sexta-feira, 31 de maio de 2019

30ª Viagem Apostólica do Papa Francisco:

Papa encontra
grupo de sem-teto antes de partir para a Romênia
Francisco saúda os jornalistas no voo papal e recebe desenhos de presente desenho feito por crianças ciganas.
Cidade do VaticanoAntes de sair do Vaticano, por volta das 7h30, o Papa Francisco encontrou um grupo de 15 sem-teto de origem romena. Eles estavam acompanhados pelo Esmoler Apostólico, cardeal Konrad Krajewski. Alguns deles são hóspedes da casa de acolhida  “Dom da Misericórdia”, outros vivem nas proximidades do Vaticano, sendo assistidos pela Esmolaria Apostólica.
Voo papal 
Um livro com as memórias do card. Iuliu Hossu, vítima do comunismo que será beatificado pelo Papa, foi doado ao pontífice pelos jornalistas romenos no voo papal, enquanto o jornalista húngaro doou a Francisco um desenho feito por crianças ciganas e uma camiseta da seleção nacional de futebol húngara, com o número 10 e o nome 'Francesco' nas costas. Tanto os ciganos como os húngaros estão entre as minorias na Romênia que o Papa Francisco encontrará nesta viagem.
"Obrigado pelo trabalho de vocês e pela companhia", disse Francisco dirigindo-se aos jornalistas e saudando-os um a um pessoalmente.
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Francisco chega a Bucareste
A viagem apostólica do Papa Francisco à Romênia, a 30ª do seu Pontificado, começa na capital do país. A alegria de católicos e ortodoxos.
Vinte anos depois de João Paulo II, o Papa retorna à Romênia. Francisco visitará não só Bucareste, como ocorreu com Wojtyla, mas também diferentes regiões, cada uma com a sua própria história e cultura, onde encontrará as diferentes comunidades católicas. Um país com uma maioria ortodoxa, em que os católicos são cerca de 7%.
Francisco chega a um país que saiu do comunismo 30 anos atrás, que desde 2007 faz parte da União Europeia, e neste semestre tem a Presidência da União Europeia; um país que olha para o futuro. Este primeiro dia será todo dedicado a Bucareste, a "pequena Paris", assim chamada por causa dos belos edifícios do centro em estilo “liberty” e “art nouveau”. Uma cidade vivaz que recebe Francisco. Nas largas avenidas arborizadas ao longo caminho que do aeroporto leva o Papa até o coração da capital, bandeiras do Vaticano e da Romênia, e o povo que o espera.
O avião papal tocou terra às 05h09, hora de Brasília, 11h09 na Romênia. Francisco foi recebido pelo Presidente da Romênia, Klaus Werner Iohannis, de uma antiga família de saxões da Transilvânia, e sua esposa. Estes primeiros momentos serão marcados pela cerimônia de boas-vindas no complexo do Palácio Presidencial, ao Palácio Cotroceni, pela visita de cortesia ao Presidente, pelo encontro com a primeira-ministra da Romênia, Vasilica Viorica Dancila e, posteriormente, com as autoridades, a sociedade civil e o Corpo Diplomático.
A alegria da Igreja Ortodoxa
O ecumenismo será uma das características essenciais do dia de hoje e entrando no vivo depois do almoço, quando o Papa irá ao Patriarcado Ortodoxo Romeno, onde João Paulo II também esteve com Teoctistas. Um acontecimento esse que permaneceu no coração e na história, tanto que uma placa recorda o evento. A acolher Francisco será o Patriarca da Igreja Ortodoxa romena, Daniel, estimado teólogo, que também estudou em Estrasburgo e Friburgo. Em seguida, o encontro com o Sínodo permanente, um dos mais altos órgãos de decisão da Igreja Ortodoxa romena. Momento importante, também para os fiéis, será a Oração do Pai Nosso na nova catedral ortodoxa, a Catedral da Salvação do Povo, inaugurada em novembro passado e ainda não concluída, com medidas imponentes e uma esplêndida iconóstase no seu interior. O Patriarcado fez um forte convite a todos  para participarem do evento, como confirmado por Ionut Mavrichi, arquidiácono e vice-diretor do gabinete de imprensa do Patriarcado Ortodoxo. "O Papa é bem-vindo à Romênia", disse, sublinhando que a Igreja Ortodoxa partilha a alegria da Igreja Católica pela visita de Francisco e recordando que a mensagem cristã de paz e unidade, de que a Europa precisa, pode contribuir para o futuro da sociedade.
O abraço da comunidade católica
O dia terminará com um encontro com a comunidade católica na catedral de São José, construída a partir de meados do século XIX. No interior, as relíquias do Beato Vladimir Ghika, sacerdote e mártir, e de São João Paulo II. O abraço com os fiéis católicos encerrará, portanto, este primeiro intenso dia de Francisco na Romênia, o "jardim da Mãe de Deus", como a chamou também João Paulo II, tão querida ao povo romeno. Hoje o povo romeno recebe novamente o Papa, que chega como peregrino "para caminhar junto com os irmãos da Igreja Ortodoxa Romena e com os fiéis católicos".
