segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Presidente da CNBB:

“Ao invés da indiferença na política,
a atitude do cristão deve ser de participação responsável”
Concluída a fase das convenções partidárias e do registro das candidaturas no último dia 15 de agosto, os candidatos, em todos os níveis, já estão autorizados pela Justiça Eleitoral a fazer propaganda, como comícios, carreatas, distribuição de material gráfico e propaganda na internet (desde que não paga). A propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão terá início em 31 de agosto e término no dia 4 de outubro, período reduzido de 45 para 35 dias.
Neste cenário de disputa dos votos e da consciência do eleitorado brasileiro, o bispo de Brasília (DF) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Sergio da Rocha, acredita ser indispensável estar atento às propostas de cada candidato ou candidata e ao programa do seu partido. “É preciso saber como os candidatos pretendem responder concretamente aos problemas sofridos pela população, pois não bastam promessas ou discursos genéricos. É preciso considerar a atuação política passada de cada um”, disse.
Em função disto, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) confirmou para o dia 20 de setembro, às 21h30 o “Debate Aparecida”, que reunirá candidatos à Presidência da República para as eleições de 2018. O projeto, organizado e gerado pela TV Aparecida, acontece no Santuário Nacional, na arena do Centro de Eventos Padre Vítor Coelho de Almeida.
Para o presidente da CNBB, os debates podem colaborar bastante para um conhecimento crítico dos candidatos, ouvindo o que eles mesmos têm a dizer. “O debate é um instrumento a ser valorizado, apesar das suas limitações. Neles, pode-se conhecer melhor não apenas as propostas dos candidatos, mas as suas posturas e opiniões sobre diversos assuntos. Na medida em que contribuem para o exercício responsável do voto, os debates ajudam muito a construir uma sociedade democrática”, disse.
O cardeal, contudo, aponta qual o tom quer ver no debate promovido pela CNBB: “Não queremos ver a polêmica ofensiva, pois já estamos fartos de tanta agressividade. As ações políticas e propostas devem marcar os debates e não os ataques pessoais entre candidatos. O diálogo e o respeito ao outro que pensa diferente são muito necessários, neste período eleitoral, da parte dos candidatos e também dos eleitores’, disse.
Foco no Legislativo
Para o presidente da CNBB, é importante conhecer não apenas os candidatos aos cargos do poder Executivo, como presidente e governadores, mas também os candidatos ao Legislativo. “A atuação deles nas câmaras legislativas tem um papel fundamental na elaboração das leis, aprovação das políticas públicas e na superação dos problemas sociais”, avaliou.
Dom Sergio reforça que, neste período eleitoral, é preciso redobrar a prudência em relação às notícias ou comentários sobre candidatos, principalmente nas redes sociais. “O papel das redes sociais tende a crescer nestas eleições. É cada vez maior o risco de informações falsas ou de notícias distorcidas para prejudicar ou favorecer candidatos. E se a informação recebida for condicionar o voto, torna-se ainda mais necessário verificar o que se diz. Em qualquer situação, é preciso verificar as fontes e não compartilhar informações duvidosas”, disse.
Segundo o cardeal, ao invés da indiferença ou da rejeição frente às urnas, a atitude do cristão deve ser de participação responsável na vida política através do voto. “Apesar de tantos problemas, a política desempenha um papel fundamental na democracia”, disse. Para ele, as eleições representam uma oportunidade especial de definir os rumos da política. “O eleitor deve ser o primeiro a valorizar o seu papel e o seu voto”, alerta.
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Debate de Aparecida
A Rede Aparecida de Comunicação (Rádio e TV e Portal A12.com) fará transmissão simultânea pelas emissoras de rádio e televisão católicas, além de portais de internet. É a segunda vez que a emissora católica, a pedido da CNBB, organiza e transmite um debate de presidenciáveis. A primeira ocorreu no pleito eleitoral de 2014, quando os políticos tiveram a possibilidade de apresentarem suas ideias aos eleitores.
O debate eleitoral será mediado por um jornalista e tem previsão de duração de 2 horas. Algumas perguntas apresentadas aos políticos serão sorteadas, outras feitas por bispos da CNBB e jornalistas previamente inscritos. Também estão previstas perguntas entre os próprios candidatos. Réplicas e tréplicas serão permitidas em alguns momentos. O debate da TV Aparecida terá cinco blocos.
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