sábado, 30 de novembro de 2024

A chegada do tempo do Advento:

um convite à esperança e à preparação

O Advento marca o início de um novo Ano Litúrgico na Igreja, um tempo especial de preparação para a celebração do Natal. É um período de quatro semanas em que os cristãos são chamados a refletir, vigiar e renovar a esperança na vinda do Senhor. Mais do que uma contagem regressiva para o Natal, o Advento nos convida a olhar para três dimensões da vinda de Cristo: Sua encarnação há mais de dois mil anos, Sua presença constante no meio de nós e Sua segunda vinda, no final dos tempos. 

A palavra “Advento” vem do latim adventus, que significa “chegada” ou “vinda”. Esse tempo litúrgico está profundamente ligado à espera ativa e confiante no cumprimento das promessas de Deus. Ele nos recorda que o Senhor, que já veio ao mundo em humildade na manjedoura, virá novamente em glória. 

As leituras bíblicas do Advento reforçam essa dupla perspectiva. Nos primeiros domingos, a ênfase recai sobre a vigilância e o chamado à conversão, preparando-nos para a segunda vinda de Cristo. Nos últimos dias, o foco se volta para os acontecimentos que antecedem o nascimento de Jesus, destacando Maria e João Batista como modelos de fé e serviço. 

Os símbolos litúrgicos do Advento também são ricos em significado. A cor roxa usada nas vestes do sacerdote e na decoração da igreja representa penitência e preparação, enquanto a coroa do Advento, com suas quatro velas, simboliza a luz que cresce à medida que nos aproximamos de Cristo, a verdadeira Luz do mundo. 

Cada vela da coroa tem um significado especial: 

1. Primeira vela – a vela da esperança, nos lembra da promessa do Messias. 

2. Segunda vela – a vela da paz, nos convida a preparar os caminhos do Senhor. 

3. Terceira vela – a vela da alegria, marca o Domingo Gaudete, quando a alegria do Senhor se torna mais palpável. 

4. Quarta vela – a vela do amor, celebra a proximidade do nascimento de Cristo. 

Um Chamado à Conversão e Vigilância 

O Advento é um convite à conversão pessoal. Assim como João Batista pregou no deserto: “Preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas” (Lc 3,4), também somos chamados a preparar o nosso coração para acolher Jesus. Esse tempo não é apenas uma preparação externa, com decorações e festas, mas, sobretudo, uma transformação interior. 

Além disso, o Advento nos exorta à vigilância. Jesus nos alerta: “Vigiai, pois não sabeis quando virá o dono da casa” (Mc 13,35). Esse chamado nos lembra que nossa vida deve ser vivida como uma espera constante e atenta pela vinda do Senhor. 

Maria, Modelo de Esperança e Serviço 

Maria, a Mãe de Jesus, é a figura central do Advento. Ela nos ensina como esperar o Senhor com fé e humildade. Sua resposta ao chamado de Deus – “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38) – é um modelo de abertura e confiança. Assim como Maria, somos convidados a abrir nosso coração para que Cristo nasça em nossa vida. 

Vivendo o Advento Hoje 

Como podemos viver esse tempo de maneira concreta? 

Na oração: Reservar momentos diários de oração para meditar sobre as promessas de Deus e renovar nosso compromisso com Ele.

Na caridade: Praticar gestos de solidariedade, ajudando aqueles que mais necessitam e sendo instrumentos da paz de Cristo.

Na reconciliação: Buscar o sacramento da confissão, reconhecendo nossas falhas e recebendo o perdão que renova a alma.

O Advento nos recorda que a verdadeira preparação para o Natal não está apenas nos presentes ou nas festas, mas na abertura do coração para acolher Jesus. É tempo de vigiar, de esperar e de nos alegrarmos na certeza de que Deus é fiel às Suas promessas. 

Que este Advento seja um tempo de graça e renovação para todos nós. Assim como a luz das velas da coroa aumenta a cada semana, que também cresça em nossos corações a esperança, a paz, a alegria e o amor que vêm de Cristo. E que, ao celebrarmos o Natal, possamos dizer com alegria: “O Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14). 