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Assista:
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Papa na Romênia:
Uma sociedade é civil quando cuida dos mais pobres
Em seu primeiro discurso em terras romenas, o Pontífice recordou a visita de São João Paulo II que esteve no país há 20 anos, e afirmou que a Igreja Católica quer se colocar ao serviço da dignidade e do bem comum.
Cidade do Vaticano O Papa Francisco deixou o Vaticano, na manhã desta sexta-feira (31/5), para mais uma Viagem Apostólica do seu Pontificado, é a sua 30ª viagem, que o leva à Romênia.
Papa faz discurso às Autoridades na Romênia
Confira o texto inegral do primeiro discurso do Papa Francisco na Romênia. No encontro com as Autoridades recordou a visita de São João Paulo II que esteve no país há 20 anos, e afirmou que a Igreja Católica quer se colocar ao serviço da dignidade e do bem comum
Depois da acolhida no aeroporto de Bucareste o Papa fez uma visita de cortesia ao Presidente romeno Klaus Werner Iohannis no Palácio presidencial, local do encontro com as Autoridades, a Sociedade civil, os Representantes de várias confissões religiosas e o Corpo Diplomático.
Após as palavras de boas-vindas do Presidente, o Papa Francisco pronunciou seu discurso expressando sua alegria:
“Estou feliz por me encontrar nesta "ţară frumoasă, terra formosa, vinte anos depois da visita de São João Paulo II e no semestre em que a Romênia – pela primeira vez desde que começou a fazer parte da União Europeia – preside ao Conselho Europeu”
Depois de lembrar dos 30 anos passados desde que a Romênia se libertou do regime que oprimia a liberdade civil e religiosa, o Papa elogiou a reconstrução e o trabalho feito através “do pluralismo das forças políticas e sociais e do seu diálogo mútuo através do reconhecimento fundamental da liberdade religiosa e da plena integração do país no mais amplo cenário internacional”.
Fenômeno da emigração
Porém continuou Francisco,
“É preciso reconhecer que as transformações, tornadas necessárias pela abertura de uma nova era, acarretaram consigo – juntamente com as conquistas positivas – o aparecimento de inevitáveis obstáculos que se devem superar e de consequências para a estabilidade social e a própria administração do território nem sempre fáceis de gerir”
Neste ponto recordou o fenômeno da emigração da população à procura de novas oportunidades de trabalho, levando ao “despovoamento de muitas localidades” que pesa inevitavelmente “na qualidade de vida em tais terras e enfraquecimento das raízes culturais e espirituais que sustentam nas adversidades”.
Caminhar juntos
Para enfrentar estes problemas, afirma o Papa “é preciso aumentar a colaboração positiva das forças políticas, econômicas, sociais e espirituais"
“É necessário caminhar juntos e que todos se comprometam, convictamente, a não renunciar à vocação mais nobre a que deve aspirar um Estado: ocupar-se do bem comum do seu povo”
“Assim – continua o Pontífice – pode-se construir uma sociedade inclusiva, na qual cada um, disponibilizando os seus próprios talentos e competências (…) se torne protagonista do bem comum”. De fato, conclui “quanto mais uma sociedade se dedica aos mais desfavorecidos, tanto mais se pode dizer verdadeiramente civil”.
E para alcançar estes objetivos: "É preciso que tudo isto tenha uma alma, um coração e uma direção clara de marcha, imposta, (…) pela consciência da centralidade da pessoa humana e dos seus direitos inalienáveis”. E o Papa continua “para um desenvolvimento sustentável harmonioso (…) não é suficiente atualizar as teorias econômicas, nem bastam – apesar de necessárias – as técnicas e capacidades profissionais. Com efeito, trata-se de desenvolver, juntamente com as condições materiais, a alma de todo o povo”.
A Igreja Católica quer dar a sua contribuição
“Neste sentido as Igrejas cristãs podem ajudar a reencontrar e alentar o coração pulsante de onde fazer fluir uma ação política e social que parta da dignidade da pessoa e leve a empenhar-se, leal e generosamente, pelo bem comum da coletividade”
Por fim, falando do trabalho das Igrejas cristãs esclarece que “a Igreja Católica quer colocar-se neste sulco, quer dar a sua contribuição para a construção da sociedade, deseja ser sinal de harmonia, esperança de unidade e colocar-se ao serviço da dignidade humana e do bem comum”.
O Papa concluiu o seu discurso desejando à Romênia “paz e prosperidade” e invocando sobre “toda a população abundância de bênçãos divinas”.
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Texto integral do discurso do Papa Francisco
no encontro com as Autoridades na Romênia
Senhor Presidente,
Senhora Primeiro-Ministro,
Beatitude,
Ilustres Membros do Corpo Diplomático,
Distintas Autoridades,
Representantes das várias Confissões Religiosas e da sociedade civil,
Queridos irmãos e irmãs!
