quinta-feira, 18 de julho de 2024

Reflita com dom Roberto Francisco:

Da amizade pessoal à fraternidade sem fronteiras

No dia 20 de julho de 1969 o homem chegava à lua, tendo por primeira vez uma visão do planeta Terra desde uma perspectiva inteiramente universal. O dentista argentino Enrique Febbraro compreendeu bem esse acontecimento com toda a relevância que possuía, propondo estabelecer para comemorar essa data o Dia Internacional do Amigo.

Dom Roberto Francisco

Onde muitos viam o triunfo da inventividade tecnológica ou mesmo da evolução da ciência, Enrique via a vocação a ser uma só família, superando barreiras e divisões, para unir os povos e nações numa fraternidade universal. Iniciou-se com uma comemoração oficial em Buenos Aires, com o decreto nº 235/79, e lhe valeu a indicação como candidato ao prêmio Nobel por duas vezes.  

Assim como o poeta da Divina Comédia Dante Lighieri afirmava que o amor movia todo o universo, Enrique sustentava que a amizade nos seus diversos tempos, modos e expressões era o que fazia crescer e amadurecer a humanidade. Aquilo que de forma magistral, Bento XVI ensinou na Encíclica Caritas in Veritate, que o amor era o motor de todo desenvolvimento humano integral, solidário e sustentável.  

Precisamos de muitos Enriques, que nos despertem para a vivência da amizade, já seja pessoal, social ou mundial, acreditando que todos somos irmãos e irmãs, inquilinos e residentes numa única Casa Comum.  

A Igreja mais que qualquer outra instituição pelo seu carisma e missão, partilhará sempre cordialmente as Palavras de nosso Mestre e Salvador Jesus Cristo: “Já não vos chamo servos, mas amigos” e “Ninguém ama mais que Aquele que dá a sua vida pelos seus amigos”, edificando juntos a civilização do amor, da paz e da concórdia, da dádiva e misericórdia.  

Por isso neste ano que a Campanha da Fraternidade teve como foco a amizade social, e que foi sugerido nas diretrizes de ação a celebração do Dia do Amigo, aproveitemos esta bela iniciativa.  Nesta Data tão oportuna para exercitar a cura dos relacionamentos, aproximar pessoas e ventilar nossas práticas afetivas, abracemos não só aos nossos amigos pessoais, mas com um coração generoso e magnânimo a todas as pessoas e criaturas, com o mesmo olhar e sentimentos que o nosso querido Pai. Deus seja louvado!

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz - Bispo de Campos (RJ)

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                                                                                                                           Fonte: cnbb.org.br

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