Vinde, Senhor Jesus!

Dom Anuar Battisti - Arcebispo Emérito de Maringá (PR) 

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Papa Francisco neste sábado:

o desrespeito aos valores religiosos
leva à intolerância no mundo

Em seu discurso aos participantes da conferência inter-religiosa "All Religions' Conference", o Papa Francisco destacou o valor do diálogo no contexto global marcado por "intolerância e ódio". Ele sublinhou que as discriminações "baseadas nas diferenças", que se tornaram para muitos uma "experiência cotidiana", devem ser enfrentadas por meio de "verdades espirituais" e "valores" comuns entre as diferentes confissões religiosas.

Papa com os participantes da conferência inter-religiosa intitulada "Religiões unidas por uma humanidade melhor".  (VATICAN MEDIA Divisione Foto)

“O desrespeito aos nobres ensinamentos das religiões é uma das causas da complicada situação em que o mundo se encontra hoje.”

O Papa Francisco exorta ao diálogo inter-religioso por meio de "verdades espirituais" e "valores" compartilhados. No discurso proferido hoje, 30 de novembro, aos participantes da conferência em comemoração ao centenário da primeira "All Religions' Conference", promovida pelo "Sree Narayana Dharma Sanghom Trust", o Papa homenageou a figura de seu primeiro organizador, Sree Narayana Guru.

A reforma social de Sree Narayana Guru

Como "líder espiritual" hindu e "reformador social", Sree Narayana Guru dedicou sua vida à promoção da "emancipação social e religiosa". Lutando contra o sistema de castas, ele difundiu a mensagem de que "todos os seres humanos, independentemente de sua etnia, tradições religiosas ou culturais, pertencem à mesma família humana".

"Não deve haver discriminação contra ninguém, sob nenhuma forma e em nenhum nível."

"Religiões unidas por uma humanidade melhor"

Uma mensagem que, cem anos depois, ressoa na "conferência de todas as religiões", organizada com o apoio do Dicastério para o Diálogo Inter-religioso. O tema do encontro, "Religiões unidas por uma humanidade melhor", é descrito pelo Papa como "muito atual e extremamente importante para os nossos tempos".


Discriminações e violências: "experiência cotidiana" para muitos

O "mundo de hoje", sublinhou Francisco, é palco de "crescentes casos de intolerância e ódio entre povos e nações". Fenômenos de "discriminação e exclusão, tensões e violências", baseados em "diferenças de origem étnica ou social, raça, cor, língua e religião", tornaram-se "uma experiência cotidiana para muitas pessoas e comunidades".

"Principalmente para os pobres, os desprotegidos e os que não têm voz."

Seres humanos "iguais" e "irmãos"

O Pontífice recordou o Documento sobre a Fraternidade Humana para a Paz Mundial e a Convivência Comum, assinado durante a Viagem Apostólica de fevereiro de 2019 aos Emirados Árabes Unidos com o Grande Imã de Al-Azhar, Ahmad Al-Tayyeb. O documento afirma que Deus "criou todos os seres humanos iguais em direitos, deveres e dignidade, e os chamou a viver como irmãos uns dos outros".

"Amar e honrar uns aos outros": a verdade comum às religiões

Uma "verdade fundamental" compartilhada por "todas as religiões", sublinhou Francisco. Elas ensinam que, "como filhos do único Deus, devemos amar e honrar uns aos outros, respeitar as diversidades e diferenças em um espírito de fraternidade e inclusão, cuidar uns dos outros e também da terra, nossa casa comum".

Papa com os participantes da conferência inter-religiosa intitulada "Religiões unidas por uma humanidade melhor".