Dirijo uma cordial saudação e os meus agradecimentos ao senhor Presidente e à senhora Primeiro-Ministro pelo convite para visitar a Roménia e as amáveis expressões de boas-vindas que o senhor Presidente me dirigiu em nome próprio e também das outras autoridades da nação e do vosso amado povo. Saúdo os membros do Corpo Diplomático e os expoentes da sociedade civil aqui reunidos.
Com deferência, apresento as minhas saudações a Sua Beatitude o Patriarca Daniel, estendendo-as aos Metropolitas e Bispos do Santo Sínodo e a todos os fiéis da Igreja Ortodoxa Romena. Saúdo com afeto os Bispos, sacerdotes, religiosos, religiosas e todos os membros da Igreja Católica, que venho confirmar na fé e encorajar no seu caminho de vida e testemunho cristãos.
Estou feliz por me encontrar na vossa ţară frumoasă [terra formosa], vinte anos depois da visita de São João Paulo II e no semestre em que a Roménia – pela primeira vez desde que começou a fazer parte da União Europeia – preside ao Conselho Europeu.
Trata-se dum momento propício para uma vista de conjunto aos trinta anos passados desde que a Roménia se libertou dum regime que oprimia a sua liberdade civil e religiosa e a isolava dos outros países europeus levando-a também à estagnação da sua economia e ao exaurimento das suas forças criativas. Durante este período, a Roménia empenhou-se na construção dum projeto democrático através do pluralismo das forças políticas e sociais e do seu diálogo mútuo, através do reconhecimento fundamental da liberdade religiosa e da plena integração do país no mais amplo cenário internacional. É importante reconhecer os numerosos passos realizados neste caminho, mesmo no meio de grandes dificuldades e privações. A vontade de progredir nos vários campos da vida civil, social e científica pôs em movimento tantas energias e projetação, libertou inúmeras forças criativas que antes estavam prisioneiras e deu novo impulso às múltiplas iniciativas empreendidas, transportando o país para o século XXI. Encorajo-vos a prosseguir no trabalho de consolidar as estruturas e as instituições que são necessárias não só para dar resposta às justas aspirações dos cidadãos, mas também para estimular o vosso povo permitindo-lhe expressar todo o potencial e engenho de que sabemos ser capaz.
Ao mesmo tempo é preciso reconhecer que as transformações, tornadas necessárias pela abertura duma nova era, acarretaram consigo – juntamente com as conquistas positivas – o aparecimento de inevitáveis obstáculos que se devem superar e de consequências para a estabilidade social e a própria administração do território nem sempre fáceis de gerir. Penso, em primeiro lugar, no fenómeno da emigração, que envolveu vários milhões de pessoas que deixaram a casa e a pátria à procura de novas oportunidades de trabalho e duma vida digna. Penso no despovoamento de tantas aldeias, que em poucos anos viram partir uma parte considerável dos seus habitantes; penso nas consequências que tudo isto pode ter sobre a qualidade da vida em tais terras e no enfraquecimento das vossas raízes culturais e espirituais mais ricas que vos sustentaram nas adversidades. Presto homenagem aos sacrifícios de tantos filhos e filhas da Roménia que enriquecem os países para onde emigraram, com a sua cultura, o seu património de valores e o seu trabalho e, com o fruto do seu empenho, ajudam a família que ficou na própria pátria.
Para enfrentar os problemas desta nova fase histórica, individuar soluções eficazes e encontrar a força para as concretizar, é preciso aumentar a colaboração positiva das forças políticas, económicas, sociais e espirituais; é necessário caminhar juntos e que todos se comprometam, convictamente, a não renunciar à vocação mais nobre a que deve aspirar um Estado: ocupar-se do bem comum do seu povo. Caminhar juntos, como forma de construir a história, requer a nobreza de renunciar a algo da própria visão ou do próprio interesse específico em favor dum desígnio mais amplo, de modo a criar uma harmonia que permita avançar seguros rumo a objetivos compartilhados.
Assim, pode-se construir uma sociedade inclusiva, na qual cada um, disponibilizando os seus próprios talentos e competências através duma educação de qualidade e dum trabalho criativo, participativo e solidário (cf. Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium, 192), se torne protagonista do bem comum; uma sociedade onde os mais fracos, os mais pobres e os últimos sejam vistos, não como indesejados nem como obstáculos que impedem a «máquina» de singrar, mas como cidadãos e irmãos que se hão de inserir a pleno título na vida civil; mais, temos neles o melhor aferimento da real bondade do modelo de sociedade que se está a construir: com efeito, quanto mais uma sociedade toma a peito a sorte dos mais desfavorecidos, tanto mais se pode dizer verdadeiramente civil.
