sexta-feira, 6 de setembro de 2013


Fiéis em todo o mundo aderem ao dia de oração e jejum convocado por Francisco

Cidade do Vaticano (RV) – Aumentam de hora em hora as adesões ao dia de oração e jejum pela Síria, convocado pelo Papa Francisco para o próximo sábado. Inúmeras organizações e expoentes religiosos manifestam publicamente a sua participação.
Congregações como o Pontifício Instituto das Missões Exteriores (PIME), a Obra Dom Orionee os salesianos, movimentos como a Renovação no Espírito, Pax Christi e Focolares já divulgaram comunicados aderindo à iniciativa. 
A Assembleia dos Ordinários Católicos da Terra Santa fez o mesmo, fazendo votos de que “cada ordinário na sua diocese, eparquia ou exarcado, cada pároco em sua paróquia e com os seus paroquianos, cada superior/a de Instituto religioso, possa organizar o dia como mais lhe convém, na esperança de que “o eco das orações que saem de nossos lábios possa cobrir o barulho dos tambores da guerra”.
O Arcebispo metropolitano sírio-ortodoxo de “Jazirah e Eufrates”, Eustathius Matta Roham, afirmou que ele e toda a sua comunidade “aderem com convicção ao apelo do Papa”. Para afastar males como a guerra e a violência, o Arcebispo recorda o trecho do Evangelho de Mateus (Mt 17,21): “Esta casta de demônios não se expulsa senão pela oração e pelo jejum”. 
Nas Filipinas, o Card. Luis Antonio Tagle convidou todos os párocos e os reitores de santuários da Arquidiocese de Manila a celebrarem a missa da manhã de sábado, 7 de setembro, com a intenção especial pelo povo sírio, encorajando os fiéis a uma hora de Adoração eucarística depois da missa. Em todas as dioceses, estão sendo organizados encontros de oração e jejum pela paz.
Em Assis, cidade que receberá o Papa em outubro, a Basílica Inferior de São Francisco de terça a sexta feira permanecerá aberta até as 22h para permitir que os fiéis rezem sobre o túmulo do Santo pela paz na Síria. Além disso, no sábado, os frades realizarão uma vigília de oração em Santa Maria dos Anjos em comunhão com o Papa Francisco. 
A Secretaria de Estado do Vaticano convidou os embaixadores junto à Santa Sé para um encontro quinta-feira de manhã, de modo que possa informar ao corpo diplomático o significado da iniciativa e contatou também todas as Conferências Episcopais do mundo com a mesma finalidade. Já os dicastérios vaticanos se mobilizaram contatando os referentes de outras Igrejas e confissões religiosas.
O programa para sábado ainda está sendo definido. A Praça S. Pedro estará aberta a todos, a partir das 16h30, hora local, sem necessidade de bilhete. A chegada do Papa está prevista para as 19h. Haverá a entronização da imagem mariana do "Salus populi romani", a reza do terço e uma meditação do Pontífice com um renovado apelo pela paz. A conclusão está prevista para as 23h. (BF


Grão Mufti da Síria envia carta ao Papa Francisco: 
"trabalhemos juntos pela paz"