Cultivar a harmonia "entre as diferenças"

Se a negligência a esses ensinamentos é causa das turbulências no mundo, a redescoberta desses valores será possível "somente se todos nos esforçarmos para vivê-los e cultivar relações fraternas e amigáveis com todos, com o único objetivo de fortalecer a unidade na diversidade, garantir uma convivência harmoniosa entre as diferenças e ser agentes de paz, apesar das dificuldades e desafios que enfrentamos", explicou o Papa.

Cooperação contra o individualismo

Francisco também expressou o desejo de cooperação entre todas as "pessoas de boa vontade" para promover uma cultura de "respeito, dignidade, compaixão, reconciliação e solidariedade fraterna". Este é um apelo já contido na Declaração Conjunta de Istiqlal de setembro passado, que serve como antídoto aos valores "do individualismo, da exclusão, da indiferença e da violência".

Juntos, "enraizados" em suas crenças

"A partir" dos elementos que têm em comum, concluiu o Papa, os representantes das diferentes religiões podem "caminhar e trabalhar juntos para construir uma humanidade melhor", permanecendo cada um "firmemente" enraizado em suas "crenças" e "convicções religiosas".


Edoardo Giribaldi - Cidade do Vaticano

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                                                                                                                      Fonte: vaticannews.va

É fundamental aprender

e o padre Zezinho nos ensina

DESDE o Concílio Vaticano II, nos seus 16 documentos oficiais, aprendi que um bom padre Católico deve estudar muito para não dar respostas imediatistas e prontas para o povo.

Então, quando aparecem novas dúvidas ou alguns desafios da parte de teólogos, estudiosos, sociólogos, filósofos e historiadores, eu leio ainda mais.

O mundo está cheio de respostas prontas, mas respostas prontas nem sempre são respostas verdadeiras.

Dizer que sei porque sou padre e estudei é falta de humildade. Ensino que acho que sei, mas, se descobrir algo novo na teologia irei estudar melhor.

Só piedade e devoção não faz um bom cristão! Sabedoria também conta!

O que posso é dizer que há coisas que ainda não sei apesar dos mais de 700 livros da minha estante.

Um dos autores de espiritualidade católica, Thomas Merton, dizia que nem sempre ter devoção é ter noção!…

Digo isto aos padres novos que gostam de subir ao palco e empunhar microfones. Às vezes ouso perguntar também aos velhos padres se eles ainda releem os documentos de 60 anos atrás.

O púlpito sem humildade acaba em frases decoradas, mas nem sempre assimiladas.

Li isto em várias entrevistas do Papa Bento XVI. Ele foi um dos papas mais cultos do nosso tempo!

Não era conservador nem avançado: era sensato! … Os outros também eram e são! O triste é que 97 % dos que opinam sobre os últimos 6 papas nunca leram nenhuma das suas encíclicas. Mas adoram opinar como se soubessem!…

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                                                                                                Fonte: facebook.com/padrezezinhoscj

Sábia reflexão:

Para tempos difíceis

José Antonio Pagola

As profundas mudanças socioculturais que estão acontecendo em nossos dias e a crise religiosa que sacode as raízes do cristianismo no Ocidente nos devem urgir mais do que nunca a buscar em Jesus a luz e a força de que precisamos para ler e viver estes tempos de maneira lúcida e responsável.

Chamado ao realismo. Em nenhum momento Jesus augura aos seus seguidores um caminho fácil de êxito e glória. Pelo contrário, dá-lhes a entender que sua longa história será cheia de dificuldades e lutas. É contrário ao espírito de Jesus cultivar o triunfalismo ou alimentar a nostalgia de grandezas. Este caminho, que a nós parece estranhamente duro, é o mais condizente com uma Igreja fiel ao seu Senhor.

Não à ingenuidade. Em momentos de crise, desconcerto e confusão não é estranho ouvir mensagens e revelações propondo caminhos novos de salvação. Estas são as instruções de Jesus. Em primeiro lugar, “que ninguém vos engane”: não cair na ingenuidade de dar crédito a mensagens alheias ao Evangelho nem fora nem dentro da Igreja. Em segundo lugar, “não os sigais”: não seguir os que nos separam de Jesus Cristo, único fundamento e origem de nossa fé.

