quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Leia e reflita:

A imagem da Igreja como carro
"Na ação evangelizadora da Igreja as 4 rodas precisam girar juntas, no mesmo ritmo; do contrário, o carro não irá para lugar nenhum"
As Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2019-2023 cunharam a imagem da Igreja como CASA com 4 pilares: Palavra, Pão, Caridade e Missão.
Ouso apresentar, aqui, outra imagem, que me parece também bastante fiel à identidade da Igreja que, por natureza, é missionária, precisa estar sempre em movimento, ser uma Igreja em saída: a imagem do CARRO de 4 rodas, que correspondem aos 4 pilares da evangelização.
Assim sendo, no carro da Igreja, a roda da Palavra e a roda do Pão estão na frente; a roda da Caridade e a roda da Missão estão atrás. Por quê? Por que, na ação evangelizadora, o anúncio da Palavra e a celebração da fé vêm por primeiro, mas sempre acompanhados da caridade fraterna e do espírito missionário, que são compromissos de todo batizado.
Dom Antônio Carlos Félix
No carro da Igreja como Comunidade Missionária, Jesus é o Motorista, é Ele quem conduz o carro, mas todos os batizados são motoristas e passageiros, ao mesmo tempo, pois todos estão a caminho rumo à Casa do Pai e são chamados a se desinstalar continuamente e a sair de si em direção a Deus e ao próximo. O cristão é chamado em todo momento a amar a Deus sobre todas as coisas e a amar ao próximo, como Jesus nos amou, por amor a Deus.
Na ação evangelizadora da Igreja as 4 rodas precisam girar juntas, no mesmo ritmo; do contrário, o carro não irá para lugar nenhum, ficará girando em torno de si mesmo. O correto é que as 4 rodas se movimentem para frente e avancem, ao mesmo tempo; se elas giram para trás, retrocedem. Lamentavelmente isso acontece muitas vezes. A história da Igreja mostra claramente que a evangelização está marcada por avanços e retrocessos.
Ora, se valoriza demais a Palavra e o Pão e se esquece da Caridade e da Missão. Ora, se valoriza a Missão sem ter como fundamento a Palavra. Ora, se anuncia a Palavra sem ser fiel à Revelação. Ora, se celebra o Pão, mas se esquece dos famintos e das causas da fome no mundo. Aliás, tudo isso é o que mais tem acontecido em nosso tempo.
Portanto, é preciso saber que Palavra está sendo anunciada pela Igreja à humanidade: A Palavra eterna de Deus, que se encarnou no ventre da Virgem Maria, que recebeu o nome de Jesus, que viveu essa vida terrena igual a nós em tudo, menos no pecado, que passou a vida fazendo o bem, que foi fiel à vontade do Pai até o fim e que, por muito nos amar, entregou a sua vida por nós na Cruz, por causa dos nossos pecados e para nossa salvação? Ou a palavra que ignora o Mistério da Cruz, que seleciona as passagens da escritura que mais convém e que prega a cura de todo mal e a prosperidade material e econômica como sinal da bênção divina?
É preciso saber que Pão a Igreja está oferecendo à humanidade: O Pão da Vida, que é Jesus Cristo, Crucificado e Ressuscitado, que exige de nós amor, compaixão, comunhão, partilha, serviço, fraternidade, solidariedade, gratuidade, humildade, generosidade, que deve ser adorado na Eucaristia, recebido na Comunhão e venerado nos Pobres? Ou o pão de um devocionismo eucarístico alienante, que sobrepõe a adoração de Jesus na Hóstia consagrada à própria comunhão eucarística e que o faz sem um autêntico compromisso para ajudar os mais necessitados e para diminuir as causas da fome e da miséria no mundo?
É preciso saber o que entendemos por Caridade: A doação de si mesmo, como o fez Jesus, por amor a Deus e pelo bem do próximo, sem discriminar ninguém? Ou a doação de bens materiais, para ficar com a consciência tranquila, ainda que seja para ficar livre do pobre? A verdadeira Caridade exige doação, compaixão, compreensão, perdão e correção.
É preciso saber o que entendemos por Missão: Uma dimensão da Evangelização? Ou o eixo que perpassa toda a ação evangelizadora da Igreja? A missão de evangelizar é de toda a Igreja e de cada cristão, em todo tempo e lugar. Nesse sentido, todos somos evangelizadores e todos precisamos ser evangelizados. Ninguém é só sujeito ou só destinatário da Evangelização.
                      Dom Antônio Carlos Félix - Bispo Diocesano de Governador Valadares - MG
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