quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Papa reza pelos mortos em guerra:

Que o Senhor nos dê a graça de chorar

Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco celebrou a santa missa no cemitério de Nettuno no Dia de Finados.
O Pontífice deixou o Vaticano na parte da tarde e de carro percorreu cerca de 50 km até a cidade que fica na Diocese de Albano.
Antes da celebração, Francisco se deteve em oração entre os túmulos, onde estão sepultados os soldados estadunidenses que combateram a II Guerra Mundial na Itália, em memória de todos os caídos em combates.
Papa em oração no cemitério de Nettuno
Em sua homilia pronunciada sem um texto escrito, o Papa repetiu as palavras de Paulo na segunda leitura, “A esperança não decepciona” e comentou: “Mas a esperança muitas vezes nasce e finca raízes em muitas chagas humanas, em muitas dores humanas. Esses momentos de dor nos fazem olhar o céu e dizer ‘creio que o Redentor está vivo, mas chega Senhor, não mais a guerra. Nunca mais esse massacre inútil, como disse Bento XV”.
Seria melhor esperar o reencontro com Deus, prosseguiu Francisco, sem essa destruição, sem ver milhares e milhares de jovens mortos, de esperanças despedaçadas.
“Não mais, Senhor. Isso devemos dizer hoje, rezemos por todos os mortos, mas de modo especial por esses jovens. Hoje que o mundo mais uma vez está em guerra e se prepara ainda mais fortemente para a guerra. Nunca mais Senhor. Com a guerra, tudo se perde.”
O Papa citou uma idosa entre as ruínas de Hiroshima, que dizia com resignação sapiencial: “Os homens fazem de tudo para declarar e fazer uma guerra. E no final, destroem a si mesmos”.
“Esta é a guerra. A destruição de nós mesmos”, comentou o Pontífice, afirmando que a humanidade não pode esquecer hoje as lágrimas derramadas em guerras, as lágrimas das mães e esposas quando recebiam a notícia da morte de seus filhos e maridos.
“Mas a humanidade não aprendeu a lição e parece que não quer aprendê-la”, constatou o Papa:
“Quando muitas vezes na história os homens pensam em fazer uma guerra, estão certos de levar um mundo novo, de fazer uma primavera e tudo acaba num inverno cruel, reino do terror e de morte. Hoje, rezemos por todos os defuntos, mas de modo especial por esses jovens. Num momento onde muitos morrem nas batalhas de todos os dias, nesta guerra em pedaços, rezemos também pelos mortos de hoje em guerra, inclusive crianças inocentes. Este é o fruto da guerra: a morte. Que o senhor nos dê a graça de chorar.”
Após a celebração, Francisco visitou o sacrário-monumento nacional italiano “Fossas Ardeatinas”, onde se deteve brevemente em oração pelas vítimas do excídio de 24 de março de 1944, no qual 335 civis e militares italianos foram trucidados pelas tropas de ocupação alemãs.
Ao regressar ao Vaticano, o Pontífice vai à cripta da Basílica Vaticana para um momento de oração em sufrágio dos Papas ali sepultados e de todos os defuntos.
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Assista:
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Papa reza nas Fossas Ardeatinas:
Deus conhece os nomes e os rostos de todos

Cidade do Vaticano (RV) –  Após presidir a celebração eucarística neste Dia de Finados no Cemitério estadunidense de Nettuno, o Papa Francisco dirigiu-se ao memorial das Fossas Ardeatinas para um momento de oração.
No local, em 24 de março de 1944, 335 civis e militares foram trucidados por tropas de ocupação nazistas, em represália pelo atentado contra uma patrulha do regimento Bozen, que matou 33 soldados alemães.
Papa deposita flores brancas
nos túmulos das vítimas dos massacre das Fossas Ardeatinas
Ao entrar nas grutas, Francisco permaneceu por quase cinco minutos em oração diante do local onde ocorreu a chacina. Após, caminhou pelos corredores de pedra até chegar ao local onde estão os túmulos de das vítimas, sobre os quais depositou uma rosa branca.
Durante o percurso, o Pontífice esteve acompanhado por oficiais do exército italiano que lhe explicaram os acontecimentos daquele dia e pelo Rabino Chefe da Comunidade de Roma, Riccardo Di Segni, que cantou uma oração em hebraico, momento que foi seguido por palavras do Papa Francisco.
“Deus de Abraão, de Isaac, Deus de Jacó, com este nome te apresentaste a Moisés quando lhe revelaste a vontade de libertar o Teu povo da escravidão do Egito. Deus de Abraão, Deus de Isaac e de Jacó, Deus que faz aliança com o homem, Deus que se liga com um pacto de amor fiel para sempre, misericordioso e compassivo com cada homem e cada povo que sofre opressão. “Observei a miséria de meu povo, ouvi o seu grito, conheço os seus sofrimentos””.
“Deus dos rostos e dos nomes, Deus de um dos 335 homens trucidados aqui, em 24 de março de 1944, cujos restos repousam nestes túmulos. Tu, Senhor, conheces as suas faces e os seus nomes: todos, também os 12 que continuam desconhecidos para nós. Para ti, nenhum é desconhecido”.
"Deus de Jesus, Pai nosso que estás nos Céus: graças a Ele, o Crucificado ressuscitado, nós sabemos que o Teu nome - Deus de Abraão, Deus de Issac e Deus de Jacó - quer dizer que não és o Deus dos mortos, mas dos vivos, que a Tua aliança de amor fiel é mais forte do que a morte e é garantia de ressurreição".
“Faz, Senhor, que neste lugar consagrado à memória dos caídos pela liberdade e a justiça,  tiremos os calçados do egoísmo e da indiferença e por meio da sarça ardente deste mausoléu, escutemos no silêncio o Teu nome: Deus de Abraão, Deus de Isaac, Deus de Jacó, Deus de Jesus, Deus dos vivos. Amém”.
Antes de deixar o local, o Santo Padre deixou escrito no Livro de Honra as seguintes palavras: “Estes são os frutos da guerra: ódio, morte, vingança. Perdoa-nos, Senhor”. (JE)
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Assista:
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                                                                                          Fonte: radiovaticana.va   news.va

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