Concentrar-nos no essencial. Cada geração cristã tem seus próprios problemas, dificuldades e buscas. Não devemos perder a calma, mas assumir nossa responsabilidade. Não se nos pede nada que esteja acima de nossas forças. Contamos com a ajuda do próprio Jesus: “Eu vos darei palavras e sabedoria”. Inclusive num ambiente de rejeição ou desafeto podemos praticar o Evangelho e viver com sensatez cristã.

A hora do testemunho. Os tempos difíceis não devem ser tempos para as lamentações, a nostalgia ou o desânimo. Não é a hora da resignação, da passividade ou da omissão. A ideia de Jesus é outra: em tempos difíceis “tereis ocasião de dar testemunho”. É precisamente agora que precisamos reavivar entre nós o chamado a ser testemunhas humildes, mas convincentes, de Jesus, de sua mensagem e de seu projeto.

Paciência. É esta a exortação de Jesus para momentos árduos: “Por vossa perseverança salvareis vossas vidas”. O termo original pode ser traduzido indistintamente como “paciência” ou “perseverança’: Entre nós cristãos falamos pouco da paciência, mas precisamos dela mais do que nunca. É o momento de cultivar um estilo de vida cristã, paciente e tenaz, que nos ajude a responder a novos desafios sem perder a paz nem a lucidez.

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JOSÉ ANTONIO PAGOLA cursou Teologia e Ciências Bíblicas na Pontifícia Universidade Gregoriana, no Pontifício Instituto Bíblico de Roma e na Escola Bíblica e Arqueológica Francesa de Jerusalém. É autor de diversas obras de teologia, pastoral e cristologia. Atualmente é diretor do Instituto de Teologia e Pastoral de São Sebastião. Este comentário é do livro “O Caminho Aberto por Jesus”, da Editora Vozes.

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                                                        Fonte: franciscanos.org.br       Banner: Frei Fábio M. Vasconcelos

sexta-feira, 29 de novembro de 2024

1º Domingo do Advento:

Leituras e reflexão
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1ª Leitura: Jr 33,14-16

Leitura do Profeta Jeremias

“Eis que virão dias, diz o Senhor, em que farei cumprir a promessa de bens futuros para a casa de Israel e para a casa de Judá. Naqueles dias, naquele tempo, farei brotar de Davi a semente da justiça, que fará valer a lei e a justiça na terra. Naqueles dias, Judá será salvo e Jerusalém terá uma população confiante; este é o nome que servirá para designá-la: ‘O Senhor é a nossa justiça’”.

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Responsório: Sl 24(25)

- Senhor meu Deus, a vós elevo a minha alma!

- Senhor meu Deus, a vós elevo a minha alma!

1. Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos / e fazei-me conhecer a vossa estrada! / Vossa verdade me oriente e me conduza, / porque sois o Deus da minha salvação!

2. O Senhor é piedade e retidão / e reconduz ao bom caminho os pecadores. / Ele dirige os humildes na justiça, / e aos pobres ele ensina o seu caminho.

3. Verdade e amor são os caminhos do Senhor / para quem guarda sua aliança e seus preceitos. / O Senhor se torna íntimo aos que o temem / e lhes dá a conhecer sua aliança.

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2ª Leitura: 1Ts 3,12-4,2

Leitura da 1ª Carta de São Paulo aos Tessalonicenses

Irmãos, o Senhor vos conceda que o amor entre vós e para com todos aumente e transborde sempre mais, a exemplo do amor que temos por vós. Que assim ele confirme os vossos corações numa santidade sem defeito aos olhos de Deus, nosso Pai, no dia da vinda de nosso Senhor Jesus, com todos os seus santos. Enfim, meus irmãos, eis o que vos pedimos e exortamos no Senhor Jesus: aprendestes de nós como deveis viver para agradar a Deus e já estais vivendo assim. Fazei progressos ainda maiores! Conheceis, de fato, as instruções que temos dado em nome do Senhor Jesus.