Damasco (RV) - O Grão Mufti da Síria, Ahmad Badreddin Hassou, líder espiritual do islamismo sunita, acolheu o apelo do Papa Francisco e estará rezando e jejuando pela paz, na Praça São Pedro, se possível, ou na grande mesquita dos Omayyadi, em Damasco.
O Mufti enviou, por meio da Nunciatura Apostólica em Damasco, uma carta oficial ao Papa Francisco, onde diz preparar-se para participar do dia especial em favor da paz na Síria, em 7 de setembro, ao mesmo tempo que propõe à Santa Sé a organização de um encontro interreligioso.
“Louvando a iniciativa de rezar pela paz na Síria, o Mufti define o apelo do Papa Francisco “filho das leis celestes” - como “bom e pelo bem da humanidade”.
“Sua Santidade – diz o texto entregue à Agência Fides – agradecemos por este apelo de grande humanidade, baseado na fé, para jejuar e rezar ao Deus Onipotente, para que Ele possa trazer a paz à Terra e nos proteger do poder do mal e da opressão”.
Palavras do Papa que, segundo o Mufti, estão em contraste “com todos aqueles que escondem a luz resplandecente da fé, da caridade, da misericórdia e da paz, que ele pede e que todos nós pedimos, como pediram os Profetas e os mensageiros de Deus”.
Mostrando “profunda gratidão pela sua atenção espiritual”, o Mufti exprime o desejo de “estar ao lado do Papa no instante em que a oração será elevada ao Deus Altíssimo” e enfatiza: “estaremos de qualquer modo juntos, no 7 de setembro, para elevarmos a nossa súplica a Deus”. E propõe à Santa Sé que organize “um encontro inter-religioso com os líderes espirituais, em Damasco ou no Vaticano: “quem sabe assim conseguiremos parar o fogo de quantos querem destruir a Terra de Abraão, de Moisés, de Jesus, de Maomé”.
“Permaneçamos lado a lado – prossegue a carta – na difusão da paz e da segurança para todos os povos do mundo, para contrapor os extremistas e as divisões baseadas na confissão religiosa ou de etnia. Continuemos a nossa viagem nas pegadas dos Profetas, dos Santos, dos justos e dos homens de boa vontade”.
“Que possa permanecer, Sua Santidade, sob a proteção, a guia e a Providência de Deus, assim chegaremos juntos ao lugar da plenitude da fé e da luz”. (JE)

                               Qual o significado do jejum?

Para o Dia de Oração e Jejum contra a guerra na Síria, 7 de setembro, o Papa Francisco pediu também a participação de líderes de outras religiões. A iniciativa tem um precedente semelhante: em 2001, em seguida ao ataque às Torres Gêmeas, João Paulo II convidou os líderes religiosos de todo o mundo a irem juntos a Assis em 2002. E em preparação para o evento, a Santa Sé difundiu uma nota recordando que “o jejum ocupa um lugar importante em todas as grandes experiências religiosas”. 
“A prática do jejum – diz o texto divulgado pelo Escritório das Celebrações Litúrgicas, naquela ocasião – facilita a abertura das pessoas a outro alimento: a Palavra de Deus e o cumprimento da vontade do Pai; está estreitamente relacionada à oração, fortalece as virtudes, suscita a misericórdia, implora o socorro divino, conduz à conversão do coração”.
“Sem a ajuda do Senhor é impossível encontrar uma solução para a dramática situação em que o mundo se encontra. Sem a conversão dos corações é difícil imaginar a cessação radical do terrorismo”. “A prática do jejum – lê-se na nota de 6 de dezembro de 2002 – se dirige ao passado, ao presente e ao futuro: ao passado como reconhecimento das culpas contra Deus e contra os irmãos, uma mancha que todos temos; ao presente, para aprendermos a abrir os olhos para os outros e para a realidade que nos circunda; e ao futuro, para acolher no coração as realidades divinas e renovar, a partir do dom da misericórdia de Deus, a comunhão com todos os homens e com a Criação, assumindo responsavelmente o dever de cada um de nós na história”. 
Sobre as modalidades de jejuar, a nota ressalta que “do dia de jejum podem participar livremente todos os fiéis: os jovens, muito sensíveis à causa da justiça e da paz; os adultos, com a única exceção para os enfermos, e até as crianças, que podem renunciar a alguma coisa em favor de seus coetâneos mais pobres”. 
“As tradições locais sugerem vários modos de jejuar: fazendo uma só refeição, comendo apenas pão e água, ou aguardando o por do sol para assumir alimentos. Os bispos devem também estabelecer um modo simples e eficaz para que o economizado com a privação do alimento se destine aos pobres, de modo especial aos que sofrem nestes momentos as conseqüências do terrorismo e da guerra”. 
Enfim, a nota solicita um “sério exame de consciência dos cristãos sobre o compromisso de cada um em favor da paz”. (CM)
                            Fonte: www.radiovaticana.va      Ilustração 3: www.queridosfilhos.org.br
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