22º Domingo do Tempo Comum
“Cristo é o
mediador da Nova Aliança”, nos diz a Carta aos Hebreus. Deus é o Emanuel – o
Deus conosco. Ele veio até nós, fez-se próximo e, portanto, é acessível em
Cristo. A 2ª. Leitura nos fala que no Monte Sinai Deus é aterrador. As
teofanias são manifestações assustadoras: trovões, fogo, escuridão,
violência... Na experiência cristã, porém, é preciso ter certo cuidado, pois
Jesus está perto de nós: Ele é concreto, palpável, visível, terno, amável,
misericordioso, portador da gratuidade do Reino, do amor aos pequenos. Ele é
tão próximo, tão humano, que vai às festas, senta-se com o povo, come e bebe. E
por quê? Porque Ele se fez pequeno. “Não se apegou ao ser igual em natureza a
Deus Pai, mas aniquilando-se a si mesmo, assumiu a condição de um escravo,
assemelhando-se aos homens” (Fl 2,7). “O que é fraco no mundo, Deus escolheu
para confundir os fortes” (1Cor 1,27). A força de Deus está na sua fraqueza,
sua onipotência é a onipotência do amor, sua grandeza está na sua pequenez: foi
exaltado porque se humilhou. Precisamos de uma experiência deste Deus, o Deus
de Jesus Cristo: o Deus humano que nos ensina a segui-lo, somente este Deus
é libertador, qualquer outra proposta será um ídolo, uma mentira que nos levará
para uma religião que carrega o risco de nos escravizar. O Evangelho nos
apresenta dois caminhos: humildade e gratuidade.
Jesus humilde e servidor: inspiração para os cristãos |
Gratuidade.
Deus tem um amor gratuito e nos ensina a gratuidade, quando nos pede para
convidar a todos para o banquete. Não devemos apenas fazer o bem àqueles que
nos podem retribuir, não podemos apenas beneficiar os importantes. Deus quer
que convidemos os excluídos, os aleijados, os coxos, os cegos, os sem voz e sem
vez, os pequenos, os desprezados. Nem sempre é fácil acolher a proposta de
Jesus. Ser gratuito é acolher o pobre, é acolher o desconhecido, escolher
aquele que não é capaz de dar recompensa, amar o inimigo, é dar de graça aquilo
que recebeu de graça – o amor de Deus gravado em nossos corações.
O banquete é,
na sociedade de Jesus, o espaço do encontro fraterno, onde os convidados
partilham do mesmo alimento e estabelecem laços de comunhão, de proximidade, de
familiaridade e fraternidade. Não é sem razão que nos reunimos em torno de uma
mesa, na Eucaristia: onde há o encontro de irmãos que celebram a gratuidade do
Deus. O Reino é um banquete: desejamos estar em torno da mesa do Senhor, onde
haverá lugar para todos comerem e beberem de graça para fazer festa com o Deus
que acolhe a cada um para o Banquete da Vida. Vem, Senhor Jesus!
Padre Roberto Nentwig
Fonte: www.catequeseebiblia.blogspot.com.br
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