Papa Francisco:
Os pastores foram os primeiros a receber
o anúncio do nascimento de Jesus porque eram os últimos
Cidade do Vaticano (RV) - Nesta Noite partilhamos a alegria do Evangelho: Deus ama-nos; e ama-nos tanto que nos deu o seu Filho como nosso irmão, como luz nas nossas trevas. O Senhor repete-nos: «Não temais» (Lc 2, 10). E vo-lo repito também eu: Não temais! Foi a exortação do Santo Padre na Missa do Galo celebrada na noite de ontem, no primeiro Natal do Papa Francisco.
De fato,
milhares de fiéis e peregrinos provenientes de várias partes do mundo lotaram a
Basílica de São Pedro para participar da tradicional missa da noite de Natal
presidida pelo Pontífice, concelebrada por mais de 300 cardeais, bispos e
sacerdotes.
"O povo
que andava nas trevas viu uma grande luz." Com essa citação do profeta
Isaías (9, 1), Francisco iniciou a homilia da celebração. "Esta profecia –
disse – não cessa de comover, especialmente quando a ouvimos na liturgia da
Noite de Natal."
O Bispo de
Roma observou não tratar-se apenas de um fato emotivo, sentimental.
Jesus Menino é a luz da vida |
"E nesta
noite, enquanto o espírito das trevas envolve o mundo, renova-se o
acontecimento que sempre nos maravilha e surpreende: o povo em caminho vê uma
grande luz. Uma luz que nos faz refletir sobre este mistério: o mistério do
andar e do ver."
Recordando o
curso da história ao longo do caminho da salvação, partindo do nosso pai na fé
Abraão, o Bispo de Roma recordou a nossa identidade de fiéis qual povo
peregrino que caminha para a terra prometida.
"Deus é
luz, e n'Ele não há nenhuma espécie de trevas", enfatizou o Papa citando a
1º Carta de João (1, 5).
"Diversamente,
do lado do povo, alternam-se momentos de luz e de escuridão, fidelidade e
infidelidade, obediência e rebelião; momentos de povo peregrino e de povo
errante", observou.
"E, na
nossa historia pessoal, também se alternam momentos luminosos e escuros, luzes
e sombras. Se amamos a Deus e aos irmãos, andamos na luz; mas, se o nosso
coração se fecha, se prevalece em nós o orgulho, a mentira, a busca do próprio
interesse, então calam as trevas dentro de nós e ao nosso redor."
Aquele que
odeia seu irmão está nas trevas e nas trevas caminha, sem saber para onde vai,
porque as trevas lhe cegaram os olhos, frisou o Papa Francisco, citando novamente
a 1ª Carta do Apóstolo João (2, 11). Em seguida, recordou o anuncio do Apóstolo
Paulo na Carta a Tito (2, 11): "Manifestou-se a graça de Deus, que traz a
salvação para todos os homens".
"A graça
que se manifestou no mundo é Jesus, nascido da Virgem Maria, verdadeiro homem e
verdadeiro Deus. Entrou na nossa história, partilhou o nosso caminho. Veio para
nos libertar das trevas e nos dar a luz. N’Ele manifestou-se a graça, a
misericórdia, a ternura do Pai: Jesus é o Amor feito carne."
Frisando que
Jesus pôs a sua tenda no meio de nós, o Santo Padre recordou que os pastores
foram os primeiros a ver esta "tenda", a receber o anúncio de Jesus.
"Foram os primeiros porque estavam entre os últimos, os
marginalizados". Com eles, detemo-nos diante do Menino, detemo-nos em
silêncio.
"Com
eles, agradecemos ao Pai do Céu por nos ter dado Jesus e, com eles, deixamos
subir do fundo do coração o nosso louvor pela sua fidelidade: Nós Vos
bendizemos, Senhor Deus Altíssimo, que Vos humilhastes por nós. Sois imenso, e
fizestes-Vos pequenino; sois rico, e fizestes-Vos pobre; sois onipotente, e
fizestes-Vos frágil."
Nesta noite
partilhamos a alegria do Evangelho, acrescentou: "Deus ama-nos; e ama-nos
tanto que nos deu o seu Filho como nosso irmão, como luz nas nossas trevas."
Concluindo, o
Santo Padre acrescentou:
"O nosso
Pai é paciente, ama-nos, dá-nos Jesus para nos guiar no caminho para a terra
prometida. Ele é a luz que ilumina as trevas. Ele é a nossa paz."
Ao término,
Francisco deixou o Altar da Confissão deslocando-se com a imagem do Menino
Jesus até a entrada da nave central, onde depositou o Menino na manjedoura do
presépio montado na Basílica Vaticana. (RL)
Fonte: radiovaticana.va news.va
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