É preciso que tudo isto tenha uma alma, um coração e uma direção clara de marcha, imposta, não por considerações extrínsecas nem pelo crescente poder dos centros da alta finança, mas pela consciência da centralidade da pessoa humana e dos seus direitos inalienáveis (cf. ibid., 203). Para um desenvolvimento sustentável harmonioso, para a implementação concreta da solidariedade e da caridade, para a sensibilização das forças sociais, civis e políticas ao bem comum, não é suficiente atualizar as teorias econômicas, nem bastam – apesar de necessárias – as técnicas e capacidades profissionais. Com efeito, trata-se de desenvolver, juntamente com as condições materiais, a alma do vosso povo.
Neste sentido, as Igrejas cristãs podem ajudar a reencontrar e alentar o coração pulsante donde fazer fluir uma ação política e social que parta da dignidade da pessoa e leve a empenhar-se, leal e generosamente, pelo bem comum da coletividade. Ao mesmo tempo, as Igrejas cristãs esforçam-se por se tornar um reflexo credível e um testemunho fascinante da ação de Deus, promovendo entre si uma verdadeira amizade e colaboração. A Igreja Católica quer colocar-se neste sulco, quer dar o seu contributo para a construção da sociedade, deseja ser sinal de harmonia, esperança de unidade e colocar-se ao serviço da dignidade humana e do bem comum. Pretende colaborar com as autoridades, com as outras Igrejas e com todos os homens e mulheres de boa vontade para caminhar juntos e pôr os próprios talentos ao serviço de toda a comunidade. A Igreja Católica não é estranha, mas plenamente participante do espírito nacional, como mostra a participação dos seus fiéis na formação do destino da nação, na criação e desenvolvimento de estruturas de educação integral e formas de assistência próprias dum Estado moderno. Por isso deseja dar o seu contributo para a construção da sociedade e da vida civil e espiritual na vossa formosa terra da Roménia.
Senhor Presidente, ao formular votos de prosperidade e paz para a Roménia, invoco sobre a sua pessoa e família, sobre os presentes bem como sobre toda a população do país a abundância das bênçãos divinas.
Deus abençoe a Romênia!
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Francisco encontra o
Sínodo permanente da Igreja Ortodoxa Romena
Confira na íntegra o discurso do Papa Francisco por ocasião do encontro com o Sínodo Permanente da Igreja Ortodoxa Romena
Encontro com o Patriarca Daniel e o Sínodo Permanente da Igreja Ortodoxa
(Bucareste – Patriarcado Ortodoxo, 31 de maio de 2019)
Beatitude, venerados Metropolitas e Bispos do Santo Sínodo,
Cristos a înviat! [Cristo ressuscitou!] A ressurreição do Senhor é o coração da proclamação apostólica, transmitida e guardada pelas nossas Igrejas. No dia de Páscoa, os Apóstolos ficaram cheios de alegria ao ver o Ressuscitado (cf. Jo 20, 20). Neste tempo de Páscoa, rejubilo também eu ao contemplar um reflexo disso mesmo nos vossos rostos, queridos Irmãos. Há vinte anos, diante deste Sínodo, disse o Papa João Paulo II: «Vim contemplar o Rosto de Cristo esculpido na vossa Igreja; vim venerar este Rosto sofredor, penhor duma esperança renovada» [Discurso ao Patriarca Teoctist e ao Santo Sínodo, 8/V/1999, n. 3: Insegnamenti di Giovanni Paolo II XXII/1 (1999), 938]. Também eu, desejoso de ver o rosto do Senhor no rosto dos irmãos, vim aqui, peregrino, para vos ver; de coração, agradeço a vossa receção.
Os vínculos de fé que nos unem, remontam aos Apóstolos, testemunhas do Ressuscitado, em particular ao laço que unia Pedro e André, o qual – segundo a tradição – trouxe a fé a estas terras. Irmãos de sangue (cf. Mc 1, 16), foram-no também e de forma singular ao derramarem o seu sangue pelo Senhor. Lembram-nos que existe uma fraternidade do sangue que nos antecede e que ao longo dos séculos, como uma silenciosa corrente vivificante, nunca cessou de irrigar e sustentar o nosso caminho.
Aqui – como em tantos outros lugares, nos nossos dias – experimentastes a Páscoa de morte e ressurreição: muitos filhos e filhas deste país, de várias Igrejas e comunidades cristãs, sofreram a sexta-feira da perseguição, atravessaram o sábado do silêncio, viveram o domingo do renascimento. Quantos mártires e confessores da fé! Em tempos recentes, muitos de diferentes Confissões encontraram-se lado a lado nas prisões, sustentando-se mutuamente. O seu exemplo está hoje diante de nós e das novas gerações que não conheceram aquelas condições dramáticas. Aquilo por que sofreram, até dar a vida, é uma herança demasiado preciosa para ser esquecida ou aviltada. E é uma herança comum, que nos chama a não nos distanciarmos do irmão que a partilha. Unidos a Cristo no sofrimento e na aflição, unidos por Cristo na Ressurreição, para que «também nós caminhemos numa vida nova» (Rm 6, 4).