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Evangelho: Lc 21,25-28.34-36

Proclamação do Evangelho de São Lucas

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: “Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as nações ficarão angustiadas, com pavor do barulho do mar e das ondas. Os homens vão desmaiar de medo só em pensar no que vai acontecer ao mundo, porque as forças do céu serão abaladas. Então eles verão o Filho do Homem vindo numa nuvem com grande poder e glória. Quando essas coisas começarem a acontecer, levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima. Tomai cuidado para que vossos corações não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida, e esse dia não caia de repente sobre vós; pois esse dia cairá como uma armadilha sobre todos os habitantes de toda a terra. Portanto, ficai atentos e orai a todo momento, a fim de terdes força para escapar de tudo o que deve acontecer e para ficardes em pé diante do Filho do Homem”.


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Reflexão do padre Johan Konings

“Deus-nossa-justiça”: o nome de nossa cidade?

Hoje iniciamos, mais uma vez, um novo ano litúrgico. Cada ano litúrgico começa com o Advento – palavra que significa “vinda, chegada”, a chegada de Jesus Messias na festa de Natal, comemoração de seu nascimento. Desde o início deste novo ano, a liturgia suscita em nós a esperança da justiça de Deus que vai chegar. Justiça não significa simplesmente aplicar as leis da sociedade, pois essas nem sempre são justas (muitas vezes são feitas para justificar o direito do mais forte). Na Bíblia, justo é o que é bom e benfazejo conforme a vontade de Deus. A justiça é a vitória do projeto de Deus.

Na época do profeta Jeremias (1a leitura), Jerusalém era uma cidade em ruínas. Mas o profeta lhe anuncia um futuro melhor. A cidade chamar-se-á: “Deus nossa justiça”. É Deus quem o fará. Já o apóstolo Paulo, na 2a leitura, nos deseja crescimento na justiça, para sermos encontrados irrepreensíveis, quando Jesus vier de novo.

No evangelho, Jesus fala de “sinais terríveis no céu e na terra, anunciando a vinda do Filho do Homem”, isto é, Jesus mesmo, a quem Deus deu o poder sobre a humanidade (como aparece na visão do Filho do Homem em Dn 7,13-14). Isso não nos deve assustar. Pelo contrário! Se estivermos comprometidos com a justiça do Reino de Deus, poderemos “ficar em pé” diante dele. Se estivermos colaborando para que a nossa cidade se possa chamar ”justiça de Deus” – e não apenas “capital do boi” ou “das abóboras” -, a vinda do Filho do Homem será nossa grande alegria.

Por um lado, sabemos que o mundo é passageiro. Não é nosso último destino. Por outro lado, o que podemos fazer de nossa vida, o sentido que podemos dar à nossa vida, é neste mundo que o devemos fazer. O que importa, no fim de tudo, é o que fizermos neste mundo, a justiça e o amor que fizermos brotar nesta lavoura que é a história da humanidade – os frutos que Deus espera de nós. Por isso, Jesus nos lembra desde já a sua vinda, para que tenhamos sempre o verdadeiro fim diante dos olhos: “Deus nossa justiça”, o amor e a justiça de Deus tomando conta de tudo.

Isso não acontecerá sem a nossa participação. Deus faz aliança conosco. Somos os seus parceiros. Neste tempo do Advento, da chegada de Deus até nós, vamos colaborar com ele e realizar a nossa parte da aliança: justiça social, pão e direitos para todos; transformar os mecanismos falhos, as estruturas injustas de nossa sociedade; endireitar as relações com os nossos semelhantes, empenhar a nossa vida por nos tornarmos mutuamente irmãos de verdade, felizes, consolados, amparados…

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PE. JOHAN KONINGS nasceu na Bélgica em 1941, onde se tornou Doutor em Teologia pela Universidade Católica de Lovaina, ligado ao Colégio para a América Latina (Fidei Donum). Veio ao Brasil, como sacerdote diocesano, em 1972. Em 1985 entrou na Companhia de Jesus (Jesuítas) e, desde 1986, atuou como professor de exegese bíblica na FAJE, Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Faleceu no dia 21 de maio de 2022. Este comentário é do livro “Liturgia Dominical, Editora Vozes.

