O Evangelho deste domingo
"nos apresenta uma animada situação doméstica com Marta e Maria, duas
irmãs que oferecem hospitalidade a Jesus em sua casa". A palavra de Jesus
liberta a vida "da opacidade do mal, satisfaz e infunde uma alegria que
não passa: a palavra de Jesus é a melhor parte, a que Maria escolheu",
disse Francisco no Angelus deste domingo.
O Papa Francisco conduziu
a oração mariana do Angelus deste domingo (17/07), com os fiéis e peregrinos
reunidos na Praça São Pedro.
Na alocução que precedeu a
oração, o Pontífice recordou que o Evangelho deste domingo, "nos apresenta
uma animada situação doméstica com Marta e Maria, duas irmãs que oferecem
hospitalidade a Jesus em sua casa. Marta imediatamente começa a trabalhar para
o acolhimento dos hóspedes, enquanto Maria se senta aos pés de Jesus para
ouvi-lo ".
Vendo aquela situação,
"Marta se vira para o Mestre e pede que Ele diga a Maria para ajudá-la. A
reclamação de Marta não parece fora de lugar; pelo contrário, sentimos que tem
razão. No entanto, Jesus responde: «Marta, Marta! Você se preocupa e anda
agitada com muitas coisas; porém, uma só coisa é necessária, Maria escolheu a
melhor parte, e esta não lhe será tirada.» É uma resposta surpreendente".
"Jesus muitas vezes inverte nossa maneira de pensar. Perguntemo-nos, por
que o Senhor, apreciando a generosa diligência de Marta, afirma que a atitude
de Maria deve ser preferida?", disse o Papa, acrescentando:
A "filosofia" de
Marta parece ser esta: primeiro o dever, depois o prazer. A hospitalidade, na
verdade, não é formada de palavras bonitas, mas exige que se coloque a mão no
fogão, que se faça tudo o que for preciso para que o hóspede possa se sentir
bem acolhido. Jesus sabe disso muito bem. De fato, reconhece o compromisso de
Marta. No entanto, ele quer fazê-la entender que há uma nova ordem de
prioridade, diferente da que ela tinha seguido até então. Maria sentiu que há
uma "melhor parte" que deve ter o primeiro lugar. Todo o resto vem
depois, como uma corrente de água que brota da fonte.
"O que é essa
"melhor parte"?", perguntou Francisco. "É escutar as
palavras de Jesus. O Evangelho diz: "Maria, sentada aos pés do Senhor,
escutava a sua palavra". Observemos: ela não ouvia de pé, fazendo outra
coisa, mas sentou-se aos pés de Jesus. Ela entendeu que Ele não é um hóspede
como os outros. À primeira vista, parece que Ele veio para receber, porque
precisa de comida e abrigo. Na realidade, o Mestre veio nos dar a si mesmo
através de sua palavra."
A palavra de Jesus não é abstrata,
é um ensinamento que toca e molda a vida, a transforma, a liberta da opacidade
do mal, satisfaz e infunde uma alegria que não passa: a palavra de Jesus é a
melhor parte, a que Maria escolheu. É por isso que Maria lhe dá o primeiro
lugar: ela para e escuta. O resto virá depois. Isso não diminui o valor do
compromisso prático, mas ele não deve preceder, mas fluir da escuta da palavra
de Jesus, deve ser animado pelo seu Espírito. Caso contrário, se reduz a uma
correria e agitação pelas muitas coisas, se reduz a um ativismo estéril.
Como estamos no período de
férias na Europa, o Papa convidou a aproveitar este tempo " parar e
escutar Jesus". "Hoje é cada vez mais difícil encontrar momentos
livres para meditar. Para muitas pessoas, o ritmo de trabalho é frenético,
exaustivo", disse ainda Francisco, acrescentando:
O período de verão também
pode ser precioso para abrir o Evangelho e lê-lo lentamente, sem pressa, uma
passagem a cada dia, uma pequena passagem do Evangelho. Isso nos faz entrar
nessa dinâmica de Jesus. Deixemo-nos interpelar por essas páginas,
perguntando-nos como vai a nossa vida, a minha vida, se a minha vida está de
acordo com o que Jesus diz ou não tanto. Em particular, perguntemo-nos: quando
começo o dia, mergulho de cabeça nas coisas para fazer, ou primeiro busco
inspiração na Palavra de Deus?
Segundo o Pontífice,
"às vezes, começamos o dia automaticamente, fazendo, como as galinhas.
Não! Devemos começar o dia, primeiro, olhando para o Senhor, lendo sua palavra
breve, mas que esta seja a inspiração do dia. Se pela manhã sairmos de casa com
uma palavra de Jesus na mente, certamente o dia ganhará um tom marcado por essa
palavra, que tem o poder de orientar nossas ações de acordo com o que o Senhor
quer". "Que a Virgem Maria nos ensine a escolher a melhor parte, que
jamais nos será tirada", concluiu o Papa.
Mariangela Jaguraba
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Assista:
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Francisco recordou que no
próximo domingo irá ao Canadá, viagem que o Papa espera "possa contribuir
para o caminho de cura e reconciliação já empreendido".
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Encontro do Papa Francisco com delegações dos povos indígenas do Canadá (01/04/2022) |
No final da oração do
Angelus deste domingo (17/07), o Papa Francisco recordou que, no próximo
domingo (24/07), terá início sua 38ª viagem apostólica que o levará ao Canadá,
de 24 a 30 de julho. Francisco visitará as cidades de Edmonton, Maskwacis,
Québec e Iqaluit.
Francisco se dirigiu aos
canadenses, dizendo que estará entre eles "sobretudo em nome de Jesus para
encontrar e abraçar os povos indígenas".
Infelizmente, no Canadá,
muitos cristãos, incluindo alguns membros de institutos religiosos,
contribuíram para as políticas de assimilação cultural que, no passado,
prejudicaram gravemente, de várias maneiras, as comunidades nativas. Por essa
razão, recebi recentemente no Vaticano alguns grupos, representantes dos povos
indígenas, aos quais manifestei minha tristeza e minha solidariedade pelo mal
que sofreram. Agora estou me preparando para fazer uma peregrinação
penitencial, que espero, com a graça de Deus, possa contribuir para o caminho
de cura e reconciliação já empreendido. Agradeço-lhes desde agora por todo o trabalho
de preparação e pelo acolhimento que me reservarão. Obrigado a todos! E
peço-lhes que me acompanhem com oração.
Mariangela Jaguraba
.................................................................................................................................................. Fonte: vaticannews.va
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