Beatitude, Irmão querido, há vinte anos o encontro entre os nossos Predecessores foi um dom pascal, um acontecimento que contribuiu não só para o reflorescimento das relações entre ortodoxos e católicos na Roménia, mas também para o diálogo entre católicos e ortodoxos em geral. Aquela viagem – a primeira que um bispo de Roma dedicava a um país de maioria ortodoxa – abriu o caminho para outros eventos semelhantes. O meu pensamento dirige-se para o Patriarca Teoctist, de grata memória. Como não recordar o grito «unitate, unitate!» que se levantou, espontâneo, aqui em Bucareste naqueles dias? Foi um anúncio de esperança nascido do Povo de Deus, uma profecia que inaugurou um tempo novo: o tempo de caminhar juntos na redescoberta e avivamento da fraternidade que já nos une.
Caminhar juntos com a força da memória. Não a memória dos agravos sofridos e infligidos, dos juízos e preconceitos, que nos fecham num círculo vicioso e levam a atitudes estéreis, mas a memória das raízes: os primeiros séculos em que o Evangelho, anunciado com audácia e espírito de profecia, encontrou e iluminou novos povos e culturas; os primeiros séculos dos mártires, dos Santos Padres e dos confessores da fé, da santidade diariamente vivida e testemunhada por tantas pessoas simples que partilham o mesmo Céu. Graças a Deus, as nossas raízes apresentam-se sãs e firmes e, embora o crescimento tenha conhecido as distorções e os transes do tempo, somos chamados – como o salmista – a conservar grata recordação de tudo aquilo que operou em nós o Senhor, a elevar-Lhe um hino de louvor de uns pelos outros (cf. Sal 77, 6.12-13). A lembrança dos passos que demos juntos encoraja-nos a continuar rumo ao futuro com a consciência – certamente – das diferenças, mas sobretudo na ação de graças dum ambiente familiar que deve ser redescoberto, na memória de comunhão que se deve reavivar, que como lâmpada projete luz sobre os passos do nosso caminho.
Caminhar juntos na escuta do Senhor. Serve-nos de exemplo aquilo que o Senhor fez no dia de Páscoa, ao caminhar com os discípulos pela estrada de Emaús. Estes falavam de tudo o que sucedera, das suas preocupações, dúvidas e questões. O Senhor escutou-os pacientemente e conversou francamente com eles, ajudando-os a entender e discernir os acontecimentos (cf.Lc 24, 15-27).
Também nós precisamos de escutar juntos o Senhor, sobretudo nestes últimos tempos em que as estradas do mundo levaram a rápidas mudanças sociais e culturais. Muitos beneficiaram do desenvolvimento tecnológico e do bem-estar económico, mas a maioria permaneceu inexoravelmente excluída, ao mesmo tempo que uma globalização niveladora contribuiu para erradicar os valores dos povos, enfraquecendo a ética e a convivência, inquinada nos últimos anos por uma difusa sensação de medo, muitas vezes pilotado, que leva a atitudes de fechamento e ódio. Precisamos de nos ajudar a não ceder às seduções duma «cultura do ódio» e do individualismo que, embora talvez já não seja ideológica como nos tempos da perseguição ateia, todavia é mais persuasiva e igualmente materialista. Muitas vezes apresenta como caminho de desenvolvimento aquilo que aparece imediato e resolutivo, mas na realidade é indiferente e superficial. A fragilidade dos laços, que acaba por isolar as pessoas, repercute-se particularmente na célula fundamental da sociedade, a família, e pede-nos o esforço de sair ao encontro das fadigas dos nossos irmãos e irmãs, especialmente os mais jovens, não desanimados e nostálgicos como os discípulos de Emaús, mas com o desejo de comunicar Jesus Ressuscitado, coração da esperança. Precisamos de voltar a escutar, juntamente com o irmão, as palavras do Senhor, para que o coração se inflame conjuntamente e não enfraqueça o anúncio (cf. Lc 24, 32.35).
O caminho alcança a meta, como em Emaús, através da súplica insistente ao Senhor para que fique connosco (cf. Lc 24, 28-29). Revelando-Se ao partir o pão (cf. Lc 24, 30-31), Ele chama-nos à caridade: a servir juntos, a «dar Deus» antes de «dizer Deus»; a não nos mostrarmos passivos no bem, mas prontos a levantar-nos e partir, ativos e colaboradores (cf. Lc 24, 33). Neste sentido, dão-nos exemplo as várias comunidades ortodoxas romenas, que colaboram de forma excelente com as numerosas dioceses católicas da Europa ocidental, onde estão presentes. Em muitos casos, desenvolveu-se uma relação de mútua confiança e amizade, alimentada por gestos concretos de hospitalidade, apoio e solidariedade. Deste modo, frequentando-se mutuamente, muitos católicos e ortodoxos romenos descobriram que não são estranhos, mas irmãos e amigos.
