sexta-feira, 8 de julho de 2022

15º Domingo do Tempo Comum:

Leituras e Reflexão

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1ª Leitura:  Dt 30,10-14

Leitura do Livro do Deuteronômio:

Moisés falou ao povo, dizendo: Ouve a voz do Senhor, teu Deus, e observa todos os seus mandamentos e preceitos, que estão escritos nesta lei. Converte-te para o Senhor teu Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma.

Na verdade, este mandamento que hoje te dou não é difícil demais, nem está fora do teu alcance. Não está no céu, para que possas dizer: ‘Quem subirá ao céu por nós para apanhá-lo? Quem no-lo ensinará para que o possamos cumprir?’

Nem está do outro lado do mar, para que possas alegar: ‘Quem atravessará o mar por nós para apanhá-lo? Quem no-lo ensinará para que o possamos cumprir?’

Ao contrário, esta palavra está ao teu alcance, está em tua boca e em teu coração, para que a possas cumprir.

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Responsório: Sl 18B
- Os preceitos do Senhor são precisos, alegria ao coração.
- Os preceitos do Senhor são precisos, alegria ao coração.

- A lei do Senhor Deus é perfeita,/ conforto para a alma!/ O testemunho do Senhor é fiel,/ sabedoria dos humildes.

- Os preceitos do Senhor são precisos,/ alegria ao coração./ O mandamento do Senhor é brilhante,/ para os olhos é uma luz.

- É puro o temor do Senhor,/ imutável para sempre./ Os julgamentos do Senhor são corretos/ e justos igualmente.

- Mais desejáveis do que o ouro são eles,/ do que o ouro refinado./ Suas palavras são mais doces que o mel,/ que o mel que sai dos favos.

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2ª Leitura: Cl 1,15-20

Leitura da Carta de São Paulo aos Colossenses:

Cristo é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação, pois, por causa dele, foram criadas todas as coisas, no céu e na terra, as visíveis e as invisíveis, tronos e dominações, soberanias e poderes. Tudo foi criado por meio dele e para ele.

Ele existe antes de todas as coisas e todas têm nele a sua consistência.é a Cabeça do corpo, isto é, da Igreja. Ele é o Princípio, o Primogênito dentre os mortos; de sorte que em tudo ele tem a primazia, porque Deus quis habitar nele com toda a sua plenitude e por ele reconciliar consigo todos os seres, os que estão na terra e no céu, realizando a paz pelo sangue da sua cruz.

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Evangelho: Lc 10,25-37

Proclamação do Evangelho de São Lucas:

Naquele tempo, um mestre da Lei se levantou e, querendo pôr Jesus em dificuldade, perguntou: “Mestre, que devo fazer para receber em herança a vida eterna?”

Jesus lhe disse: “O que está escrito na Lei? Como lês?” Ele então respondeu: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e com toda a tua alma, com toda a tua força e com toda a tua inteligência; e ao teu próximo como a ti mesmo!”

Jesus lhe disse: “Tu respondeste corretamente. Faze isso e viverás”.

Ele, porém, querendo justificar-se, disse a Jesus: “E quem é o meu próximo?”

Jesus respondeu: “Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu na mão de assaltantes. Estes arrancaram-lhe tudo, espancaram-no, e foram-se embora, deixando-o quase morto.

Por acaso, um sacerdote estava descendo por aquele caminho. Quando viu o homem, seguiu adiante, pelo outro lado.

O mesmo aconteceu com um levita: chegou ao lugar, viu o homem e seguiu adiante, pelo outro lado.

Mas um samaritano, que estava viajando, chegou perto dele, viu e sentiu compaixão. Aproximou-se dele e fez curativos, derramando óleo e vinho nas feridas. Depois colocou o homem em seu próprio animal e levou-o a uma pensão, onde cuidou dele. No dia seguinte, pegou duas moedas de prata e entregou-as ao dono da pensão, recomendando: ‘Toma conta dele! Quando eu voltar, vou pagar o que tiveres gasto a mais’”.

