sábado, 19 de dezembro de 2015

Leituras do

4º Domingo do Advento


1ª Leitura: Mq 5,1-4a
Assim diz o Senhor: Tu, Belém de Éfrata, pequenina entre os mil povoados de Judá, de ti há de sair aquele que dominará em Israel; sua origem vem de tempos remotos, desde os dias da eternidade.
Deus deixará seu povo ao abandono, até o tempo em que uma mãe der à luz; e o resto de seus irmãos se voltará para os filhos de Israel.
Ele não recuará, apascentará com a força do Senhor e com a majestade do nome do Senhor seu Deus; os homens viverão em paz, pois ele agora estenderá o poder até os confins da terra, e ele mesmo será a Paz.
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Salmo: 79
 Iluminai a vossa face sobre nós, convertei-nos para que sejamos salvos!
 Iluminai a vossa face sobre nós, convertei-nos para que sejamos salvos!
 Ó Pastor de Israel, prestai ouvidos./ Vós que sobre os que-rubins vos assentais, aparecei cheio de glória e esplendor! Despertai vosso poder,/ ó nosso Deus/ e vinde logo nos trazer a salvação! 
 Voltai-vos para nós, Deus do universo!/ Olhai dos altos céus e observai./ Visitai a vossa vinha e protegei-a!/ Foi a vossa mão direita que a plantou;/ protegei-a e ao rebento que firmastes! 
  Pousai a mão por sobre o vosso Protegido,/ o filho do homem que escolhestes para vós!/ E nunca mais vos deixaremos, Senhor Deus!/ Dai-nos a vida e louvaremos vosso nome! 
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2ª Leitura: Hb 10,5-10
Ao entrar no mundo, Cristo afirma: “Tu não quiseste vítima nem oferenda, mas formaste-me um corpo. Não foram do teu agrado holocaustos nem sacrifícios pelo pecado.Por isso eu disse: ‘Eis que venho. No livro está escrito a meu respeito: Eu vim, ó Deus, para fazer a tua vontade’”.
Depois de dizer: “Tu não quiseste nem te agradaram vítimas, oferendas, holocaustos, sacrifícios pelo pecado” – coisas oferecidas segundo a Lei –, ele acrescenta: “Eu vim para fazer a tua vontade”. Com isso suprime o primeiro sacrifício, para estabelecer o segundo. É graças a esta vontade que somos santificados pela oferenda do corpo de Jesus Cristo, realizada uma vez por todas.
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Evangelho:  Lc 1,39-45
"Bendita és tu entre as mulheres
e bendito é o fruto do teu ventre!"
Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judeia. Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.
Com um grande grito exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”.
Reflexão
Mãe da Vida
A pergunta se a vida tem mãe, ou quem criou a vida, pode ser respondida de diversas maneiras, até se a vida não tem princípio nem fim. Fala-se da mãe terra, mãe natureza... Se Deus é pai ou mãe! Quem fez Deus?!
Na realidade, o mistério de Deus é insondável, mas nós o percebemos em tudo. Ele é quem gera o universo sem ser gerado por ninguém. O limite de nosso raciocínio não é capaz de imaginar nem descobrir quem é Deus, a não ser pela experiência da vida que recebemos dele e pela realidade em torno de nós, bem como de modo absoluto e total pelo Filho dele, que assumiu nossa natureza através da moça Maria.
Maria, a servidora
Da pequenina cidade de Belém surgiu Jesus, o grande tesouro para a vida da humanidade. O profeta Miquéias fala dele, ali nascido, da mulher simples que aceitou colaborar com o projeto divino. A criança nascida promoverá o reinado divino em que haverá o domínio do amor e da paz para toda a humanidade (Miquéias 5,1-4).
Deus é comunhão de pessoas numa única realidade divina. Ele nos criou para cuidarmos do planeta à semelhança dele, que cuida de todo o universo. Para conseguirmos realizar nossa missão, é preciso que também vivamos em comunhão, ou seja, unindo-nos no amor e na justiça para cuidarmos uns dos outros e de toda a natureza. Ao contrário, traímos quem nos deu a vida e não nos realizaremos como pessoas nem aqui nem na eternidade. O dever de casa deve ser feito com solidariedade e ajuda mútua. Deus dá vida e nos encarrega também de a desenvolvermos durante nossa peregrinação terrena.
Deus é pai e mãe da vida, mas quis preparar a vinda em nossa vida humana, sendo gerado por aquela que daria a vida do Emanuel, o  Deus-conosco! Ela se torna a Mãe da Vida, pois, quem ela gerou é o autor da vida, que veio nos trazer a nova vida de enriquecidos com sua graça. Sem essa graça não temos condição de também dar vida no planeta. Isso só é possível com a realização da vontade divina, à semelhança de Jesus, o exemplo absoluto da realização da vontade do Pai. Paulo fala sobejamente dessa realidade (Cf. Hebreus 10,5-10).
Ao visitar a prima Isabel Maria já possuía em seu ventre o autor da vida, que ela geraria para nos dar a vitalidade  do amor divino. Mostrou para a parente a grandeza de Deus, que realizava nela o prodígio da geração do Salvador. Maria foi reconhecida por ser bendita do Senhor, que operou nela maravilhas (Cf. Lucas 1,39-45). Aceitar em nossa vida tão grande Senhor nos torna também geradores da vida para fazermos da caminha em comum, a geração da existência de sentido para todos. Seremos assim, como Maria, portadores de Jesus para darmos vida à família  e à sociedade, como agentes de transformação da convivência fraterna e promotores da dignidade de todos. Não teremos medo de ativarmos nossas capacidades e oportunidades para fazermos da caminhada em comum, a promoção da ética, da justiça e da paz para todos!
Maria, Mãe da Vida, nos ensina que, para darmos vida, precisamos realizar a vontade de Deus. Esta se realiza quando damos de nós mesmos para a promoção da dignidade e realização  do semelhante, a partir dos mais necessitados!
                     Dom José Alberto Moura - Arcebispo Metropolitano de Montes Claros
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Reflexão: cnbbleste2.org.br  Banner: cnbb.org.br   Ilustrações 1: rs21.com.br 2franciscanos.org.br     

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