Caminhar juntos para um novo Pentecostes. O trajeto que nos espera estende-se da Páscoa ao Pentecostes: daquela aurora pascal da unidade, surgida aqui há vinte anos, encaminhamo-nos para um novo Pentecostes. Para os discípulos, a Páscoa marcou o início dum novo caminho, do qual, porém, não tinham desaparecido temores e incertezas. Foi assim até ao Pentecostes quando – reunidos à volta da Santa Mãe de Deus – os Apóstolos, num só Espírito e numa pluralidade e riqueza de línguas, testemunharam o Ressuscitado com a palavra e a vida. O nosso caminho partiu da certeza de ter ao lado o irmão que partilha a fé fundada na ressurreição do mesmo Senhor. Da Páscoa ao Pentecostes: tempo de nos recolhermos em oração sob a proteção da Santa Mãe de Deus, tempo de invocar o Espírito uns para os outros. Que nos renove o Espírito Santo, que desdenha a uniformidade e gosta de plasmar a unidade na mais bela e harmoniosa diversidade. O seu fogo consuma as nossas desconfianças; o seu vento varra as reticências que nos impedem de testemunhar juntos a vida nova que nos dá. Que Ele, artífice de fraternidade, nos dê a graça de caminhar juntos. Ele, criador da novidade, nos faça corajosos em experimentar caminhos inéditos de partilha e missão. Que Ele, força dos mártires, nos ajude a não tornar infecundo o seu sacrifício.
Amados Irmãos, caminhemos juntos para louvor da Santíssima Trindade e para benefício mútuo, a fim de ajudar os nossos irmãos a verem Jesus. Renovo-vos a minha gratidão e asseguro-vos o afeto, a amizade e a oração meus e da Igreja Católica.
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Papa aos Ortodoxos:
Não ceder à cultura do ódio e do individualismo
“Os passos que demos juntos encoraja-nos a continuar rumo ao futuro com a consciência das diferenças”, são palavras do Papa Francisco no encontro com o Sínodo Permanente da Igreja Ortodoxa Romena.

Cidade do Vaticano - O segundo compromisso oficial do Papa Francisco na Romênia, foi no Palácio do Patriarcado Ortodoxo de Bucareste.
Na ocasião o Papa foi acolhido pelo Patriarca Daniel com o qual teve um encontro privado e em seguida dirigiu-se à Sala “Conventus” para o encontro com os membros do Sínodo Permanente da Igreja Ortodoxa Romena.
Após a saudação de boas-vindas de Sua Beatitude Daniel o Papa falou aos presentes iniciando com a saudação “Cristos a înviat! Cristo ressuscitou!” afirmando que “a ressurreição do Senhor é o coração da proclamação apostólica, transmitida e guardada pelas nossas Igrejas”. E recordou as palavras de João Paulo II 20 anos atrás ao mesmo Sínodo que dizia "vim contemplar o Rosto de Cristo esculpido nesta Igreja; vim venerar este Rosto sofredor, penhor duma esperança renovada", e Francisco afirmou: “Também eu, desejoso de ver o rosto do Senhor no rosto dos irmãos, vim aqui, peregrino, para ver todos vocês; de coração, agradeço a recepção”.
Fraternidade do sangue
O Papa recordou que “os vínculos de fé que nos unem, remontam aos Apóstolos (…) lembram-nos que existe uma fraternidade do sangue que nos antecede e que ao longo dos séculos, como uma silenciosa corrente vivificante, nunca cessou de irrigar e sustentar o nosso caminho”.
“Filhos e filhas deste país, de várias Igrejas e comunidades cristãs, que sofreram a sexta-feira da perseguição, atravessaram o sábado do silêncio, viveram o domingo do renascimento”
exclamando: “Quantos mártires e confessores da fé!”. O Papa disse também que os sofrimentos e martírios sofridos por todos “é uma herança demasiado preciosa para ser esquecida ou aviltada. E é uma herança comum, que nos chama a não nos distanciarmos do irmão que a partilha”.
João Paulo II e a aurora pascal do diálogo
A visita de João Paulo II vinte anos atrás “foi um dom pascal um acontecimento que contribuiu não só para o reflorescimento das relações entre ortodoxos e católicos na Romênia, mas também para o diálogo entre católicos e ortodoxos em geral”. E afirmou que aquela viagem “abriu o caminho para outros eventos semelhantes”.