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Reflexão em vídeo de Frei Gustavo Medella

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                      Fonte: franciscanos.org.br    Banners: vaticannews.va    Fábio M. Vasconcelos

Papa aos médicos nesta sexta-feira:

“Cuidar sempre, nenhuma vida deve ser descartada"

Nesta sexta-feira, 29 de novembro, Francisco dirigiu uma saudação aos profissionais da Universidade de Nápoles Federico II, a mais antiga universidade laica do Ocidente, por ocasião do 800º aniversário de sua fundação. O Santo Padre destacou a importância histórica da instituição e sublinhou os valores que devem guiar aqueles que trabalham na área da saúde, inspirados por uma rica tradição ética e cristã.

Papa Francisco saúda os profissionais da Universidade de Nápoles Federico II (VATICAN MEDIA Divisione Foto)

O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta sexta-feira, 29 de novembro, a comunidade acadêmica da Universidade de Nápoles Federico II, composta por reitores, professores e estudantes do setor de medicina odontológica, e proferiu sua saudação relembrando a fundação da universidade, que, há oito séculos, continua sendo um marco histórico na educação e na ciência. Ao iniciar seu discurso, o Papa elogiou o legado da Universidade e a tradição de excelência que remonta ao imperador Frederico II, seu fundador, que deu origem a uma das mais antigas universidades do mundo. 

Cuidar com compaixão e ternura

O Santo Padre destacou a importância do lema hipocrático que une a lição do grego Hipócrates à autoridade do latino Scribônio: “primum non nocere, secundum cavere, tertium sanare” -“primeiro, não prejudicar; segundo, cuidar; terceiro, curar”. Segundo Francisco, estas máximas continuam a ser um guia indispensável para a prática médica:

“Não prejudicar. Isso pode parecer algo óbvio, mas, na verdade, responde a um saudável realismo: antes de tudo, trata-se de não acrescentar mais danos e sofrimentos àqueles que o paciente já está vivendo.”

Sobre o cuidado, Francisco ressaltou que esta é a ação evangélica por excelência, como a do bom samaritano, e que deve ser realizada com o "estilo de Deus": “E qual é o estilo de Deus? Proximidade, compaixão e ternura. Não esqueçam: Deus é próximo, compassivo e terno. O estilo de Deus é sempre este: proximidade, compaixão e ternura.” Em seguida, o Papa compartilhou uma experiência pessoal:

“Eu me recordo de quando, aos vinte anos, tiveram que retirar parte do meu pulmão, que estava doente. Sim, me davam os medicamentos, mas o que mais me dava força era a mão dos enfermeiros que, após aplicar as injeções, seguravam minha mão... Esta ternura humana faz tanto bem!”

Tecnologia e ética: uma união indispensável

Sobre o ato de curar, o Papa afirmou que, neste aspecto, os médicos podem se assemelhar a Jesus, que curava todas as doenças e enfermidades entre o povo, e destacou os desafios modernos da prática médica em um mundo de rápida evolução tecnológica.

“A medicina jamais deve negligenciar a dignidade humana, que é igual para todos. Caso contrário, corre o risco de se prestar aos interesses do mercado ou da ideologia, em vez de se dedicar ao bem da vida nascente, da vida sofrida e da vida necessitada. O médico existe para curar o mal: cuidar sempre! Nenhuma vida deve ser descartada. Nunca! Mesmo quando alguém diz: ‘Mas este paciente não tem mais jeito...’ Acompanhe-o até o fim.”

Ciência a serviço da dignidade humana

Por fim, Francisco exortou os profissionais de saúde e acadêmicos da universidade a cultivarem uma ciência com respeito e a serviço da pessoa humana, e expressou sua gratidão pela dedicação e competência da instituição, que segue formando gerações há oito séculos.

