domingo, 6 de dezembro de 2015

Reflexão para este 2º Domingo do Advento

Preparação
Toda preparação de festa em família traz uma boa agitação e alegria, principalmente quando há harmonia e entendimento entre seus membros. Na celebração do Natal de Jesus, por exemplo, muitos se reúnem na alegria da festa. Mas, celebrar a festa da família do Emanuel, preparada com esmero na ordem espiritual, com a oração intensificada através da própria novena, da conversão da vida para se trilhar o caminho da intimidade com Deus e a fraternidade no convívio de todos, faz com que a alegria seja transbordante. Nada melhor do que ter a consciência tranquila de quem realmente leva a sério sua fé do Filho de Deus. Sua conduta realmente é ética. Sua convivência com as pessoas é de quem só pensa em fazer o bem, principalmente a quem é mais carente e precisa de seu apoio para viver dignamente.
Caminhemos unidos na fé e no amor!
O profeta Baruc lembra: “Deus ordenou que se abaixassem todos os altos montes e as colinas eternas e se enchessem os vales para aplainar a terra, a fim de que Israel caminhe com segurança, sob a glória de Deus” (Baruc 5,7). De fato, para se celebrar a festa do nascimento do Rei da família de Deus, é preciso tirar o monte do orgulho, da ambição,  da injustiça, do egoísmo, da falsidade, da corrupção, da mentira e do ódio. Faz-se necessário encher o vale dos limites pessoais com as virtudes da sobriedade, da misericórdia, do altruísmo, da ternura, do cuidado com a vida e a natureza, da bondade e do amor.
Maria não precedeu com a própria vontade o desejo divino, mas sim o acompanhou, procurando responder e corresponder ao projeto de Deus. Tornou-se verdadeira serva e colaboradora na missão de seu Filho para nos dar vida nova e salvação. Preparar o caminho para o Senhor passar nos leva a um estado de contemplação do mistério do amor divino que nos quer somente o bem. Aceitá-lo é nos colocar no caminho do Deus-conosco. É uma trilha estreita e mais exigente. Requer ascese ou exercitação na prática da oferta de si, usando os dons recebidos para colaborar com a promoção do semelhante e de toda a comunidade. Exige dar de si, a própria vida, para a implantação de uma convivência de promoção do bem comum.
A conversão ou reorientação do rumo da caminhada, fazendo-o voltar-se para a direção do Filho de Deus, nos faz amoldar-nos a Ele, imitando seu exemplo e executando seus ensinamentos. Ao contrário, nossa religiosidade se torna  formal e sem transformação de vida. É fé morta, sem mexer na estrutura de nossa personalidade para ela se amoldar aos critérios e valores do Evangelho.
João grita com seu exemplo e suas palavras, com os dizeres de Isaías: “Esta é a voz daquele que grita no deserto: ‘preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas” (Lucas 3,4). Com sólida preparação a alegria vem como conseqüência de quem realiza a tarefa dada pelo Senhor. Cantamos até, como Maria, ao visitar Izabel: “Minha alma glorifica o Senhor e meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador!” (Lucas 1,46).
O azáfama de preparação à festa já traz o sabor da celebração da mesma. Por isso, o tempo do Advento já nos traz muita alegria por sabermos que não estamos sós para a solução de nossos desafios na história. O Deus-conosco chega para nos dar força e ensinar a verdade do Pai, que nos ama e nos dá meios de superação de nossos limites. Afinal, Ele nos criou à sua imagem e semelhança. Fazendo nossa parte, no cuidado com a vida e o planeta, nos tornamos realmente habitação do amor, que tem a fonte no Criador!
             Dom José Alberto Moura - Arcebispo Metropolitano de Montes Claros
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           Fonte: cnbbleste2.org.br   Ilustração meninamariadenazareth.blogspot.com.br

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