Sejam criativos, não tenham medo de romper os esquemas
para anunciar o Evangelho
Cidade do
Vaticano (RV) - O Papa encontrou na tarde desta sexta-feira, na Sala Paulo
VI, os participantes do Congresso Internacional sobre a Catequese organizado no
âmbito do Ano da Fé. Em seu discurso, o Pontífice ressaltou que "a
catequese é um pilar para a educação da fé".
"É preciso
bons catequistas!", exclamou, agradecendo aos presentes por esse serviço
"à Igreja e na Igreja". "Mesmo se por vezes pode ser difícil, há
muito trabalha, se esforça e não se veem os resultados desejados, educar na fé
é belo! Talvez seja a melhor herança que podemos dar: a fé! Educar na fé"
para que cresça.
Ajudar as
crianças, os adolescentes, os jovens a conhecer e a amar sempre mais o Senhor é
uma das aventuras educacionais mais bonitas, se constrói a Igreja! 'Ser'
catequistas! Não trabalhar como catequistas, eh! – observou.
Isso não serve!
Eu trabalho como catequista porque gosto de ensinar... Mas se você não é
catequista, não serve! Não será fecundo! Não será fecunda! "Catequista é
uma vocação: 'ser catequista', essa é a vocação; não trabalhar como catequista.
Vejam bem, não disse 'trabalhar como catequista, mas sê-lo', porque envolve a
vida. E assim se conduz ao encontro com Jesus com as palavras e com a vida, com
o testemunho".
Francisco
convidou a recordar aquilo que Bento XVI disse: "A Igreja não cresce por
proselitismo. Cresce por atração". "E aquilo que atrai – precisou o
Papa – é o testemunho. Ser catequista significa dar testemunho da fé; ser
coerente na própria vida. E isso não é fácil! Não é fácil. Nós ajudamos,
conduzimos ao encontro com Jesus com as palavras e com a vida, com o
testemunho."
" 'Ser catequista' é uma vocação, 'não trabalhar como catequista, mas sê-lo' " |
Em seguida,
recordou aquilo que São Francisco de Assis dizia a seus confrades:
"Preguem sempre o Evangelho e se fosse necessário também com as
palavras". Mas antes vem o testemunho: "que as pessoas vejam o
Evangelho em nossa vida. E 'ser' catequistas requer amor, amor sempre mais
forte a Cristo, amor a seu povo santo. E esse amor não se compra nas casas
comerciais; não se compra nem mesmo aqui em Roma. Esse amor vem de Cristo! É um
presente de Cristo!
É um presente de
Cristo! E se vem de Cristo parte d'Ele e nós devemos partir novamente de
Cristo, desse amor que Ele nos dá. O que significa esse partir novamente de
Cristo, para um catequista, para vocês, também para mim, porque também eu sou
um catequista? O que significa?
O Papa respondeu
com três coisas. Em primeiro lugar, partir novamente de Cristo significa ter
familiaridade com Ele. Mas ter familiaridade com Jesus: Jesus o recomenda com
insistência aos discípulos na Última Ceia, quando se aproxima a viver a doação
mais alta de amor, o sacrifício da Cruz.
Jesus utiliza a
imagem da videira e dos ramos e diz: permaneçam em meu amor, permaneçam junto a
mim, como os ramos na videira. "Se estivermos unidos a Ele – observou
Francisco – podemos dar fruto, e essa é a familiaridade com Cristo. Permanecer
em Jesus!" É um permanecer apegado a Ele, "com Ele, falando com Ele:
mas, permanecer em Jesus".
"A primeira
coisa para um discípulo – prosseguiu – é estar com o Mestre, ouvi-lo, aprender
d'Ele. E isso vale sempre, é um caminho que dura a vida inteira."
O Papa contou um
episódio: "Numa de minhas saídas, aqui em Roma, numa missa aproximou-se um
senhor, relativamente jovem e me disse: 'Padre, prazer conhecê-lo, mas não
creio em nada! Não tenho o dom da fé! Entendia que era um dom... 'Não tenho o
dom da fé! O que me diz?' 'Não desanime. Cristo lhe quer bem. Deixe-se olhar
pelo Senhor! Nada mais que isso'.
E isso digo a
vocês: deixem-se olhar pelo Senhor! – exortou o Santo Padre:
"Entendo
que para vocês não è tão simples: especialmente para quem é casado e tem
filhos, é difícil encontrar um tempo longo de calma. Mas, graças a Deus, não é
necessário fazer todos do mesmo modo; na Igreja há variedade de vocações e
variedade de formas espirituais; o importante é encontrar o modo adequado para
estar com o Senhor; e isso se pode, é possível em qualquer estado de vida."
O Papa
acrescentou o segundo elemento: "partir novamente de Cristo significa
imitá-lo no sair de si e ir ao encontro do outro. Essa é uma experiência
bonita, e um pouco paradoxal. Por qual motivo? Porque quem coloca no centro da
própria vida Cristo, se descentra! Quanto mais se une a Jesus e Ele se torna o
centro da sua vida, mais Ele o faz sair de si mesmo, o descentra e abre você
aos outros.
"O coração
do catequista vive sempre esse movimento de 'sistole – diastole': união com
Jesus – encontro com o outro. Sistole – diastole. Se falta um desses dois
movimentos, não bate mais, não pode viver."
O terceiro
elemento, que está sempre nessa linha: "partir novamente de Cristo
significa não ter medo de ir com Ele às periferias". De fato, o Pontífice
exortou a não ter medo de caminhar com Jesus às periferias:
"Se um
catequista se deixa tomar pelo medo, é um covarde; se um catequista está
tranqüilo acaba por tornar-se uma estátua de museu; se um catequista é rígido
torna-se estéril. Pergunto-lhes: alguém de vocês quer ser covarde, estátua de
museu ou estéril?"
Francisco pediu
criatividade e nenhum medo de sair dos próprios esquemas: isso caracteriza um
catequista. Quando permanecemos fechados em nossos esquemas, nossos grupos,
nossas paróquias, nossos movimentos – explicou – ocorre o que acontece a uma
pessoa fechada em seu quarto: adoecemos.
A certeza que
deve acompanhar todo catequista – acrescentou Francisco é que Jesus caminha
conosco, nos precede. "Quando pensamos ir longe, a uma periferia extrema,
Jesus está lá." (RL)
Fonte: www.radiovaticana.va.................................................................................................................................
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