“Depois de 800 anos, vocês continuam a fazer escola!” E, como de costume, pediu: “Não se esqueçam de rezar por mim!”

Thulio Fonseca - Vatican News

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                                                                                                                      Fonte: vaticannews.va

quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Padre Zezinho esclarece:

1 - Fé-ou-política?

2 - -e-política?

3 - ou política primeiro e, só depois, a fé???

Pe. Zezinho, scj |||||||||||||||||||||||||||||||

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Um grande amigo meu disse que sempre vai acreditar no Bolsonaro. Outro, também grande amigo meu, me disse, meses atrás, que sempre vai acreditar no Lula.

E eu não vou deixar de ser amigo de ambos, porque aprendi ser padre para todos .

Ter uma preferência por algum partido vai na formação e na consciência de cada qual. Mas meu diálogo é outro.

Como padre católico eu tento orientar em base da Bíblia, do catecismo oficial (não o de Trento) do Concílio atual, do Sínodo e da DSI (doutrina social da Igreja).

Não deixo de ser amigo só porque alguém optou mais pela política do que pelo catecismo. Eu optei pelo catecismo. Eles com sua bagagem cultural e eu com a minha!

E catecismo vem de KATECHEIN: repercutir. Se algum católico prefere repercutir as ideias da direita ou da esquerda é escolha dele.

Como sou padre e optei pela Igreja, eu repercuto o que nos últimos 60 anos, desde o Vaticano II aprendi. De rebelde eu não tenho nada.

Prefiro obedecer o Papa, os Bispos, meus superiores. Foi isso que jurei em 1966. Não arredo pé do que aprendi no meu curso de Teologia e do que aprendi nos mais de 200 documentos que li.

Sou católico de raiz, aceito a tradição, mas também aceito o magistério da Igreja e aceito atualizações feitas pelas autoridades a quem prometi obedecer!

O que você escolheu é assunto seu. O que eu escolhi é assunto meu. E faz mais de 60 anos que escolhi a fé em primeiro lugar!!!

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                                                                                                Fonte: facebook.com/padrezezinhoscj

Papa nesta quinta-feira:

não tenham medo de responder
às necessidades dos pobres nas escolas

Um encorajamento para seguir "a mesma abertura e prontidão, sem calcular demais, superando medos e hesitações, especialmente diante das muitas novas pobrezas dos nossos dias", como fazia o espanhol José de Calasanz, disse Francisco a uma delegação da Família Calasancia, no Vaticano. Em audiência, o Papa enalteceu a importância das três inteligências (da mente, do coração e das mãos), além do "estilo educativo integral" disseminado pelo padroeiro das escolas populares, "o estilo de Jesus".

O Papa Francisco se uniu às comemorações dos 75 anos da Família Calasancia ao receber em audiência nesta quinta-feira (28/11) um grupo de 75 religiosos na Sala do Consistório, no Vaticano. Em discurso, o Pontífice recordou também do centenário da morte de dois fundadores, São Faustino Míguez e a Beata Celestina Donati, mas se deteu em enaltecer o carisma de São José de Calasanz (1556-1648), que dedicou "a vida à educação dos jovens, especialmente dos pequenos e dos pobres", tornando-se padroeiro universal de todas as escolas populares cristãs.

A missão do "anjo da guarda", como ele gostava de se definir, disse o Papa, acabou sendo difundida por quatro continentes. Em audiência, Francisco destacou dois aspectos importantes do "estilo educativo integral" disseminado pelo espanhol Calasanz, "o estilo de Jesus" mas também o "estilo da Igreja", ou seja: "a corajosa docilidade à Providência" e o segundo aspecto, "o cuidado com o crescimento integral da pessoa". 