Na visita de vinte anos atrás ficou marcado o grito do povo “unitate unitate! que se levantou, espontâneo”, para Francisco
“Foi um anúncio de esperança nascido do Povo de Deus, uma profecia que inaugurou um tempo novo: o tempo de caminhar juntos na redescoberta e avivamento da fraternidade que já nos une”
Como caminhar juntos
E como caminhar juntos? O Papa sugeriu três modos para caminhar juntos:
Com a força da memória: “Não a memória dos agravos sofridos e infligidos (…), mas a memória das raízes: os primeiros séculos em que o Evangelho, anunciado com audácia e espírito de profecia, encontrou e iluminou novos povos e culturas”. A este propósito o Papa recordou
“Os passos que demos juntos encoraja-nos a continuar rumo ao futuro com a consciência das diferenças, mas sobretudo na ação de graças de um ambiente familiar que deve ser redescoberto, na memória de comunhão que se deve reavivar”
Caminhar juntos na escuta do Senhor
Como os Apóstolos, disse o Papa “também nós precisamos de escutar juntos o Senhor” sobretudo nos dias de hoje com as rápidas mudanças sociais e culturais. Neste ponto o Papa alerta que embora “muitos se beneficiaram do desenvolvimento tecnológico e o bem-estar econômico”, a “maioria permaneceu inexoravelmente excluída” e que este fato contribuiu para erradicar os valores dos povos, enfraquecendo a convivência e levando a “atitudes de fechamento e ódio”.
“Precisamos nos ajudar a não ceder às seduções de uma ‘cultura do ódio’ e do individualismo”
E como encontrar o caminho? Francisco recorda “O caminho alcança a meta, como em Emaús, através da súplica insistente ao Senhor para que fique conosco”, chama-nos à caridade: a servir juntos, a ‘dar Deus’ antes de ‘dizer Deus’; a não nos mostrarmos passivos no bem, mas prontos a levantar-nos e partir, ativos e colaboradores.
Caminhar juntos para um novo Pentecostes
“O trajeto que nos espera – afirma o Papa - estende-se da Páscoa ao Pentecostes: daquela aurora pascal da unidade, surgida aqui há vinte anos, encaminhamo-nos para um novo Pentecostes”, recordando o Papa João Paulo II. O Papa completa seu pensamento: "O nosso caminho partiu da certeza de ter ao lado o irmão que partilha a fé fundada na ressurreição do mesmo Senhor.
Concluindo o Santo Padre saúda os irmãos ortodoxos renovando sua gratidão e assegurando seu afeto, amizade e a sua oração e a da Igreja Católica.
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Papa na Romênia:
Oração do Pai Nosso
Texto na íntegra do discurso do Papa Francisco por ocasião da oração do Pai Nosso na Nova Catedral Ortodoxa de Bucareste
ORAÇÃO DO PAI-NOSSO 
Nova Catedral Ortodoxa, Bucareste 
Beatitude, irmão querido; amados irmãos e irmãs!
Quero expressar a gratidão e emoção que sinto por me encontrar neste templo sagrado, que nos congrega em unidade. Jesus convidou os irmãos André e Pedro a deixar as redes, para se tornarem, juntos, pescadores de homens (cf. Mc 1, 16-17). A vocação pessoal não está completa sem a do irmão. Hoje queremos elevar um ao lado do outro, do coração do país, a oração do Pai-Nosso. Nela se encerra a nossa identidade de filhos e hoje, de modo particular, a de irmãos que rezam um ao lado do outro. A oração do Pai-Nosso contém a certeza da promessa feita por Jesus aos seus discípulos: «Não vos deixarei órfãos» (Jo 14, 18) e dá-nos a confiança para receber e acolher o dom do irmão. Por isso, gostaria de partilhar algumas palavras introdutórias à oração, que rezarei pelo nosso caminho de fraternidade e pela Roménia para que possa ser sempre casa de todos, terra de encontro, jardim onde florescem a reconciliação e a comunhão.
Sempre que dizemos «Pai-Nosso», reafirmamos que a palavra Pai não pode subsistir sem dizer nosso. Unidos na oração de Jesus, unimo-nos também na sua experiência de amor e intercessão, que nos leva a dizer: Pai meu e Pai vosso, Deus meu e Deus vosso (cf. Jo 20, 17). É convite para que o «meu» se transforme em nosso, e o nosso se faça oração. Ajudai-nos, Pai, a levar a sério a vida do nosso irmão, a assumir a sua história. Ajudai-nos a não julgar o irmão pelas suas ações e os seus limites, mas aceitá-lo antes de mais nada como vosso filho. Ajudai-nos a vencer a tentação de nos sentirmos o filho mais velho, que, à força de estar no centro, esquece o dom do outro (cf. Lc 15, 25-32).
A Vós, que estais nos céus – os céus que abraçam a todos e onde fazeis nascer o sol para os bons e os maus, para os justos e os injustos (cf. Mt 5, 45) –, pedimos a concórdia que não soubemos guardar na terra. Pedimo-la pela intercessão de tantos irmãos e irmãs na fé que moram juntos no vosso céu, depois de ter acreditado, amado e sofrido muito – mesmo em nossos dias – pelo simples facto de serem cristãos.
