testemunhas da vida em Cristo
Com o tema: “Cristo Vive! Somos suas
testemunhas” e no lema: “Eu
vi o Senhor!” (Jo 20,18), a
Igreja no Brasil vive o mês
de agosto como Mês Vocacional. Todas as vocações serão
lembradas, rezadas e celebradas neste mês
de agosto: a vocação presbiteral, no
primeiro domingo, com o “Dia do Padre”, a vocação ao matrimônio, no segundo
domingo, com o “Dia dos Pais”, a vocação à vida religiosa, no terceiro domingo,
dia dos religiosos e religiosas, e a vocação dos leigos e leigas, com o dia do
catequista, no quarto domingo.
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Dom Jaime |
A vocação é o resultado da vontade de Deus
de “sair” de si para dar-se a outro ser. Nisto consiste a relação: Deus quer
unir-se a outro ser que não Ele mesmo. Isso é universal Nós participamos dessa
ação universal e unitária do projeto de Deus: Deus cria para unir-se ao criado.
Cria por amor. E isso, com todas as consequências: de fato, se por um lado não
aceitamos o “Pan-teísmo”, isto é, não consideramos que tudo é Deus, por outro
lado, proclamamos um “Pan-en-teísmo”, isto é, Deus em todas as coisas, justamente
por Ele ser o criador, manifestando com isso que Ele cria para estar unido ao
criado. A vocação é um caminho a percorrer, da provisoriedade do efêmero à
completude do definitivo. No efêmero já somos envolvidos pelo Mistério amoroso
e misericordioso do nosso Deus. Vocação é vivência na fé, na esperança e na
caridade, especialmente a caridade, por aquilo que já nos exortou o Apóstolo
(cf. 1Cor 13,13). Somos chamados a fazer experiência desse Mistério, cuja
manifestação se deu em Jesus Cristo, Filho de Deus que se fez carne, assumiu
nossa condição, experimentou nossa dor, sofreu a morte, mas ressuscitou. A
vocação, portanto, nos coloca numa relação com o Vivente, com seu Espírito,
Senhor que dá a vida. Quando respondemos sim ao chamado nos tornamos suas testemunhas.
E esse chamado é para todos os batizados e batizadas.
Trata-se de uma vivência de amor. Ele nos
chama para dar-nos o seu amor. O amor de Deus, que é Deus mesmo, estabelece uma
união, misteriosa sim, mas real. Claro, é uma união diferente da “união
hipostática”, o que acontece na Encarnação do Verbo, mas uma união com a mesma
vida de Deus. Deus e nós, uma comunidade de amor, reflexo daquela que é a
melhor comunidade, a Santíssima Trindade. Portanto, vocação, chamado dirigido a
todos, é a experiência da intimidade divina, da santidade de Deus em nossa
vida, da espiritualidade que não significa cuidado com a alma e desprezo pelo
corpo, mas cuidado com a pessoa inteira, na unidade de corpo e alma, espírito e
matéria. Deus nos chama a fazer parte de sua vida, a entrar na sua relação de
Pai e Filho e Espírito Santo.
Deixemos que a oração do mês vocacional
fale aos nossos corações. Com ela quero expressar meu desejo de que neste mês
de agosto todos se sintam chamados a ser testemunhas do amor e se proclamem
esse amor a todos: “Ó Deus de infinita bondade, que sempre nos acompanhais em
nossa caminhada sinodal, sede força e proteção para aqueles que realizam seu
itinerário de discernimento vocacional. Inspirados no projeto de vida de tantos
santos e santas, possamos dar testemunho de fé, afirmando: “Eu vi o Senhor!”
Configurai nossos corações a Cristo Bom Pastor, a fim de que nossos propósitos
e ações possam sempre indicar que: “Cristo Vive! Somos suas testemunhas.” Que o
Espírito Santo nos ilumine e que, em nossa missão evangelizadora, saibamos
transbordar de afeto, ternura e compaixão. Olhai e acompanhai vossos filhos e
filhas, para que, a exemplo de nossa querida Mãe Maria, tenhamos a
sensibilidade de nos colocar à disposição da promoção de uma cultura vocacional
na Igreja e na sociedade. Isto vos suplicamos, ó Pai, por intermédio de vosso
Filho Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo. AMÉM”.
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