E Jesus perguntou: “Na tua opinião, qual dos três foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?” Ele respondeu: “Aquele que usou de misericórdia para com ele”. Então Jesus lhe disse: “Vai e faze a mesma coisa”.

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Reflexão do padre Johan Konings:

Amor ao próximo - solidariedade 

Os profetas de Israel teceram os mais sublimes elogios à Lei de Deus. Aliás, o termo “lei” traduz mal o que a Bíblia hebraica chama a torah; melhor seria traduzir por “instrução” ou “ensinamento”. Era um caminho de vida (1ª leitura). Mesmo assim, havia quem achasse a Lei complicada e procurasse um resumo ou pelo menos um mandamento-chave que por assim dizer resumisse a Lei. A pergunta foi feita também a Jesus, e ele respondeu, sem hesitar: “Amar a Deus com todas as forças e ao próximo como a si mesmo” (evangelho). O amor ao próximo é o dever número um do cristão. S. Paulo (Gl 5,13) e S. Tiago (Tg 2,8) resumem toda a moral cristã neste único mandamento. S. João nos diz que é impossível amar a Deus sem amar ao irmão (1Jo 4,21). Não se pode amar ao Pai sem amar os filhos. Mas o que é amar? E quem são nossos próximos?

Depois de interpelar Jesus a respeito do primeiro mandamento, o mestre da Lei pergunta quem é o próximo. Jesus não lhe dá uma resposta direta. Conta-lhe a história do bom samaritano. Os judeus não consideravam os samaritanos como “próximos”, como candidatos à sua solidariedade. Eram inimigos de sua comunidade. Os membros da comunidade judaica, a esses era preciso “amá-los como a si mesmo” (Lv 19,18), e o mesmo valia com relação aos estrangeiros vivendo no meio dos judeus (Lv 19,35). Mas os samaritanos não. Ora, exatamente um samaritano torna-se solidário com um judeu jogado à beira da estrada, depois que dois ilustres “próximos” judeus, um sacerdote e um levita, deram uma volta para não se incomodar com o compatriota assaltado …

Jesus não respondeu diretamente ao mestre da lei, porque a questão não é descobrir quem é e quem não é próximo. Coração generoso se torna próximo de qualquer um que precisa; a melhor maneira de ter amigos é ser amigo. A questão também não é teórica, mas prática. Na prática esquecemos a parábola de Jesus e fazemos como o sacerdote e o levita: afastamo-nos do necessitado, mesmo se pertence à nossa comunidade, e não “nos aproximamos” dele. Tornar-se próximo é ser solidário. Somos solidários com os que vivem na margem da estrada de nossa sociedade? Mesmo quando damos uma esmola a um coitado, não é para nos desviarmos dele? “Vai e faze a mesma coisa” … Imitar o samaritano exige solidariedade, assumir a vida do outro, não se livrar dele. Torná-lo um irmão, pois este é o sentido verdadeiro da palavra “próximo”.

Como está a solidariedade nesse tempo em que a doutrina da competição, do lucro e do proveito ilimitado solapou o tecido social, as relações de gratuidade entre as pessoas?

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PE. JOHAN KONINGS nasceu na Bélgica em 1941, onde se tornou Doutor em Teologia pela Universidade Católica de Lovaina, ligado ao Colégio para a América Latina (Fidei Donum). Veio ao Brasil, como sacerdote diocesano, em 1972. Em 1985 entrou na Companhia de Jesus (Jesuítas) e, desde 1986, atuou como professor de exegese bíblica na FAJE, Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Faleceu no dia 21 de maio de 2022. Este comentário é do livro “Liturgia Dominical, Editora Vozes.

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Reflexão em vídeo de Frei Gustavo Medella:


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                                            Reflexões e ilustração: franciscanos.org.br        Banner: cnbb.com.br

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