Como eles, também nós queremos santificar o vosso nome, colocando-o no centro de todos os nossos interesses. Que seja o vosso nome, Senhor, – e não o nosso – a mover-nos e despertar-nos para o exercício da caridade. Ao rezar, quantas vezes nos limitamos a pedir dons e enumerar pedidos, esquecendo que a primeira coisa a fazer é louvar o vosso nome, adorar a vossa pessoa, para depois reconhecer, na pessoa do irmão que colocastes junto de nós, o vosso reflexo vivo. No meio de tantas coisas que passam e pelas quais nos afadigamos, ajudai-nos, Pai, a procurar aquilo que permanece: a presença vossa e a do irmão.
Estamos à espera que venha o vosso reino: pedimo-lo e desejamo-lo porque vemos que as dinâmicas do mundo não o favorecem. Dinâmicas guiadas pelas lógicas do dinheiro, dos interesses, do poder. Enquanto nos encontramos mergulhados num consumismo cada vez mais desenfreado, que cega com fulgores cintilantes mas efémeros, ajudai-nos, Pai, a crer naquilo que rezamos: renunciar às seguranças cómodas do poder, às seduções enganadoras da mundanidade, à vazia presunção de nos crermos autossuficientes, à hipocrisia de cuidar das aparências. Assim, não perderemos de vista aquele Reino a que Vós nos chamais.
Seja feita a vossa vontade, não nossa. E a vontade de Deus é que todos se salvem (cf. 1 Tim 2, 4). Precisamos, Pai, de alargar os horizontes, a fim de não restringir dentro dos nossos limites a vossa misericordiosa vontade salvífica, que quer abraçar a todos. Ajudai-nos, Pai, enviando-nos – como no Pentecostes – o Espírito Santo, autor da coragem e da alegria, para que nos incite a anunciar a boa nova do Evangelho para além das fronteiras das nossas afiliações, línguas, culturas, nações.
Diariamente temos necessidade d’Ele, pão nosso de cada dia. Ele é o pão da vida (cf. Jo 6, 35.48), que nos faz sentir filhos amados e sacia toda a nossa solidão e orfandade. Ele é o pão do serviço: repartindo-Se aos pedaços para Se fazer nosso servo, pede-nos para servirmos uns aos outros (cf. Jo 13, 14). Pai, ao mesmo tempo que nos dais o pão de cada dia, alimentai em nós a nostalgia do irmão, a necessidade de o servir. Ao pedir o pão de cada dia, suplicamo-Vos também o pão da memória, a graça de reforçar as raízes comuns da nossa identidade cristã, raízes indispensáveis num tempo em que a humanidade, particularmente as gerações jovens, correm o risco de se sentirem desenraizadas no meio de tantas situações líquidas, incapazes de fundamentar a existência. O pão que pedimos, com a sua longa história que vai do grão semeado à espiga, da ceifa à mesa, inspire em nós o desejo de ser cultivadores de comunhãopacientes, que não se cansam de fazer germinar sementes de unidade, fermentar o bem, atuar sempre lado a lado com o irmão: sem suspeitas nem distanciamentos, sem forçar nem nivelar, na convivência das diferenças reconciliadas.
O pão que hoje pedimos é também aquele de que muitos carecem todos os dias, enquanto poucos o têm de sobra. O Pai-Nosso não é oração que nos acomoda, é grito perante ascarestias de amor do nosso tempo, perante o individualismo e a indiferença que profanam o vosso nome, Pai. Ajudai-nos a ter fome de nos doarmos. Sempre que rezarmos, lembrai-nos que, para viver, não precisamos de nos poupar, mas de nos repartir em pedaços; de partilhar, não de acumular; de matar a fome aos outros mais do que encher-nos a nós mesmos, porque o bem-estar só é digno deste nome quando pertence a todos.
Cada vez que rezamos, pedimos para nos serem perdoadas as nossas ofensas. É preciso coragem para isso, já que simultaneamente nos comprometemos a perdoar a quem nos tem ofendido. Temos, pois, de encontrar a força para perdoar do íntimo do coração ao irmão (cf.Mt 18, 35), como Vós – Pai – perdoais os nossos pecados: deixar para trás o passado e abraçar, juntos, o presente. Ajudai-nos, Pai, a não ceder ao medo, nem ver um perigo na abertura; a ter a força de nos perdoarmos e prosseguir, a coragem de não nos contentarmos com a vida tranquila, mas de procurar sempre, com transparência e sinceridade, o rosto do irmão.
E quando o mal, deitado à porta do coração (cf. Gn 4, 7), nos induzir a fechar-nos em nós mesmos; quando a tentação de nos isolarmos se fizer mais forte, ocultando a substância do pecado, que é distância de Vós e do nosso próximo, ajudai-nos de novo, Pai. Encorajai-nos a encontrar, no irmão, aquele apoio que colocastes ao nosso lado a fim de caminharmos para Vós e, juntos, termos a ousadia de dizer: «Pai-Nosso». Amen.
E agora rezemos a oração que o Senhor nos ensinou...
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60 segundos do primeiro dia do Papa na Romênia

Da chegada em Bucareste à Celebração Eucarística na Catedral de São José.
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