportunidade de me dirigir a esta assembleia, que reúne homens e mulheres com responsabilidades especiais na tarefa de dar forma ao futuro da sociedade bengalesa.”
O Papa disse que durante o voo para Daca, recordaram a ele que Bangladesh – “«Golden Bengal» – é uma nação interligada por uma vasta rede fluvial e por vias navegáveis, grandes e pequenas. Creio que esta beleza natural é emblemática de sua particular identidade como povo. Bangladesh é uma nação que se esforça para alcançar uma unidade de linguagem e cultura com o respeito pelas diferentes tradições e comunidades, que fluem como inúmeros riachos, vindo enriquecer o grande curso da vida política e social do país”.
“No mundo de hoje, nenhuma comunidade, nação ou Estado pode sobreviver e progredir no isolamento. Como membros da única família humana, precisamos uns dos outros e dependemos uns dos outros. O Presidente Sheikh Mujibur Rahma compreendeu e procurou incorporar este princípio na Constituição Nacional. Imaginou uma sociedade moderna, pluralista e inclusiva, onde cada pessoa e cada comunidade pudesse viver em liberdade, paz e segurança, respeitando a inata dignidade e igualdade de direitos de todos. O futuro desta jovem democracia e a saúde da sua vida política dependem essencialmente da fidelidade a esta visão fundadora. Com efeito, só através dum diálogo sincero e do respeito pelas legítimas diversidades é que um povo pode reconciliar as divisões, superar perspectivas unilaterais e reconhecer a validade de pontos de vista divergentes. Uma vez que o diálogo autêntico aposta no futuro, ele constrói unidade ao serviço do bem comum e está atento às necessidades de todos os cidadãos, especialmente dos pobres, dos desfavorecidos e daqueles que não têm voz.”
Francisco recordou que “nos meses passados, pôde-se observar de maneira bem tangível o espírito de generosidade e solidariedade – sinais caraterísticos da sociedade de Bangladesh – no seu ímpeto humanitário a favor dos refugiados chegados em massa do Estado de Rakhine, proporcionando-lhes abrigo temporário e provisões para as necessidades primárias da vida. Isto foi conseguido à custa de não pouco sacrifício; e foi realizado também sob o olhar do mundo inteiro. Nenhum de nós pode deixar de estar consciente da gravidade da situação, do custo imenso exigido de sofrimentos humanos e das precárias condições de vida de tantos dos nossos irmãos e irmãs, a maioria dos quais mulheres e crianças amontoados nos campos de refugiados. É necessário que a comunidade internacional implemente medidas resolutivas diante dessa grave crise, não só trabalhando para resolver as questões políticas que levaram à massiva deslocação de pessoas, mas também prestando imediata assistência material a Bangladesh em  seu esforço de responder eficazmente às urgentes carências humanas.”
“Apesar da minha visita ser primariamente dirigida à Comunidade católica do Bangladesh, considero um momento privilegiado o meu encontro que terá lugar amanhã em Ramna com os Responsáveis ecumênicos e inter-religiosos. Juntos, rezaremos pela paz e reafirmaremos o nosso compromisso de trabalhar pela paz. Bangladesh é conhecido pela harmonia que tradicionalmente existe entre os seguidores de várias religiões. Esta atmosfera de respeito mútuo e um clima crescente de diálogo inter-religioso permitem aos fiéis expressar livremente as suas convicções mais profundas sobre o significado e a finalidade da vida. Assim, podem contribuir para promover os valores espirituais que são a base segura para uma sociedade justa e pacífica. Num mundo onde muitas vezes a religião é – escandalosamente – usada para fomentar a divisão, revela-se ainda mais necessário um tal gênero de testemunho do seu poder de reconciliação e união. Isto manifestou-se de forma particularmente eloquente na reação comum de indignação que se seguiu ao brutal ataque terrorista do ano passado aqui em Daca e na mensagem clara enviada pelas autoridades religiosas da nação, segundo a qual o santíssimo nome de Deus não pode jamais ser invocado para justificar o ódio e a violência contra outros seres humanos, nossos semelhantes.”
Segundo o Papa, “embora em número relativamente reduzido, os católicos de Bangladesh procuram desempenhar um papel construtivo no desenvolvimento da nação, especialmente através das suas escolas, clínicas e dispensários. A Igreja aprecia a liberdade – de que beneficia toda a nação – de praticar a sua fé e realizar as suas obras sócio-caritativas, incluindo a de oferecer aos jovens, que representam o futuro da sociedade, uma educação de qualidade e um exercício de saudáveis valores éticos e humanos. Em suas escolas, a Igreja procura promover uma cultura do encontro, que tornará os alunos capazes de assumir as suas próprias responsabilidades na vida da sociedade. Com efeito, nestas escolas, a grande maioria dos estudantes e muitos dos professores não são cristãos, mas provêm de outras tradições religiosas.Tenho a certeza de que a Comunidade católica, de acordo com a letra e o espírito da Constituição Nacional, continuará a gozar da liberdade de levar adiante estas boas obras como expressão de seu empenho a favor do bem comum”.
Senhor Presidente, queridos amigos!
Agradeço a sua atenção e asseguro-lhes as minhas orações, para que, em suas nobres responsabilidades, sejam sempre inspirados pelos altos ideais de justiça e serviço aos seus concidadãos. De bom grado invoco, sobre vocês e sobre todo o povo de Bangladesh, as bênçãos divinas da harmonia e da paz.
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                                                                                          Fonte: radiovaticana.va   news.va

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