"Não tenham medo de se aventurar para responder às necessidades dos pobres"


Responder às novas pobrezas da atualidade

Sobre o primeiro aspecto, o Papa buscou a história de vida de Calasanz e a criação das Escolas Pías para valorizar a importância de "se dedicar às crianças de rua que se encontram pela cidade". O próprio fundador, que era de família rica e "provavelmente destinado a uma carreira eclesiástica - eu não gosto desse termo, precisamos acabar com ele", em Roma não hesitou em se munir da "coragem de um bom padre que se deixou envolver pelas necessidades do próximo":

"Isso é muito bonito, e eu gostaria de convidá-los também a manter, nas escolhas de vocês, a mesma abertura e a mesma prontidão, sem calcular demais, superando medos e hesitações, especialmente diante das muitas novas pobrezas dos nossos dias. As novas pobrezas... e seria bom se hoje ou amanhã, um dia desses, na reunião de vocês, procurassem descrever as novas pobrezas, quais são as novas pobrezas. Não tenham medo de se aventurar para responder às necessidades dos pobres."

A educação integral com as três inteligências

Assim, reiterou o Papa, vocês permanecem fiéis ao carisma do fundador, cuidando do segundo aspecto, do crescimento integral da pessoa. Calasanz primava por ensinar os jovens pobres "a verdade da fé" com as "matérias da educação geral, integrando a formação espiritual e intelectual para preparar adultos maduros e capazes". Uma "escolha profética naquela época", considerou Francisco, e "totalmente válida até hoje". Isto é, o uso das “três inteligências”: a da mente, a do coração e a das mãos.

“As três inteligências. Hoje é muito urgente ajudar os jovens a fazer esse tipo de síntese, a unidade harmônica das três inteligências, a 'fazer a unidade' em si mesmo e com os outros, em um mundo que os empurra cada vez mais na direção da fragmentação dos sentimentos e  das cognições e do individualismo nos relacionamentos.”

"É importante que os jovens criem essa unidade em si mesmos, com os outros e com o mundo"


Um estilo educacional integral para ser usado da "melhor forma possível para o bem de todos", insistiu o Papa. Por isso da importância de se promover “relacionamentos normais”, descreveu ainda o Pontífice, "olhando nos olhos uns dos outros", e não através de "relações virtuais via celular". O que fez Francisco lembrar de uma situação, que acabou compartilhando em discurso aos membros da Família Calasancia:

"Um bispo me contou que seus primos o convidaram para almoçar em um restaurante em um domingo, e na mesa ao lado havia uma família: pai, mãe, filho e filha, todos os quatro com celulares, sem falar uns com os outros. O bispo, muito imprudente, levantou-se, aproximou-se deles e disse: 'mas, vejam, vocês são uma bela família, mas por que estão falando ao celular, por que não conversam entre si, o que é muito mais bonito?' Eles o ouviram, 'mandaram-no embora' e continuaram fazendo a mesma coisa. Isso é terrível, uma falta de humanidade. As três inteligências. E é importante que os jovens criem essa unidade em si mesmos, com os outros e com o mundo."

Andressa Collet - Vatican News

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quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Padre Zezinho explica:

Não aceitei a palavra influencer!

Pe. Zezinho, scj |||||||||||||||||||||||||||||||

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Padre Zezinho

Troquei a palavra influenciador pela palavra “missionário midiático.”

Não me considero influenciador, mas sendo padre católico com mais de 58 anos escrevendo na mídia católica e com mais de 100 livros e mais de 10 mil artigos, ainda assim não me atrevo a dizer que sou influenciador.

Prefiro a palavra “catequista na mídia”! Talvez eu tenha influenciado alguém, mas eu não usaria adjetivo, até por questão de humildade que tudo pregador deve assumir.

Equivaleria dizer que cheguei lá. Mas não cheguei.

Pregar para muitos ou muitíssimos ainda não é evangelizar. Nossa Igreja tem seis documentos versando sobre o tema.

REPERCUTIR o ensino da Igreja pela mídia diz mais do que a palavra INFLUENCIADOR.

O nosso critério não é o do mundo! Mas é minha decisão. A sua talvez seja outra!

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                                                                                                Fonte: facebook.com/padrezezinhoscj